O Público de hoje dá quatro páginas ao assunto Isabel dos Santos, de Angola. Duas para referir dúvidas acerca do comportamento do banco Eurobic, gerido pelo ex-ministro das Finanças de José Sócrates, Teixeira dos Santos.
O caso tem importância porque foi do Eurobic que partiu o dinheiro- 58 milhões de dólares, em 16.11.2017- para uma offshore que será controlada por aquela Isabel dos Santos.
Qual o problema? O Eurobic deveria reportar às "autoridades" portuguesas eventuais "suspeitas".
Suspeitas de quê, já agora? Não sabemos e o jornal não informa devidamente. Segundo "uma fonte do DCIAP" parece que poderão ser suspeitas de crimes de burla ou de abuso de confiança!
Balha-nos santa Ingrácia! "Burla"? "Abuso de confiança"?, numa transferência bancária, de um banco cuja titular de 42% do capital é a própria Isabel dos Santos? Ainda por cima documentada com justificações formalmente válidas? Enfim, nada mais se pode dizer de uma notícia destas porque fica tudo por aqui.
As outras duas páginas é uma espécie de artigo de opinião sobre o que se passou em Angola no tempo de José Eduardo Dos Santos. É uma explicação já conhecida no sentido de o estado angolano e o regime ser, desde sempre, um Estado absolutamente corrompido pelas elites angolanas, sem distinção, incluindo a actual que está no poder.
O articulisa Aguiar-Conraria explica melhor: tal como na União Soviética, a queda de um líder em desgraça arrastava o seu opróbrio público, até que o sucessor também caísse no mesmo, em Angola é isso que acontece.
Evidentemente quem está agora na berlinda é a tal Isabel dos Santos.
O Correio da Manhã já cavalga a onda do tipo rosa grilo: a sensação já aparece na capa e nas páginas interiores.
Qual foi este "golpe milionário" que o CM passa a "pente fino" da piolheira na redacção? Foi este, assim explicado: tribunal cível de Luanda decretou arresto, logo o dinheiro era do Estado. Simples, fácil e com milhões à mistura, para este CM.
Segundo esta lógica também a EFACEC está na jogada e por isso não se contém o jornalismo do CM. Foi "Angola" que comprou tudo e Angola era da Isabel dos Santos e do pai. É esta a lógica deste "pente-fino".
Daqui até se entender que "Angola" é que financiou o universo das empresas da Dos Santos que sacaram e roubaram o estado angolano vai o passo de um anão que é o jornalismo do CM.
A partir daqui é só pôr mais notícias destas na capa porque a tal Dos Santos tem muitas empresas e muitas participações em empresas portuguesas. Porque não a SONAE, a dona do Público?
Porque não colocar uma primeira página a contar que a SONAE é cúmplice da roubalheira angolana e o Público um produto do crime?
Bora lá! Força, Octávio! Mais "pente-fino" nessas cabeças oleosas...
De resto no Público aparece uma pequena referência naquele artigo sobre a corrupção angolana que merece referência:
"De acordo com Àlvaro Sobrinho, o ex-presidente, Dino e Kopelipa `roubaram três mil milhões de euros aos portugueses", no caso da garantia soberana de cinco mil milhões que o estado angolano tinha concedido ao BESA e depois revogou.
Esta é notícia que deveria fazer soar os alarmes no DCIAP! Inquérito, já! Afinal somos nós as vítimas...de um crime público em que as mesmas existem e já foi denunciado há muito.
O crime foi praticado em Angola? Que importa! Isso impediu a instauração de todos os inquéritos por branqueamento de capitais, mesmo sabendo de antemão que seriam para arquivar?
O ridículo...aqui não vai matar mas engordar.
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