quinta-feira, julho 10, 2014

27 de Setembro de 1968: o fim do Estado Novo e o início de outra coisa

No início de Setembro de 1968, Salazar, presidente do Conselho e líder português incontestável pela maioria do povo, adoeceu gravemente e essa doença, cerebral, incapacitou-o para o cargo.

A escolha do seu sucessor fez-se quase de modo pacífico porque Marcello Caetano era o que se encontrava em melhor posição para tal, na altura.

A explicação desta sucessão, dada pelos chamados ultras do regime, os apoiantes indefectíveis das ideias salazaristas, inamovíveis quanto ao regime e defensores de um regime autoritário e anti-democrático, é bem resumida num livro recente, escrito há 40 anos: Portugal, os anos do fim, de Jaime Nogueira Pinto.

Antes de mostrar essa explicação, fica aqui um artigo da Vida Mundial de 4 de Outubro de 1968 que apresenta o novo presidente do Conselho e os ministros do seu Governo. A Vida Mundial, na altura, era dirigida por Francisco Eugénio Martins e já tinha na sua redacção pessoas como Afonso Cautela ou Diana Andringa, a cripto-comunista e um certo Ruben Tristão de Carvalho. Esse mesmo, cripto de coisa nenhuma a não ser do totalitarismo comunista que nunca vislumbrou como ameaça à Liberdade.
Dali a dois anos dirigia o jornal Disco, música & Moda, um dos melhores jornais de música popular que jamais foram publicados em Portugal. Ruben de Carvalho parece ser das pessoas que melhor sabe contar histórias da música popular, ainda hoje, na Antena Um.


45 comentários:

Kaiser Soze disse...

Estive a ler esta sequência de cenas sobre o Estado Novo e veio-me à cabeça uma notícia que tem circulado no último par de dia...

José, está a ver alguém na esfera pública com um perfil semelhante ao de Slazar?
Semelhante ao perfil conhecido antes de assumir a presidência do estaminé?

José disse...

O Rio? Nem pensar. O Rio é um parolo, autoritário e ignorante.

O que tem a mais nisso tem a menos em habilidade política.

Se for para o partido PSD e governo não se aguenta muito tempo.

O Rio não é solução; é recurso.

José disse...

O Passos serve por agora. Devia ter um ministro da Educação que não tivesse sido da UDP.
E que soubesse o que foi o ensino técnico a sério e como se pode ter a mesma coisa agora.

Pedro disse...
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Pedro disse...
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José disse...

"Pois serve. Serve para a banca, para os sabotadores das PPPs, serve para os "credores" internacionais(O Chamado Terrorismo internacional) serve para a juventude continuar e debandar e em troca recebermos jovens dos trópicos e das arábias."

Esta treta bloquista é chover no molhado. Nada percebem e nada aprendem.

José disse...

Com este syrizismo em dois tempos estaríamos pior que a Argentina.

Kaiser Soze disse...

hmm...
Neste momento, é impossível apurar de mais semelhanças ou de mais diferenças.

Para mim, ainda que possa haver uma diferença substancial, a leve (que pode ser inexistente) semelhança parece-me evidente.
E parece-me evidente que neste clima, ele pode ser bem sucedido.

E parece-me que este tal como o outro quer uma coisa muito diferente do vil metal...e nisso acho-os ainda mais semelhantes.

Veja a velocidade com que o que "não era político" se tornou, novamente, "político eventual por acaso" num devaneio sabastianista assim que entrou em ressaca?

Kaiser Soze disse...

Vou aproveitar esta idiotice que me soa a anti-europeia.

é muito engraçado que esta treta ideológica anti-europeista não entenda duas coisas muito simples e de fácil apreensão (só duas, para não cansa):
1) NUNCA a Europa teve um periodo de paz tão prolongada;
2) se o EURO e a Europa tivessem tombado, em que planeta países como a Grécia, a Holanda e a Turquia (para não nos incluir e ainda outros) seriam ainda democracias?!

