terça-feira, julho 22, 2014

As universidades do marcelismo

 Jaime Nogueira Pinto, no livro que escreveu entre Fevereiro e Novembro de 1975 ( "Portugal- os anos do fim") e cuja primeira edição saiu em 1976, na Verbo ( a edição recente saiu agora, na d.quixote e tem uma II parte que não vi na primeira edição) traça um retrato a pastel do que foi a Universidade no tempo em que Marcello Caetano entregou a reforma do Ensino a Veiga Simão.
JNP acha que esta reforma foi um retrocesso em relação às universidades salazaristas e potenciou o que se veio a reflectir das "lutas estudantis" que posteriormente abriram caminho à esquerda que apareceu de repente logo nos dias seguintes ao 25 de Abril de 1974.


 Na nota de rodapé da página 292 fala-se no reitor da Universidade de Coimbra, Gouveia Monteiro, um "compõe" que abriu caminho para que todas as esquerdas dominassem o meio universitário. 

Na revista Flama de 20 de Março de 1970 foi publicada uma entrevista em este reitor, aquando da sua noemação pelo Governo de então e Veiga Simão em particular. Seriam estes os novos "ventos da História" e que agora ninguém conta, porque fazem a amálgama conveniente com o "fassismo"?  Este fenómeno que ocorria nas Universidades no tempo de Marcello Caetano, não era nem podia ser reflexo de qualquer fascismo. Então porque continua a mistificação?

Por outro lado, o que se pode ler só pode dar razão a Jaime Nogueira Pinto...


26 comentários:

João Nobre disse...

Não creio que Veiga Simão quisesse propositadamente oferecer de mão beijada o ensino superior em Portugal às forças de esquerda. Porém, na prática foi precisamente isso que acabou por suceder e para tal contribuiu também a incapacidade do regime em efectivamente levar a cabo um esforço sério no domínio da contra-propaganda.

Publiquei:

http://historiamaximus.blogspot.pt/2014/07/as-universidades-do-marcelismo.html

josé disse...

Veiga Simão não era sócio da Viúva?

João Nobre disse...

Qual Viúva?

josé disse...

A dona Maçonaria...

João Nobre disse...

Confesso não ter conhecimento da pertença de Veiga Simão à Maçonaria.

Mas sendo assim, então já estou a perceber melhor o que realmente aconteceu...

Só não faz sentido é alguns chamarem-lhe o "comunista do regime", pois o marxismo ortodoxo sempre foi anti-maçónico. O próprio PCP se alguma vez chegasse ao poder, "limpava o sebo" à maçonaria como um militante comunista uma vez me prometeu.

josé disse...

Veja no Google, escrevendo Veiga Simão Maçonaria e vai dar a um sítio que pergunta se Salazar não seria, ele mesmo, maçónico.

A hipótese foi colocada por José da Costa Pimenta que até é pessoa que conheço e escreveu isto:

"Ainda de notar que no governo chefiado pelo Prof. Doutor Marcelo Caetano o Prof. Doutor Veiga Simão, também maçon, houvesse sido ministro da Educação e logo após a Revolução de 25 de Abril, delegado do governo português na ONU; naquela reviravolta que, na altura, foi considerada uma surpreendente pirueta pessoal e uma estranha nomeação pelos novos governantes. Ela, nem terá sido inexplicável… Afinal, ele, na sua condição de maçon bastou-lhe vestir nova fatiota… ou, simplesmente, mudar de desempenho, continuando a servir a mesma causa da fraternidade maçónica. (Outro destaque: Veiga Simão foi ministro da Defesa no governo chefiado por António Guterres).
E no entanto, o regime do Estado Novo mantinha a aparência de combater a Maçonaria - o que se representava na exigência de qualquer candidato a lugar da Função Pública ter de assinar um impresso da Casa da Moeda, no qual declarava que não era filiado em nenhuma sociedade secreta. Além, de subscrever declaração em papel selado, manuscrita, com a expressa afirmação de "activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas". Também importa anotar que o regime de Salazar não perseguia implacavelmente os maçons. Porquê? Discrição! Discrição, era a palavra de ordem…"

João Nobre disse...

Sim, sim, também já li algumas coisas sobre a alegada pertença de Salazar à Maçonaria. Julgo que até existe uma tese qualquer escrita sobre isso....

hajapachorra disse...

