Num gráfico simples explica-se o essencial mas pouco. A notícia inicial do Público ( 21 de Fevereiro passado) desenvolveu-se para outros patamares mas o jornal não quer entrar neles porque as razões objectivas ( desviar as atenções gerais do caso CGD) foram atingidas. Em política o que parece é; um jornal que se empenha na politiquice parece isso mesmo, com a agravante de querer passar pelo que não é, ou seja, um jornal sério, com intuitos informativos isentos e apartidários, para não dizer ideológicos.
Este gráfico do Público de hoje tenta explicar que as comunicações dos bancos ao Fisco, a propósito de transferências para offshores são apresentadas à AT um ano depois de as mesmas se realizarem. Logo, o Fisco só poder fiscalizar ou investigar " a origem do dinheiro" se tal se revelar suspeito ou passível de sindicância.
Sabe-se agora que as comunicações das transferências ( não as transferências propriamente ditas) mais polémicas, as tais dos 9.500 milhões que fizeram as manchetes do Público não ocorreram exactamente entre 2011 e 2014 , ao contrário do que foi escrito, mas concentraram-se, no seu maior valor significativo quase todas após a segunda metade de 2015 e portanto, como diz António Leitão Amaro "só podiam ser fiscalizadas pelo actual governo".
Logo, só poderiam ter sido sindicadas pelo Fisco após essa data. Os tiros saem pela culatra e por isso o Público mistura e baralha tudo para não dar a informação que é importante: a fiscalização mais importante que deveria ter sido realizada só o poderia ser após o segundo semestre de 2015. O tal "tratamento" de elementos que o Público nunca esclareceu devidamente em que consiste. Não interessa muito informar sobre isso porque as pessoas poderiam ficar a saber do que se trata verdadeiramente e lá se ia a "notícia"...
Este caso do Público é um exemplo das maiores manipulações de notícias de que há memória na imprensa e merecia um inquérito só por si, tal como se fez na AR a propósito do assunto.
Não obstante, teve uma virtualidade positiva: pôr toda a gente a falar de offshores, mesmo sem saberem do que se trata e pôr outros jornalistas na peugada de notícias diversas mas relacionadas.
Uma delas surgiu agora, com a revelação do Observador:
O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, foi advogado durante três anos da empresa petrolífera venezuelana PDVSA, uma das principais protagonistas da saída de dez mil milhões de euros para o Panamá, que está na base da polémica das offshores. As receitas da petrolífera terão sido uma parte substancial dos 7,8 mil milhões de euros de transferências que saíram do BES e tiveram como destino aquele paraíso fiscal. O antigo governante fez parte da equipa do escritório de advogados Garrigues — que confirmou a informação ao Observador — que trabalhou com o braço da petrolífera na Europa (PDV Europe) entre 2008 e 2010. Paulo Núncio estava no Governo quando as transferências da petrolífera foram feitas (e comunicadas pelo BES) mas não registadas pela Autoridade Tributária entre 2012 e 2014.
Ora esta informação tem o seu interesse relativo. Se for verdadeiro o que o sindicalista da fuga ao Fisco, o senhor Ralha, diz, os impostos destas transferências estarão pagos. O que ele quer saber e pelos vistos o colunista de "direita", João Miguel Tavares também quer, citando o Ralha é "como foi isto, pá?" Como é que "fugiram" estes milhões do país -que eram de pessoas e empresas privadas- e afinal ficamos sem eles...como se fossem nossos!
Por outro lado, o articulista de "direita" descobriu que tudo isto tem origem no malvado BES que fugiu ao Fisco como uma enguia ao anzol. Ó pá! O Ralha já disse que não...e o caso BES/GES é de outra natureza que não o assunto do Público.
Quanto ao dinheiro venezuelano lavado por cá, pelo BES: pode ser um assunto parecido com o de Angola, mas...o que é que o nosso Fisco tem a ver com isso?
O BES foi o veículo da lavagem? E onde é que se sujou, afinal, tanto dinheiro? Na democracia popular de um Chavez? Decidam lá isso e perguntem ao PCP/BE se isso deve merecer inquérito parlamentar, ouvindo outra vez o Núncio sobre assunto em sigilo profissional. Afinal, se houve lavagem foi com a sua colaboração. Ou não e isso agora já não interessa nada?
O Público, isto, nem cheira. Não lhe interessa o cheiro.
Ora e parece que esta cretina já engoliu o engodo:
Numa sessão pública sobre a precariedade laboral no Estado, Catarina Martins referia-se, concretamente, aos quase 10.000 milhões de euros que foram transferidos para `offshore` sem o tratamento pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), entre 2011 e 2014.
A líder do Bloco aludiu a uma notícia do jornal Observador que dá conta de que o anterior secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, foi advogado durante três anos da empresa petrolífera venezuelana PDVSA, responsável pela “maior fatia” da saída daquela verba.
O passo lógico seguinte é instaurar um inquérito no MºPº, por crime de branqueamento de capitais, a cargo da elite venezuelana, no tempo de Chavez e depois.
Cá por mim, esta cretina vai mesmo ser protagonista desta história, a brandir epítetos com dedo espetado contra o chavismo...
7 comentários:
AhAHAHAHAHAHA
São tão imbecis estes anti-capitalistas
Confundem tudo, misturam tudo e até os colunistas de "direita" mostram nada perceber do assunto.
Que desgraça!
Esta tirada da cretina Catarina então é demais.
Desde que paguem os impostos devidos, sou pela livre circulação de capitais.
Por mim até podem transferi-los para o offshore "debaixo do colchão".
Evidentemente. Por cá ainda perdura o espírito do famigerado tenente Rosário...
O Tavares é uma nódoa que nem com benzina sai.
A Catarina não engoliu o engodo pela simples razão que faz parte dele. Engodos destes arrota ela ao pequeno almoço todos os dias. Porque é para isto que serve a Catarina.
È agora o que diz o «comuna» Ralha já consideras com interesse para deitares abaixo o Público não te cures não.!
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