Ora, podem uns quantos preferir ditaduras mas que o assumem mas perguntem a qualquer bloquista ou comunista que regeita a europa e enche a boca com democracia a querem, de facto!

Kaiser Soze disse...

(não era Holanda, era Hungria. Ainda estou em júbilo com a vitória da Argentina)

Pedro disse...
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zazie disse...

é pá, vai ver a bola e desorelha.

Enganaste-te no blogue.

josé disse...

"Isto é um regime de gatunos e não um governo melhor ou pior. Seja o PPC seja o António Bosta, isto continua a ser o mesmo curral."

Se não quer que lhe chame syriza que se há-de fazer com este tipo de argumentação?

Pense apenas um pouco: imagine que o mandatam para ser primeiro-ministro, em nome do povo e com os partidos que temos e ideologias que temos.

O que faria?

zazie disse...

Fazia uma reboluçòn, carago

":O))))))

Anónimo disse...

Duas notas:
- Diana Andringa «cripto-comunista»? Nem chega a cripto, ela nunca se preocupou muito em disfarçar.

- «[Salazar o] líder português incontestável pela maioria do povo»; Terá sido sempre assim? Que dizer então da campanha eleitoral de Humberto Delgado em 1958? Creio que aí a maioria do povo português já estava cansado de Salazar.
De facto, a melhor forma de a Constituição de 1933 tivesse perpetuado no tempo teria sido a «subida» de Salazar para Presidente da República em 1951, logo após a morte de Carmona; ficando Marcello Caetano no lugar de Presidente do Conselho.
Creio assim que a tragédia da descolonização de 74/75 teria sido evitada, e portanto, teríamos tido uma retirada dos portugueses em África bem programada e delineada, em meados da década de 60. E o próprio regime teria evoluído para um presidencialismo pluri-partidário, através de uma reforma da Constituição, cumprindo assim o «legalismo» que era tão caro a Marcello Caetano.

AG.

Pedro disse...
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Anibal Duarte Corrécio disse...

Retrato do Soba

O individuo julga que manda em toda a gente e pode impor a sua vontade a todos; procedendo de acordo com esse poder que se outorga.

"Eu quero, posso e mando" é o seu prínpio. O desprezo pelos outros é total; a humilhação, a sua arma preferida.

A inveja - sinal da inferioridade que nega e encobre - é a força motriz do seu psiquismo.

À prepotência associa a arrogância, que dis farça com pseudo-humildade e delicadeza reactiva. Deste contraste resulta o seu visual : impertigado e com ademanes.

Julga-se um leão poderoso. Não passa de um tigre de papel; mais correctamente, um espantalho que assusta os pássaros.

Mas o certo é que eu fui, nas mãos do soba, um passarinho assustado - um miudo intimidado; e tolhido - só ele tinha direitos.

muja disse...

Este Corrécio está cada vez mais esotérico... ahahah

Pedro disse...
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Anibal Duarte Corrécio disse...

Nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que encanta é verdadeiro.

muja disse...

Eu não posso senão concordar, na generalidade pelo menos, com o Pedro Lopes.

Claro que, nos termos em que o José põe a coisa, não grande resposta possível.

Com os partidos e ideologias que temos não há grande margem de manobra, é um facto.

Mas não tenhamos ilusões: a dívida que está, está para ser eterna. E é essa a grande diferença entre os syrizas bloqueiros e realidade.

Eles são oposição controlada. Quem os financia são os nossos credores. Eles só dizem: não se pague a dívida - o que apenas serve para lhe subir os juros. Nunca dizem: paremos de contrair dívida.

Nunca tocam no ponto essencial e fulcral: o sistema monetário, que é baseado em dívida. O dinheiro que circula, nove décimos ou mais é criado do nada pelo sistema de reservas fraccionárias e o resto é dívida de todos nós aos bancos, nomeadamente os que controlam o BCE.

