Nesse tempo dos anos 30 a 60 do século passado os acontecimentos da nossa vida colectiva eram apresentados pela informação do regime de então de um modo que não integrava todas as correntes de pensamento. A oposição de esquerda comunista não era vista nem achada e ainda por cima era censurada.
Porém, nem isso impedia uma boa parte da imprensa da época de ter nas suas redacções jornalistas dessa mesma esquerda que faziam o que podiam para transmitir mensagens ideologicamente encriptadas no que escreviam.
Há inúmeros exemplos disso, de ludíbrio dos coronéis reformados da Censura, o que denota uma aparente incompetência que só poderá ser condescendência para com a incompetência e mediocridade dessa mesma oposição.
Não é segredo para ninguém que o PCP à data do 25 de Abril de 1974 tinha uns poucos milhares de militantes, aliás de eficácia desprezível. Talvez por isso os poderes de então, mormente a polícia política da DGS não mediram as consequências da revolta latente nas Forças Armadas, o que se revelou fatal porque o regime já não tinha coerência suficiente para se manter por si. Marcello Caetano teria conduzido o regime para outra dimensão, eventualmente democrática, com a saída de África no horizonte.
Teríamos uma "saída limpa" do regime autoritário, para um regime mais consentâneo com o dos outros países europeus, o que veio aliás a suceder, pela via mais tortuosa e dramática. Primeiro com flibusteiros, no PREC e depois com os medíocres que nos governaram estes últimos 40 anos e procuraram apenas governar-se a si e a uns tantos, uns poucos milhares, que fazem parte da "classe política" organizada nos partidos que conhecemos e instituições deles dependentes.
A nossa decadência é actualmente sem remédio aparente e deve-se a este regime podre em que vivemos, de medíocres e incompetentes.
O Estado Novo é-nos apresentado por essa "classe política" e mediática como o "fascismo" e Salazar ou Caetano porque o Estado Novo, para essa intelectualidade só acabou no 25 de Abril de 74, como fascistas. Não há variação mediática nesta música de ouvido, de há 40 anos a esta parte.
Portanto, o Estado Novo foi outra coisa e se estas pessoas não o explicam como deve ser, devemos procurar a explicação mais consentânea com a realidade. Uma das formas, talvez a mais imediata é ler o que dizia o regime de si próprio. Os factos e as ideias.
No livro assinalado, este, publicado em 1957 para comemorar os 30 anos do regime:
Temos uma introdução do autor, F. Matos Gomes, explicando o que o regime era e o que fizera nesses trinta anos.
Já em 1956 Marcello Caetano era considerado a segunda figura do regime:
O livro tem mais de 650 páginas e a primeira dúzia dedica-se a esclarecer o que o regime, nos primeiros anos fizera: endireitar as contas da Nação e devolver a dignidade ao Estado, após anos e anos de desmandos monárquicos e republicanos, socialistas e laicos, com orientação maçónica.
Sobre o nosso "isolamento" muito propalado pelo esquerdismo comunista, inspirado no Leste, ficam aqui estas três imagens: a do meio com americanos e a final, com referências do Times de Londres, ao que Salazar fizera para tirar um país da bancarrota...
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