segunda-feira, julho 21, 2014

António Costa do PS, o poder da ilusão e as bancarrotas

Do Observador:

A entrevista de António Costa ao Púbico é muito preocupante. O provável candidato socialista a primeiro-ministro, a acreditar nas sondagens, não entende o que se passou em Portugal desde 2011. Segundo o candidato socialista, as políticas de austeridade foram o resultado da “ideologia liberal da direita” que está no poder e da subordinação da política à “tecnocracia”. Infelizmente, os entrevistadores não tiveram a lucidez de apontar a evidente contradição entre as duas afirmações. Os entrevistadores também nunca perguntaram quais foram, para Costa, as causas da crise, por isso não sabemos o que pensa sobre isso. Só sabemos que não pensa “o mesmo que a direita pensa”. E para o futuro, Costa afirma “que é preciso um outro caminho e bem diferente”. Ora, quando o comum dos leitores julgaria que a pergunta seguinte seria, ‘muito bem, então qual será esse caminho?’, os entrevistadores, mais uma vez, aceitaram uma resposta (e que resposta) sem qualquer escrutínio.

Aliás, não é fácil recordar-me de uma entrevista tão simpática para um político como esta. Vejam a pergunta que se seguiu, à tal afirmação cuja clarificação seria fundamental para os portugueses: “as legislativas devem ser antecipadas, até por causa do orçamento do Estado?” Em vez de querer saber o que Costa faria de diferente do actual governo, o que os entrevistadores querem saber é se Costa pretende eleições antecipadas...

(...)
No fundo, a realidade é muito simples, mesmo que seja dolorosa e dura. O Estado social necessita do financiamento dos mercados e estes só financiam a juris aceitáveis se os governos fizerem reformas e cortes. Claro que estamos perante um problema político muito complicado, sobretudo quando se fizeram promessas e criaram expectativas durante décadas, que agora não podem ser cumpridas, e quando não se disse a verdade às populações atempadamente, e foi necessária a bancarrota para lhes impor a realidade de um modo brutal. Acusar o actual governo e o PM por tudo isto constitui uma dos maiores exercícios de demagogia e de irresponsabilidade da história recente de Portugal.

António Costa e a maioria do PS recusam-se a aceitar a realidade, como ficou mais uma vez demonstrado com a entrevista ao Público. Se António Costa for eleito líder do PS e os socialistas ganharem as eleições em 2015, menos de um ano depois teremos um novo programa de resgate e a “troika” de volta a Portugal. Compete ao PSD e ao CDS, juntos ou separados, explicarem isto aos portugueses.


Porque será que os socialistas sempre tiveram  estas ideias de demarcação entre uma esquerda mítica e uma direita ainda mais elusiva, se afinal PS e PSD e ainda o CDS,  estão condenados a praticar a mesma política económica, como se demonstra de há quarenta anos a esta parte?

Há alternativa ao capitalismo tal como o conhecemos? Não e é o PS quem sempre o confirmou. Então porque surgem nestas alturas eleitorais as velhas ideias falsalmente dicotómicas entre uma esquerda que se afirma num ideia e que pratica sempre a sua frustração, e uma direita mítificada que pratica a mesma política?
Evidentemente que a razão é simples: apelar sempre, na ilusão do costume, para a alma do sentimento de quem é pobre ou remediado no pensamento e que sendo maioria pode conceder vitórias folgadas e absolutas no exercício eleitoral.

Esta bandeira ideológica sem ideias teóricas tem conseguido sempre bons resultados e em equipas que ganham, não se mexe...e como Portugal está cada vez mais pobre, mais adeptos do socialismo à Costa consegue ter. O acervo de votos que contam são favas contadas e os indecisos conquistam-se neste ilusionismo. O círculo vicioso já começou outra vez e não há ninguém suficientemente eloquente que desmonte esta nova ilusão.
O analfabetismo vigente, objectivamente pior que no tempo de Salazar e que conduziu directamente às "provas" para os professores contratados, em si mesmas o sinal claro do fenómeno, fará o resto.

O resultado de tudo isto? As três bancarrotas que tivemos até agora, em 40 anos de democracia.

8 comentários:

muja disse...

Mais ou menos... A abstenção tem crescido sempre. Segundo a Pordata, de uns incríveis 8,5% (em que não acredito nada, mas é irrelevante) em 1975 aos 41,1% de 2011.



josé disse...

Pode acreditar. Em 1975 toda a gente se preocupou com os votantes. Velhos, cegos, analfabetos ( com atestados médicos e por isso acompanhados) votaram. Eu sei porque vi.

muja disse...

Ah pois, assim acredito...

Anónimo disse...

Presidi a uma mesa eleitoral em 1975. Toda a gente votou, mesmo alguns muito velhos(as) com ajuda dentro da cabine.

josé disse...

As primeiras eleições de 1975 foram um acontecimento propagandeado ad nauseam.

Todos votaram porque a pressão para tal foi enorme. Foi um acontecimento de tal modo importante que até nas igrejas se falou...

Pedro disse...

O António Bosta não tem legitimidade para vir a ser PM.
Não é Português, ponto final.

E essa tem ser a condição primária para representar qualquer órgão de poder, seja local seja nacional.

Eu nunca o reconhecerei como PM tal como não reconheço legitimidade a este governo, cujo PM é um drogado e um bastardo da banca e prostituta do capital apátrida.

Quem votar nos bastados do bloco central é co-reponsável por bancarrotas, pela terceiro-mundialização de Portugal, por desfiguração do sistema de ensino, pela destruição do sistema de saúde, pela venda de património colectivo e nacional(Não confundir este conceito nacionalista com a retórica da foice e marcelo), pela decadência geral da sociedade, com drogados por todo o lado, delinquencia, corrupção em todos os sectores etc.


Ou matamos a democracia(Cavalo de troia da judaico-maçonaria) ou a democracia acaba connosco.

muja disse...

Não é português porquê?

E essa de quem votar ser responsável é um belo paradoxo, eheheh! Ninguém é responsável, por isso é que toda a gente acha um piadão a este sistema e diz que é o menos mau... Apenas haveria responsáveis se todos votassem ou ninguém votasse.

Assim, são tão responsáveis os que votam como os que não votam, dependendo do ponto de vista... ou seja, todos e nenhum. Mais um passe de magia da democracia...

lusitânea disse...

O monhé Costa pelas suas acções salvadoras do planeta por conta do indigenato tem de facto problemas de identidade.Que por perigosas os indígenas devem colmatar e depressa...

O Público activista e relapso