O dinheiro que circula não é uma medida de riqueza, como devia ser. É de dívida. Dívida que os Estados terão que pagar aos bancos, com os nossos impostos.

O Salazar não foi nessa cantiga não...

Anibal Duarte Corrécio disse...

Esotérico, jovem?

À razão dominada pela profissão de fé opõe-se a razão livre que analisa os factos e constrói argumentos.



zazie disse...

Olha, agora temos iluminismo a martelo

AHAHAHAHAH

zazie disse...

Ó Anibal, v. até tem bom gosto cinéfilo. Não sei como lhe acrescenta a cientoinice

Floribundus disse...

Pedro Homem de Mello

Povo

Povo que lavas no rio,
Que vais às feiras e à tenda,
Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem turve o teu ar sadio,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!

o Povo e as suas sub-divisões

cada um tem o Povo que quer e a DÍVIDA que merece

Floribundus disse...

da Net

A Condição Humana pode ser entendida como o horizonte no qual se perfila toda a existência humana, com o mundo a servir de lugar de exílio, de refúgio ao indivíduo. Este terá na morte, única certeza do indivíduo, o incontornável momento de confronto com a sua própria condição humana. "A vida voa", dizia Omar Khayyam (poeta persa do século XII), pois "a flor que floresceu uma vez, morre para sempre". Muitas foram as formas de se encarar a Condição Humana, quer numa perspetiva de entrega à mesma quer numa forma de aceitação tenaz e lutadora, comportando sofrimento e morte, como entre os Cristãos, por exemplo. "A vida é uma sombra que caminha, um pobre ator que se pavoneia...", sentenciava Shakespeare (Macbeth). Tantas foram e são as formas de se encarar a Condição Humana, para uns um flagelo, um degredo terreal, um "vale de lágrimas", para outros o inevitável, logo não há forma de a evitar, para outros um tormento que aumenta em cada dia da vida. Uns vivem-na alegremente, outros lutam contra ela, outros esquecem-na.

Vivendi disse...

"Nunca tocam no ponto essencial e fulcral: o sistema monetário, que é baseado em dívida. O dinheiro que circula, nove décimos ou mais é criado do nada pelo sistema de reservas fraccionárias e o resto é dívida de todos nós aos bancos, nomeadamente os que controlam o BCE.

O dinheiro que circula não é uma medida de riqueza, como devia ser. É de dívida. Dívida que os Estados terão que pagar aos bancos, com os nossos impostos.

O Salazar não foi nessa cantiga não"


Mujahedin,

Esse seu comentário foi em cheio no alvo.
E é a verdade que poucos teimam em encaixar.

josé disse...

Alguém se deu ao cuidado de ler a página da direita, na última imagem,sobre o que então se passava na Alemanha?

muja disse...

Olha o Cohn-Bendit... Sem dúvida, um dos modelos - ídolos, como agora se diz e, neste caso, perfeitamente - dos nossos democratas.

Alemão, político francês, militante da extrema-esquerda, burguês atlantista, anti-racista, apologista da pedofilia. E, como diria Kemi Seba, branco circuncidado...

Um produto do "período de paz mais longo da Europa" com certeza. A par da Konchita Wurst...

Floribundus disse...

o PR francês abandonara a Nato antes da invasão da Checo-Eslováquia

porque os gringos tinha desvalorizado o dólar à custa das suas poupanças

em Portugal amealhava-se a 'pesada herança' em ouro

vendido ao desbarato depois de 25.iv

o burgomestre de Berlim criava o PC e proibia os socialista hitlerianos

dizia-me um psiquiatra na Fnac que no rectângulo

os índios são ditadores de opereta e
saudosistas ao tentar ressuscitar o morto (estado social)

a quase totalidade dos comentadores precisa de acompanhamento psiquiátrico

zazie disse...

Pois. E tudo relatado com imagens. Em pleno "facismo".

zazie disse...

eeheheh

O Fluribundus está cada vez mais engraçado.

Parece uma mistura de poesia concreta com receituário

Floribundus disse...

