segunda-feira, março 13, 2017

No Público, o Núncio já deu o que tinha a dar...

No Público de hoje nem uma página sobre o Núncio, a não ser na komentadoria do Livre Tavares. Como descobriu a conexão venezuelana da fuga legal dos capitais alheios, não lhe interessa o BES para nada quando tem um Núncio para dar porrada.


O Livre Tavares cavalga assim a onda popular do tiro ao Núncio, assestando-lhe as baterias de uma omissão grave: ao deixar de publicitar as estatísticas das transferências para offshores deixou o gato escondido dos capitais que rumaram ao Panamá, via BES e que eram da Venezuela nacionalizada. O horror é mais vivo porque o Núncio, em tempos que já lá vão, foi um dos advogados da empresa nacionalizada.

Ora o Núncio se tivesse autorizado a publicitação de tais estatísticas ficaria na mesma: só por curiosidade específica e autorizada, alguém fora do Fisco saberia que tais capitais eram da petrolífera venezuelana e tinha sido o BES a expatriar tal maquia.  O Livre Tavares é por isso e ipso facto um palerma com quem não se deve perder mais tempo devido a uma inteligência de alforreca.

Quanto ao Público, depois de enlamear bem enlameado o Núncio,  não irá certamente limpar as mãos à parede. Vai reincidir um dia destes e por isso cá estamos, para publicitar neste portal o jornalismo de pacotilha.

5 comentários:

Floribundus disse...

PS
Não, não é o regresso do PREC
Helena Matos
13/3/2017,

Portugal não está a viver um PREC mas sim a destruição do centro. O PREC esse vive-o o PS dentro das suas fronteiras e por isso deixa cair os seus próximos como Carlos Costa e Teodora Cardoso.

Não é o país que está a viver um PREC. Quem está a viver um PREC é o PS. Sei que parece que estamos a voltar a 1975: o tempo político como que acelera, banaliza-se o que ontem era impossível – por onde andará o regular funcionamento das instituições?! – lincham-se uns alvos na praça pública.

O que está a acontecer com Carlos Costa e Teodora Cardoso é dos manuais do leninismo e dos processos revolucionários: de repente, afastar os que foram definidos como inimigos é uma urgência. Se, como acontece no caso, estes não se afastam cortam-se-lhes os poderes e largam-se-lhe criaturas como o deputado Miguel Tiago e Eurico Brilhante Dias. Depois sobe-se a parada mesmo que isso implique perder aliados e tomar más decisões para o país: quase a fechar a semana o Governo recusou o nome de Teresa Ter-Minassian para o Conselho das Finanças Públicas, uma escolha que Teodora Cardoso considerava ser a melhor e que a História recomendava: Teresa Ter-Minassian foi a chefe de missão do FMI que negociou o programa de ajustamento português nos anos 80.

Conseguir controlar instituições como o BdP e o Conselho de Finanças Públicas tornou-se vital para o Governo e seus parceiros o que confirma que chegou a hora de rever os compromissos com a Europa e muitoparticularmente aquilo que o país diz à Europa. Tudo isso mais o ar destravado do ministro das Finanças a lembrar Vasco Gonçalves em Almada, pode remeter para o PREC mas aquilo que Portugal está a viver não é um PREC mas sim a destruição do centro. O PREC esse vive-o o PS dentro das suas fronteiras e vive-o com uma violência tal que é sobre pessoas tidas como próximas do PS, como são os casos de Carlos Costa e Teodora Cardoso (e de certo modo a própria Teresa Ter-Minassian, com quem o PS de Soares se vangloriava de ter excelentes relações) que se abate a artilharia governamental e, com a conivência dela, também a alarvidade do BE e do PCP.

A crença de que estamos a reviver um PREC no país é uma daquelas narrativas reconfortantes que nos permitiria acreditar que um dia haveria um novo comício na Alameda, passado o qual o país perceberia à evidência a loucura que o tomara e reentraria rapidamente na normalidade. Não só agora não vai ser assim como nem sequer foi bem assim em 1975. Em primeiro lugar o comício da Alameda, ou se quisermos o momento em que a classe média lisboeta veio para rua dizer que estava farta de revoluções, só aconteceu depois de a norte do Tejo o povo ter atacado, destruído, saqueado e incendiado as sedes do PCP, MES, LUAR, PRP e UDP. (A maior revolta popular do PREC em Portugal não foi de esquerda foi sim contra a esquerda e só o horror a ter de admitir que o povo de facto não estava com aqueles que o invocavam a cada segundo leva a que partidos como o PCP, tão dados ao culto dos seus mártires, não dêem a dimensão devida à violência de que aquele partido foi objecto em localidades como Alcobaça, de onde Álvaro Cunhal teve de ser retirado.) E em segundo e mais importante lugar: o PS agora está do outro lado da barricada. A Alameda em 1975 construiu um centro em torno do PS. O Pacto PS-BE-PCP em 2015 destruiu esse centro.

Não estou a dizer que em 2017 teremos de viver momentos de violência como em 1975 mas estou a dizer que a ideia de um momento-epifania, como hoje se acredita ter sido o comício da Alameda é manifestamente insuficiente e simplista para desfazer o nó em que estamos metidos.

Que PS resultará deste seu PREC? Não sei. Mas sei que o país cujo PS se expôs a um processo interno desta natureza – implodindo o centro – é um país mais dificil, mais duro, mais ridículo e mais pobre. E sobretudo, terminado o PREC em 1975 tínhamos a Europa à nossa espera e agora a Europa tem muito mais que fazer e com que se preocupar. O nosso processo é mais de decadência do que de revolução.

Floribundus disse...

Insurgente

exporta-se qualidade

Francisco Veloso vai deixar a direção da Católica-Lisbon para liderar a Business School do Imperial College London, uma das mais prestigiadas universidades e escolas de gestão do mundo, a partir do próximo dia 1 de Agosto. O académico português, com 47 anos, deixa a universidade portuguesa ao fim de cinco anos como ‘dean’ (diretor) da Católica Lisbon School of Business and Economic, anunciou o vice-diretor, Guilherme Almeida e Brito, num comunicado enviado aos antigos alunos da instituição.

A seleção de Francisco Veloso “decorre, em larga medida, da trajetória de sucesso que a Católica-Lisbon tem evidenciado ao longo destes anos”, explicam no mesmo comunicado. “O compromisso com a excelência académica, a visão global, a aposta na investigação e um foco crescente na inovação e empreendedorismo, têm vindo a afirmar a nossa escola a nível internacional”, reforçam, o que justificou que a escola atingisse “a 23ª posição no ranking das Top European Business Schools do Financial Times, a melhor de sempre para uma faculdade nacional.”

Anjo disse...

O JMTavares adopta, na sua crónica de hoje do Público, um dos pontos de vista que o José aqui tem exposto à exaustão.

Anjo disse...

O que não quer dizer que o resto da crónica seja, todo ele, brilhante.

josé disse...

Já lá irei...