No caso Sócrates, atento o montante envolvido, a natureza peculiar do cliente, com laivos acentuados de aldrabão compulsivo e as circunstâncias que envolveram o relacionamento conhecido entre ambos ( através da divulgação de escutas telefónicas comprometedoras) tudo indica estarmos perante um caso singular de atentado à ética elementar que um professor de Direito deveria respeitar e a faculdade sancionar.
Nada disso aconteceu nem mesmo depois de se saber que o ghost-writer é relapso e envolveu a mulher por causa de eventuais trafulhices fiscais virtualmente indetectáveis. No pasa nada, para os sapientíssimos e veneradíssimos membros do Conselho Científico da DFL. Nada viram, nada escutaram, nada souberam. E como o nada em ética é água destilada, lavada, baptizaram com o nome Farinho o novel professor, integrando-o no "quadro" do mesmo saco, com outras regalias e estatuto a condizer. Qualquer dia tem a borla e o capelo e há-de passear no pátio de Coimbra para avaliar a ética e saber de outros futuros doutores para o mesmo saco científico.
Recorde-se o primeiro, de 25.10.2016 e os comentários que então aduzi sobre o assunto do "saco de Farinho":
Como referi "o problema então seria o de a Faculdade de Direito se pronunciar acerca de um seu docente andar a receber "por fora" a fim de ajudar um político a escrever uma obra de literatura política. Para tal teria recebido cerca de 40 mil euros, o que torna a "colaboração para revisão do livro e notas de rodapé" a "revisão mais cara da História".
Por notícia veiculada no passado Sábado pelo mesmo cronista, aqui comentada, o professor Farinho já pertence "ao quadro" da FDL, por decisão soberana do seu Conselho de sábios cujos nomes foram devidamente apontados e são muitos...
Por outro lado, o Conselho Científico da FDL ( e de outras) é vasto de nomes experimentados nas leis, pelo que a vergonha, não podendo declinar-se no plural não encontrará par, nesse meio.
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