Cara Zazie

não foi por mero acaso que São Tomás More

atribuiu a criação da ilha da Utopia a um aventureiro português

dizia-me ontem um psiquiatra divertido
que os índios andam frustrados por falta de 'ostentatio genitalium'

gozava com o vocábulo errabundus, que em sua opinião devia ter um N em vez do 1º R

muja disse...

Olhe ó Floribundus, uma para si:

http://www.lamontagne.fr/auvergne/actualite/2014/07/10/un-commercant-assimile-les-francs-macons-a-des-animaux_11076035.html

Anibal Duarte Corrécio disse...

Alguém por aqui pergunta

"José, está a ver alguém na esfera pública com um perfil semelhante ao de Slazar?
Semelhante ao perfil conhecido antes de assumir a presidência do estaminé?"

Tenho para mim que a única figura dos Tempos mais próximos comparável a Salazar foi o Marquês de Pombal.

Em autoritarismo, autocracia e 'absolutismo'.

Salazar e Marquês de Pombal foram figuras históricas que, salvaguardadas as distâncias e os contextos históricos, se 'equivaleram'.

Centralizaram, corporizaram e usaram o Poder como quiseram.

Salazar tinha uma capacidade de trabalho invulgar e, ao contrário do que a vulgata e o senso comum julgam, aceitava críticas, desde que feitas em determinadas circunstâncias.

Pelas cartas de Marcelo Caetano, podemos aferir disso mesmo.

O problema ( ou 'virtude'), entre outros, de Salazar era 'preocupar-se por antecipação'.

Tivesse evoluído o regime para a outra continuidade e seria uma figura celebrada.

A figura mais 'próxima' de Salazar acaba por ser Pedro Ferraz da Costa.

O seu percurso, a sua consistência, e a 'razão antes de tempo' são admiráveis.

Desconheço se teria as qualidades pessoais, íntrinsecas, para líder.

zazie disse...

ehehehe

Fluribundus;

Ainda hoje se está por saber se o Thomas More não estava também a fazer ironia e, se em vez de utopia, aquela história não era já uma distopia.

zazie disse...

AHAHAHAHAHAHA

Mujah, essa é o máximo

":O))))))))))))))

zazie disse...

É o Marquês, pois. Agora até está na Rotunda que nem fica longe da Assembleia.

O Aníbal é outro que também precisa de receituário

":O))))))))))))))

zazie disse...

Quanto ao Ferraz da Costa, é provável.

Mas depois existe o princípio de Peter.

josé disse...

O Ferraz da Costa devia falar mais vezes na tv. Não tem perfil de líder mas tem um percurso político notável, de ter sempre razão. No tempo e depois.

Curiosamente a "rata sábia" (apanhei-a num comentário no Blasfémias e está genial), Ana Lourenço de sobrenome, nunca se lembraria de o convidar porque levaria um banho que teria de recolher ao buraco.

zazie disse...

A rata sábia?

ehehehehehhehehe

Vivendi disse...

Atenção que Salazar não era admirador do Marquês... E a forma de governação pode parecer à primeira vista semelhante mas encontra-se em pólos opostos.

Mas é engraçado como os portugueses foram orientados para reconhecer os feitos do Marquês (inclusive é o local predilecto da populaça de Lesboa para celebrações) e foi ao mesmo tempo orientado a desprezar os feitos de Salazar.

Olha pá!
Era porque o Marquês não era fascista. Era um revolucionário, um iluminista, um maçónico e carniceiro mas não era fascista.
É tudo uma questão de dialéctica...

Maria disse...

O José escreveu:

"Eu poderia tentar perceber a aproximação à Esquerda, de uma larga margem da população portuguesa, em 1974, olhando para mim próprio e para o meio que me rodeava na altura.

O que não entendo é a rapidez com que o PCP e a extrema-esquerda conquistou tanta gente nessa altura, apesar de toda a propaganda anti-comunista do antigo regime e dos avisos solenes de Marcello Caetano e da consciência que a URSS queria tomar conta das províncias ultramarinas que era coisa consabida.