Não, Salazar nunca foi maçónico, mas um dos seus maiores amigos e apoiantes era maçónico de altíssimo coturno. Tanto poder teve durante o salazarismo que quando Salazar mandou destruir a alta de Coimbra apenas a casa do maçónico amigo ficou de pé. E nada em Coimbra e na região centro se fazia sem o nihil obstat do venerável, maternidade, hospitais, leprosaria, o supra-sumo da propaganda salazarista em pedra e cimento, o Portugal dos pequenitos, tudo era obra de Bissaya Barreto. Que Salazar convivia bem com qualquer traste isso era óbvio, com uma excepção, hoje inconfessável, não admitia paneleirices. Houve um professor famoso, também coimbrão, claro, que o doutor salazar não saia da paróquia da Sé nova, que esteve quase, quase, a ser ministro da... pois isso, da educação e não foi, por via das dúvidas.

muja disse...

Convivia com qualquer traste, vem este dizer agora... Já cá faltava... Bem não, caem aí os sinistros também...

Era traste porquê, afinal de contas?

É capaz de sustentar essa afirmação com alguma coisa de jeito ou é para por na conta da senilidade como o outro?



muja disse...

Depois vem a cantiga de destruir a alta... Quer dizer, era ditador mau porque mantinha o país no analfabetismo. E era mau porque mandava destruir altas para construir universidades para suas excelências os doutores da mula ruça grunhirem alarvidades sobre ele uns anos mais tarde.

Realmente, mas valia ter estado quieto, se calhar. Muito estúpido que para aí anda andaria ainda a cavar a terra de onde nunca devia ter saído... e era pelo melhor.

Já os excelentes democratas deixam deteriorar património aos pontapés, quando o não deitam abaixo para construir condomínios, mas aí, as vozes de burro não há quem nas ouça.

josé disse...

A alta de Coimbra não foi toda destruída, como quem quiser pode ainda hoje verificar.

Em frente ao CADC existe uma muralha que está à vista e tem indícios medievais evidentes. Pelo quebra-costas também há casas que ficaram.

Se a casa do Bissaya Barreto ficava nas zonas a demolir, julgo que nem isso-o de ser amigo de Salazar- o evitaria.

Mas há mitos que perduram e alguns deles criados de propósito para alimentar la haine.

josé disse...

A história do padre-frde Matteo é que seria interessante indagar.

Foi num tempo em que Deus tinha lugar na nossa sociedade que governava.

Agora não tem.

O resultado está à vista.

josé disse...

Na Inglaterra continua a ter, mas nós copiamos os franceses e podemos também ver onde chegaram. E ainda podem cair mais e mais.

Anibal Duarte Corrécio disse...

1)O povo anda alambuzado no consumo e a chafurdar no 'espectáculo'.

Viver passou a ser a busca de prazer onde tudo é permitido.

As 'democracias' servem às mil maravilhas para as 'pessoas' se esponjarem e darem largas à javardice. Dizem que isto é liberdade.

2)Ontem, a "rata sábia" passou o tempo com o Crato a exibir um reportório facial onde imperaram cavalares o desdem e o sarcasmo e ao mesmo tempo a obrar para um penico instalado na boca.

3) Foi um dia de energúmenos chefiados pelo mestre Nogueira e banzé nalgumas escolas, a que se juntou o megafone da SIC-N, sempre pronta a amplificar o berro social, em direcção ao monhé Costa.

4) Salazar foi um ditador e a seguir vieram mais 40.Salazar era íntegro, estes passam na vida a roubar.

José** disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José** disse...

Pio XII sobre Portugal e seus "beneméritos...instrumento da Providência..." - 1942

(...)E vós tendes uma grande dívida para com a Virgem, Senhora e Padroeira da vossa Pátria.

Numa hora trágica de trevas e desvairamento, quando a nau do Estado Português, perdido o rumo das suas mais gloriosas tradições, desgarrada pela tormenta anticristã e antinacional, parecia correr a seguro naufrágio, inconciente dos perigos presentes, e mais inconciente dos futuros, — cuja gravidade aliás nenhuma prudência humana, por clarividente que fôsse, podia então prever, — o ceu que via uns e previa os outros, interveio piedoso, e das trevas brilhou a luz, do caos surgiu a ordem, a tempestade amainou em bonança, e Portugal pôde encontrar e reatar o perdido fio das suas mais belas tradições de Nação fidelíssima, para continuar, — como nos dias em que « na pequena casa Lusitana não faltavam Cristãos atrevimentos » para « a lei da vida Eterna dilatar », (Camões, Lusíadas, canto VII oitavas 3 e 14), — na sua rota de glória de povo cruzado e missionário.

