domingo, julho 20, 2014

Professores tratados como putos

O Público de hoje traz duas páginas sobre o assunto das "provas aos professores contratados" a realizar na próxima terça-feira e na sequência da já realizada em Dezembro do ano passado.
O artigo fala ainda da reacção dos professores afectados, em protesto contra tal afronta. E justo, a meu ver.

Num artigo assinado por Graça Barbosa Ribeiro dá-se conta da natureza dessa prova que me parece veradeiramente surrealista no contexto em causa.

É ler...


Da leitura extrai-se que a "prova" destinada a avaliação de professores contratados versa sobre várias matérias e não se percebe o alcance da mesma, a não ser para continuar a tratar os professores como mentecaptos que podem ser avaliados mediante testes escritos de sabedoria de almanaque.
À pergunta do título, ou seja o que precisa um professor de saber para dar aulas, só uma resposta será sensata: saber, conhecendo-a bem,  a matéria que ensina e conseguir transmitir a mesma aos alunos. O resto não interessa para nada.
Não são estas provas que o testam nem o seu resultado melhorará o ensino. Pode melhorar os números de funcionários públicos que exercem como professores, agora com contratos assimilados aos "privados", mas não é disso que se trata, pois não?

A propósito da formação de professores, deixo aqui umas imagens de um livro de 1965, uma compilação de pequenos textos, ensaios,  de autores portugueses, coligida por António Sérgio.

Há quase cinquenta anos, em pleno salazarismo,  o ensino não precisava daquelas provas espúrias para testar a qualidade mínima dos seus professores porque estes já o tinham demonstrado antes de iniciarem a actividade...
Gostava de saber se hoje em dia, nas ESE´s que pululam por aí e formam os professores vítimas destas "provas" se ensina algo aparentado com isto...e que constitui um enquadramento fundamental  da nossa cultura secular e livresca.

Questuber! Mais um escândalo!