Isso é que não entendo, porque quem deu vivas à Liberdade não poderia associar-se a um partido que cortaria logo a Liberdade em modo pior que o marcelismo ou o salazarismo alguma vez o fez".

José, estas suas palavras exemplificam à saciedade o que a enorme maioria do povo, repito, povo, percebia ou melhor, não percebia de políticas, fossem elas esquerdistas ou direitistas. Só uma pequeníssima elite o fazia.

90 a 95% do povo português, com uma incidência de 100% para o povo da província, com a excepção do Norte que, por influência benéfica da Igreja, estava bastante bem informado, tanto assim foi que se revoltou mais do que uma vez contra o rumo marxista que a política de Lisboa estava a impor à força ao País. Pena que este povo nortenho destemido e valente não tenha ido até ao fim nas suas investidas patrióticas avançado até Lisboa, pois que com a força e determinação demonstradas tinha sido capaz de ter travado o golpe de Estado com a maior das facilidades. Lembremo-nos que a esquerda em geral e os comunistas em particular, temiam (e tremiam como varas verdes) e com razão a "direita conservadora". De tal modo que em casos d'urgência, como o que se estava a passar no Norte, os comunistas avançaram imediatamente com o plano B, que é a táctica costumeira adoptada em casos que tais (como aliás é sua prática corrente em todos os regimes não democráticos que eles querem substituir ràpidamente por democracias, normalmente apanhando de surpresa os contra-revolucionários através do medo que eles contìnuamente instilam nos povos, amolecendo-lhes os ímpetos patrióticos, anulando-lhes a vontade guerreira e quebrando-lhes a coragem indómita herdada dos seus heróis ancestrais, o que faz com que em pouquíssimo tempo consigam levar a sua avante, primeiro silenciando e logo depois paralizando a tal maioria-muda, como muito bem exemplifica Mujahedin, citando o texto do francês). E é então que investem com o mais ameaçador recurso que têm à mão para que surta o efeito desejado e que se divide em: ameaças de morte; crimes de sangue (mesmo a inocentes) para ir afugentando os mais afoitos; propagação da máxima violência e d'igual terror; conseguir a preciosa e indispensável ajuda da intelectualidade reinante, esta na sua quase totalidade apoiante da esquerda (era/é "bem" ela considerar-se de esquerda, embora vivendo à direita e sendo-o verdadeiramente no seu íntimo, isto acontece logo que rebentam as revoluções e/ou os golpes de Estado nos países que a esquerda pretende dominar sabendo d'antemão que pode contar com o apoio seguro da intelectualidade de cada país); colaboração imprescindível da imprensa falada e escrita, toda entretanto vendida à esquerda; e a juntar a estas, as medidas que em cada momento acharem por absolutamente necessárias e urgentes para iniciar o contra-ataque (a surpresa e a rapidez d'actuação aqui são a alma do negócio) independentemente da crueldade de que se revistam, já que os revolucionários recorrem a tudo o que for preciso para travar as temíveis investidas da direita conservadora, normalmente vencedoras, colocando-lhes barreiras físicas (e artificiais) intransponíveis e estanques.
(cont.)

Maria disse...

Um exemplo da casmorrice ou tacanhice congénitas de quem se considera teimosamente de esquerda e não transige um mílimetro mesmo perante o que toda a gente vê como um logro completo - que ela representou e continua a representar - para os países onde ardilosamente se introduz e consegue assentar arraiais tomando conta dos mesmos, com as consequências terríveis inerentes para a infelicidade desses povos.

