Público de hoje:
O advogado Núncio, ontem era crucificado nos media por ter sido autor de um parecer jurídico, no âmbito de consultadoria numa firma de advocacia "internacional", a Garrigues, para a qual trabalhou entre 2008 e 2010.
A firma de advocacia, com predominância espanhola, representava interesses da empresa estatal venezuelana PDVSA, ainda no tempo de Chavez...e talvez por isso o PCP ande com muitas cautelas neste caso particular. Vai atirando pedras através dos seus trogloditas de serviço ( Miguel Tiago) mas esconde a mão para não sujar a imagem.
Hoje o Público descobre outra notícia fantástica sobre Paulo Núncio: foi advogado da Zona Franca da Madeira, esse cóio antipatriota que esconde fundos que nos são caros. A fantástica Ana Gomes está farta de o dizer...apesar de o PS dizer o contrário.
A notícia do Público, por isso, tem este relevo, associada à de ontem: "esta não é a única ligação do ex-governante a regiões com tributação privilegiada".
Portanto, temos um advogado-fiscalista, requisitado por empresas estrangeiras e nacionais interessadas em circular dinheiro por offshores e que fez parte de um governo no qual agora foi descoberto um problema de publicitação fiscal das movimentações nessas offshores.
Logo, culpado. De quê, afinal? De ter sido advogado-fiscalista e ter aposto um "visto" manhoso numa ordem interna tendente a publicitar tais movimentações de capitais quando foi Secretário de Estado.
O mesmo advogado já disse que foi sua intenção não publicitar e explicou de modo canhestro porque o fez. Andam agora a procurar motivos ocultos para tal façanha que suspendeu uma ordem de serviço interna que não era lei nem se impunha necessariamente como de cumprimento obrigatório.
Esta notícia de hoje do Público pretende esse efeito malandro: o tipo já andava há muito nestas águas turvas...estão a ver, não estão? O gajo é mesmo malandro...
É este o jornalismo do Público, hoje em dia.
Sobre a Zona Franca da Madeira já escrevi ontem que tem muito mais assunto pedir explicações ao marido da actual ministra da Justiça, Eduardo Paz Ferreira. Percebe há muito tempo da Madeira e também é um suposto especialista em direito fiscal, em zonas francas . Como é também sabido, foi fundador do PS e o PS recusa beliscar benefícios fiscais da Zona Franca da Madeira. O BE não tem o mesmo entendimento e desconfio que o Público alinha por este diapasão...
Quanto ao assunto de fundo, ou seja, as tais transferências para offshores é coisa do passado, já pouco interessa. Por exemplo, saber isto que o Jornal Económico relatou há dois dias:
Por esta notícia se denota que o grosso das transferências para offshores ocorreram por conta e risco do BES/GES, em datas que comprometem já, em grande parte o actual governo e não o anterior. Ocorreram por causa da Venezuela e da crise que enfrentam particularmente a empresa estatal de petróleos.
O BES tinha tal empresa venezuelana como o seu principal e melhor cliente. Em 2014 transferiu milhões e milhões que detinha em depósitos, para uma offshore no Panamá. Porquê?
Não foi certamente por causa do Núncio. Foi, além do mais, por causa disto, disto e disto. E mais isto. O BES ficou sem alternativa quando o seu maior cliente lhe roeu a corda. Conjugado com o que se passou em Angola, também por causa da Sonangol, a tempestade foi mais que perfeita e afundou-se o maior banqueiro português.
O Núncio no meio disto é um peão sem brega alguma. Na realidade o assunto das notícias do Público é, por isso mesmo, o caso BES/GES, mas os seus jornalistas ainda não sabem...
Também é, incidentalmente, acerca de uma marquise atamancada ao edifício e o conspurcou. Por causa disso, o "inginheiro" técnico do acrescento, licenciado pela UnI ao Domingo, vai responder na próxima Segunda-feira no DCIAP.
Por tudo isto é que o Jerónimo anda muito calado e cauteloso: os tiros ao Núncio vão-lhe sair todos pela culatra. Quanto à cretina Catarina é o costume: ignorância, arrogância e petulância.O resultado irá ser a irrelevância.