Honra aos beneméritos, que foram instrumento da Providência para tão grande empresa!(...)



http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/speeches/1942/documents/hf_p-xii_spe_19421031_immaculata_po.html

José Luís disse...

Uma pequena correcção: a 1a edição em 2 volumes foi feita pelo Jornal Português de Economia & Finanças, cujo director era A. Valdez dos Santos.

muja disse...

Pois em 42 não devíamos senão à Virgem.

Agora até até o Espírito Santo deve...

Anibal Duarte Corrécio disse...

À 'esquerda' há coisas novas, sendo velhas...

Cisões, muito parlapié, "(...) inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação(...)"

À 'direita', muita preguicite aguda, muros de lamentações como este aqui onde se vem lamuriar ou drenar veneno, o "Diabo" semanalmente a disparar uns chumbos...

"Que Fazer?"

muja disse...

Sim, Corrécio, que fazer? Diga-nos lá atão?

E "drenar veneno" já não é mau. Podia ser "destilar ódio"... Deve haver uma tara generalizada com fluidos...




Anibal Duarte Corrécio disse...

"Sim, Corrécio, que fazer? Diga-nos lá atão?"

Se quer uma, entre outras respostas, começo por esta:

Desidealizar o Estado Novo;

A esquerda, o PCP e seus satélites diabolizam, mas também existe entre a direita - que não aceita e repudia a direita institucional- a glorificação do antigo regime e a assunção de que tudo era bom e perfeito, sem mácula. E que eram deuses os construtores, "sem sombra de pecado".

Sabe, há pessoas que ainda têm uma visão apolegética e apaixonada do Antigo Regime e que não conseguem fazer o luto.

Talvez fosse útil criar uma Associação para debater esta e outras questões.

muja disse...

Olhe, sinceramente, não sei que lhe diga...

"Desidealizar" o Estado Novo? Mas quem é que idealiza o EN?

De todas as pessoas que conheço, e até dos que dos que aqui comentam, quem eu diria que idealiza mais o EN, sou eu próprio.

Mas tenho razões e sei porque idealizo. E é muito simples de explicar: tanto quanto me é dado perceber e tanto quanto me apercebo, a 2ª República (porque incluo o Estado Social de MC) foi o último período da nossa história em que fomos realmente um país. Livre, independente e soberano. Ninguém mandava em nós e não mandávamos em ninguém.

Mas há mais, também muito simples de entender: foi o último período em que se faziam coisas bem feitas. E por bem feitas quero dizer: com princípio, meio e fim. Pensadas, ponderadas, preparadas, postas em práctica e rematadas. E cabem nisto desde leis a estradas.

Ainda outra, para compor o ramalhete: havia ordem e prosperidade. Não havia talvez a abundância que há (havia há dez anos, vá) hoje - muito embora, no meu entender, isso até possa ser debatido - mas havia uma prosperidade que hoje é uma miragem, se tanto. O país enriquecia, não apobrecia. Estava numa direcção ascendente, se quiser. Ao contrário de hoje, que nem é descendente: é a pique.

E isto sem tocar nos homens e personalidades que nos dirigiam e chefiavam e, particularmente, na idoneidade que tinham... Que está, quer se queira, a léguas do que hoje temos para aí.

Isto não me parece controverso, pelo menos para quem tenha dois dedos de testa e esteja de boa fé.



muja disse...

Resumindo o anterior numa frase: Na 2ª República, Portugal era um país com futuro.

Teremos sorte se ao cabo da 3ª ainda for um país...

Mas a diabolização sim, é um problema. Um problema grave porque:

- impede o escrutínio objectivo do que se fez bem e mal, estagnando o progresso das ideias;
- encobre - e é essa a sua função essencial - uma classe de ladroagem, medíocre como se nunca viu e enfeudada a interesses estrangeiros, que obteve o poder e deriva daí a pretensa legitimidade para o manter, definindo-se como o oposto do havia dantes, fosse bom ou mau. E para nosso azar, era, pelo maior, bom;

A terceira república é um regime que se define por oposição à segunda, nem mais nem menos (tem de mais o resto da porcaria que nos manda para cá a estrangeirada por conta da "globalização", mas é mais do mesmo). É esse o cerne da nossa tragédia.

É por isso que o seu argumento não colhe. Porque não há "terceira via" neste caso. Há defeitos que vêm de trás e se mantêm, decerto. Mas o problema é o resto, que é a maior parte. E V. não tem como escapar a isso. Não tem como se furtar à comparação.

