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O socialista Jorge Coelho está de volta à política activa no PS, pelo menos nos bastidores.
Na terça-feira, o ex-ministro de António Guterres participou numa reunião no Largo do Rato para falar com os presidentes e vice-presidentes das federações distritais do partido sobre as eleições europeias.
O antigo deputado, que há um ano deixou a administração da empresa Mota Engil, foi apresentado na sede do PS como um dos mentores da convenção “Novo Rumo”, iniciativa que semanalmente se reúne em conferências temáticas e que está a servir como base ao programa de Governo dos socialistas.
No fundo, isto não tem nada que saber.
Este Coelho, primo do Sacadura, aquando do 25 de Abril acreditava que a UDP era o futuro. Inscreveu-se e militou. Descobriu tarde que não era e desinscreveu-se passando a militar no sindicalismo democrático de um Janeiro, na Carris socializada. Passou de quase amanuense para as chefias condignas a que um militante esforçado tem direito e inscreveu-se no PS e na Maçonaria e naturalmente acabou em Macau, durante algum tempo, a preparar a transição.
Por artes mágicas da militância carreirista chegou a ministro de Guterres e aproveitando a queda de uma ponte, assumiu culpas que não tinha e pôs-se ao fresco das responsabilidades políticas que queimam carreiras. Associou-se a outro grande artista da democracia, Dias Loureiro, como batuteiro de truques eleitorais e passada meia dúzia de anos passou "à privada", num tempo em que as vacas gordas engordavam a olhos vistos dos donos que prosperavam. Algumas PPP´s depois, deixou a actividade, muito cansativa e já sem úberes disponíveis no Estado e aí o temos, outra vez ao leme dos truques eleitorais.
Mais palavras para quê? É um artista português. Uns caçam com Relvas; outros, com Coelhos.