terça-feira, dezembro 15, 2015

A semântica do jornalismo popular

Correio da Manhã de hoje, no rescaldo da entrevista de ontem, de José Sócrates à TVI. O jornalismo do CM, de carregar pela boca no que se refere às notícias deste género, usa os termos correntes para designar as situações.

 Sócrates foi por isso "apanhado no negócio do sangue" uma vez que o jornal descobriu que há uma nova investigação paralela à do Marquês e a correr termos no DIAP.
Tratar-se-á de crime económico fora da alçada do DCIAP, envolvendo indivíduos relacionados com José Sócrates. O patrão da Octapharma e o ( ainda) presidente da ARSL, Cunha Ribeiro. Ligação a José Sócrates? A eventual acção de favorecimento da empresa que deu emprego ao dito. Há indícios disso? Nem por isso tal se noticia porque a informação é demasiado escassa e a  palavra capciosa é  "apanhado" que a jornalista Tânia Laranjo sabe que cheira mal mas ainda assim usa despudoradamente, expondo o jornal a novas acções judiciais.

Como cantava Bob Dylan em tempos remotos, "para se viver fora da lei é preciso ser honesto". Ou seja, não embarcar em habilidades semânticas e noticiar quando é de noticiar sem ademanes linguísticos de pendor popular.  Jornalismo destes desvirtua as qualidades que também lhe são inerentes e espelham na segunda página do jornal, sobre o assunto.

Por exemplo, é notícia importante saber que a fundação de Mário Soares foi beneficiária em grande daquela firma farmacêutica. Porquê?
É ainda notícia importante saber que Costa Andrade, professor em Coimbra de direito penal ( e que sei através desta notícia que deu a última aula em Coimbra), entende que a providência cautelar que mandou calar o jornal " não tem sustentação jurídica em Portugal" e é apenas uma censura prévia disfarçada.
Por falar em Costa Andrade: não há ninguém com capacidade que o entreviste? Por mim já tentei, mas desisti. Nem sei bem porquê...

Sobre a entrevista a José Sócrates  a notícia também é escassa e muito haveria a escrever, para além da foto que vale por mil palavras: o inefável Sérgio Figueiredo a receber o entrevistado como figura de Estado...pois saberá muito bem o que lhe deve.

Em vez da semântica popularucha dos apanhados seria melhor apanhar o entrevistado naquilo que lhe é inerente que é a aldrabice permanente.

Disse que a detenção no aeroporto não é admissível num Estado de Direito. Não?  Seria melhor mostrarem-lhe esta imagem que tem poucos anos:


Dominique Strauss-Khan é pessoa bem mais importante do que este pindérico a contas com um caso de polícia que quer transformar em político, de modo patético como toda a gente já percebeu.
D-SK foi confrontado com a polícia no aeroporto. Foi detido do modo que se vê. Algemado, conduzido sob escolta e ouvido nas condições que se notam. Fotografado e obviamente humilhado porque é assim que as coisas se passam quando se passam. E tudo aconteceu num país que este pindérico não será capaz de negar que é civilizado. Até tem um "bijan"...em Los Angeles e que este pindérico conhece tão bem que até lá foi parar à montra, com o nome acrescentado de "prime-minister of Portugal", vergonha de todos nós em história nunca contada, como a TVI de então mostrou. 



Invocar o Estado de Direito para contestar o princípio constitucional acerca da igualdade de todos perante a lei só ocorre a mentecaptos deste género que contam com a passividade de apaniguados e a ignorância do que é um Estado de Direito. 

2 comentários:

Floribundus disse...

no CM sabem muito bem fazer estragos

mais uns pares de bandarilhas no cachaço

o 44-33 ainda acaba a falar sozinho
como certos indivíduos que andam pelos jardins a fazer relatos diversos

culpada
'é a tua tia', talvez por ter casa

Karocha disse...

Nos States e no UK estavam todos presos José !!!

O Público activista e relapso