Tem que regressar, reconhecer o que foi bem feito, e partir daí. Aproveita-se alguma coisa deste? É capaz, mas pouco. Apenas o que, do que estava no passado, ficar melhor o exacto oposto. E raramente a vida permite facilidades dessas...













Maria disse...

Infelizmente perdi um comentário esta tarde e foi pena porque este não sairá tão detalhado quanto aquele. Mas não importa, o que faltar ficará para a próxima.

Primeiro os meus parabéns a Mujahedin pelos seus dois últimos comentários. Qualquer deles cinco estrelas.

Depois, permito-me deixar a minha modesta opinião sobre o mesmo tema.

Não é possível fazer comparações entre este regime e o do Estado Novo, pois as diferenças entre um e outro são de tal modo abissais, em favor deste e em desfavor daquele, que sem o mais pequeno exagero tratar-se-ia quase de um sacrilégio.

E não, nunca me considerei salazarista nem a minha família chegada alguma vez o foi (com a excepção do lado materno que, não sendo salazarista declarada, simpatizava com o regime e não ostracizava o Dr. Salazar), nem eu podia ter sido, já que cresci em ambiente monárquico de um lado e republicano do outro.

90% dos portugueses receberam com entusiasmo e alegria o novo regime. Mais por cansaço e fartos da monotonia do dia-a-dia do que de outra coisa qualquer, mas sobretudo na expectativa de algo de novo que contribuisse para uma conscenciosa abertura política e principalmente para um mais rápido desenvolvimento económico e social do país. Desenvolvimento económico e abertura política que aliás já haviam sido iniciados havia anos pelo Prof. M. Caetano e disto o povo tinha uma clara percepção.

Comparações entre um regime e outro? Trata-se de uma missão quase impossível dadas as diferenças abissais que os separam. Salazar defendia a Pátria e o Povo contra tudo e contra todos. Os políticos que o substituiram amputaram a Nação em 90% do seu território e enviaram para o morte mais de um milhão de inocentes. No regime anterior não havia desemprego e quem disser o contrário mente. Este em que nos enfiaram à base de mentiras e traições mil, reduziu quase um milhão de portugueses ao desemprego e outro tanto à emigração e quase todo o restante à penúria, à miséria e à fome.

Salazar jamais permitiu que a maçonaria ditasse leis em Portugal e mantinha a maior parte dos seus membros mais activos bem longe do País. Os políticos que nos impuseram esta espécie de regime, pelo contrário, não só são eles próprios maçons desde primeira hora como é esta seita que controla e governa Portugal. O regime anterior nunca permitiu a entrada no país de bandos criminosos de qualquer espécie. Este regime não só os convidou como os legalizou, garantindo-lhes estatuto de cidadania. Enquanto perdurou o regime do Estado Novo a violência, fosse de que género fosse, inexistiu no País e a segurança dos portugueses era absoluta e estava mais do que assegurada. Neste regime a violência bruta campeia, os crimes espreitam ao virar da esquina, os assaltos diários em plena rua, em lojas e residências com o auxílio de armas brancas ou de fogo, são o pão nosso de cada dia.

Durante o Estado Novo os portugueses tinham alegria de viver e sentindo-se em total segurança e em paz viviam felizes. Desde o dealbar deste regime que o povo se sente inseguro, tem medo de tudo e de todos (o medo é justamente o primeiro sentimento inoculado nas populações das democracias pela maçonaria mundial por interpostas maçonarias locais, para mais fàcilmente poder dominá-las), vive deprimido e uma tristeza permanente invade-lhe o corpo e a alma.

Alguém que tenha experienciado com tempo suficiente os dois regimes consegue com honestidade fazer sequer uma única comparação qualitativa entre ambos? É completamente impossível, salvo se estivermos perante um doente mental ou um fanático esquerdista irredutível.

Anibal Duarte Corrécio disse...

São incomparáveis os dois regimes e não era isso que estava em causa.

Resumo assim se der mais jeito.

Nasci em 48.

Se me perguntassem hoje em qual dos regimes preferiria viver não optaria por nenhum.

Sobre a Associação, nickles batatóides...

José disse...

Mal por mal, para nós, este regime é melhor.

Mas se pensarmos no futuro para os filhos e netos não tenho a certeza que seja melhor in totum e capaz de possibilitar pessoas mais felizes.

A obscenidade do jornalismo televisivo