Sol-Sapo:
Vinte e três “viaturas familiares” topo de gama são entregues , para uso próprio, a um grupo de altos quadros da Parvalorem – empresa pública que gere os ativos tóxicos do BPN –, denuncia o Público. Para além dos carros, a empresa é também responsável pelo pagamento do combustível (até 300 euros por mês), do seguro, da manutenção, dos parques de estacionamento e das portagens, denuncia a auditoria da Inspeção Geral das Finanças (IGF).
No relatório, citado pelo Público, pode ler-se que “a atribuição de viaturas a dirigentes e alguns outros trabalhadores, resultantes do Acordo de Trabalho celebrado com o BPN antes da nacionalização, e que se consubstancia na utilização para uso próprio sem qualquer restrição de 23 viaturas de topo de gama”. Em causa estão “viaturas premium da marca Mercedes, BMW, Audi e VW”.
Para a IGF, a utilização destes veículos constitui “um complemento remuneratório” que está apenas reduzido a um grupo restrito de quadros de topo da empresa. No entanto a auditoria conclui que “uma significativa percentagem” dos trabalhadores recebe “remunerações elevadas, quer quando comparadas com o setor das Administrações Públicas quer com o privado”. Alguns dos altos cargos chegam mesmo a receber por mês mais do que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa ou do que o primeiro-ministro, António Costa.
Único comentário que se me oferece, um poemeto de Alexandre O´Neill:
“País engravatado todo o ano / e a assoar-se na gravata por engano”; “O incrível país da minha tia, / trémulo de bondade e de aletria“; “País do eufemismo, à morte dia a dia / pergunta mesureiro: — Como vai a vida?“ .
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