Um amigo nosso, todo virado para os socialismos... mas vivendo lindamente com todo o conforto e facilidades que o dinheiro compra e a direita proporciona..., recebeu de presente d'anos um livro do Nogueira Pinto, isto para ele poder fazer uma comparação serena e objectiva (difícil para pessoas com estas características de personalidade) entre os defeitos insanáveis desta espécie de democracia que nos foi imposta e dos pseudo-políticos que desde há 40 anos nos desgovernam e as virtualidades do anterior regime e dos políticos honestos e íntegros que durante todo o Regime do Estado Novo o integraram, se poucas ou muitas não é o que agora importa, isto porque ele vem criticando sistemática e violentamente a situação caótica em que o País se encontra desde há muitos anos e o modo deplorável como ele tem sido governado. Diz que a culpa é dos políticos (apontando os erros da governação em especial aos da suposta direita..., claro) que têm estado no poder, porém e a despeito de constatar estes factos iniludíveis em que a classe política, de uma ponta à outra, está implicada até à raíz dos cabelos, continua a considerar-se 'socialista' e a deplorar a direita..., ainda que não seja exactamente a verdadeira "direita" esta que faz parte do sistema, mas para ele é. Bem, este nosso amigo olhou para o nome do autor e perguntou logo com ar desconfiado "mas este não é aquele?..." nem o deixámos terminar a frase "sim, é da direita, mas é uma pessoa decente e escreve suficientemente bem sobre o nosso passado recente para ser lido com interesse".
Este nosso amigo personifica às mil maravilhas os tais preconceitos que o pessoal da esquerda em relação à direita nunca consegue abandonar.

Agora um exemplo da invejidade também congénita da parte d'alguns portugueses que dela não se conseguem abstrair ainda que tendo nascido ricos e tendo vivido com abastança toda a vida. O elemento masculino de uma família alentejana também muito nossa amiga, um dia saiu-se com "esta" a propósito de uma série de desacatos violentos e reivindicações agressivas e extemporâneas verificadas em inúmeras e sucessivas manifestações, acontecidas talvez há uns 20 anos, levados à prática por comunistas e esquerdistas-agitadores-profissionais "olhem, se eu fosse como eles (queria ele significar 'pobres e deserdados da sorte') também eu era comunista"(!). Isto dito por uma pessoa abastada..., que faria se o não fosse. Sei lá, era capaz de matar e esfolar para se apoderar dos bens de outrem. Como d'igual modo e bastante mais fàcilmente é capaz de o fazer quem, atraído pelos ventos soprados a favor vindos da esquerda revolucionária, for de facto pobrezinho, de má formação moral e sobretudo doentiamente invejoso dos outros.

Lá está, a inveja atinge uma percentagem certamente pequena do nosso povo, mas é extremamente contagiosa e justamente porque o é consegue seduzir milhares ou mesmo milhões de pessoas que não se apercebem nem por um segundo o terreno movediço que pisam, com todos os defeitos que a esquerda comunista incorpora e interioriza e representa à evidência e que entram pelos olhos adentro de quem tem olhos para ver. E não obstante tudo isto é negligenciado e deitado para trás das costas. Porque a ganância que domina o espírito malsão de um invejoso, de por cobiça querer apossar-se daquilo que não lhe pertence, fala sempre muito mais alto.

Os portugueses de Lei sabem perfeitamente quem são as pessoas singulares e grupos, políticos e não políticos, com o perfil adequado para se enquadrar tal e qual neste esquema.

Maria disse...

Foi exactamente isto que aconteceu aos 2 ou 3 milhões de portugueses que apoiam incondicionalmente e desde a primeira hora a esquerda marxista em Portugal. Só resta saber, além do que já é do conheciento geral, que mais lhes foi oferecido (ou injectado... ou dado a beber...) para a cegueira persistir há tantíssimo tempo. Não pode ser só a ganância por dinheiro e a inveja da gente rica a comandar, embora estes defeitos de personalidade tenham particular relevância e contribuam em grande medida para o sucesso da empresa, tem que haver forçosamente qualquer coisa mais. Aqui o José tem toda a razão. Mas exactamente o quê?
Mais tarde ou mais cedo descobrir-se-á. A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima.

A obscenidade do jornalismo televisivo