quinta-feira, outubro 27, 2016

Freitas do Amaral, um bom exemplo de governante português...



Freitas do Amaral, o antigo fundador do CDS "rigorosamente ao centro", está agora no centro do bloquismo centralizado no PS.

Hoje dá uma entrevista ao Público em que se pronuncia sobre José Sócrates e o processo que o envolve. Em resumo, diz que " Caso Sócrates é um mau exemplo da justiça portuguesa".

FA não leu certamente a entrevista recente da PGR espanhola ( A Fiscal General) que assumia abertamente que em Espanha tal caso não poderia ser muito diferente, atenta a complexidade dos assuntos em jogo e a demora no cumprimento de cartas rogatórias a países estrangeiros.
FA, professor de Direito assim não pensará e atirou afoito ao bode expiatório: a Justiça portuguesa, coitada que de tão maltratada por estes figurões parece aquela canção brasileira que fala em "de tanto levar frechada de teu olhar, meu corpo até parece tábua de tiro ao alvo...não tem mais onde furar".

Sobre a sua excelsa prestação governativa como Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros do referido Sócrates, entre Março de 2005 e Julho de 2006, Freitas está muito orgulhoso de tal façanha. Até está contente com a Geringonça, imagine-se!

.E contudo se FA tivesse um pouco mais de vergonha que foi perdendo ao longo das décadas, teria reflectido no que disse sobre a Justiça em Portugal.

FA fez parte de um Governo que preparou uma revisão profunda em certos aspectos da lei processual penal que foi aprovada em 2007 e já se gizava quando saiu do Governo de que era ministro de Estado e que certamente acompanhou em conselhos de ministros a exposição dessas matérias.

Entre as modificações operadas em 2007 encontra-se aquela que permitiu a discussão jurídica acerca da competência em analisar escutas telefónicas nas quais intervenha um chefe de governo. Não se conhece o que FA pensava sobre isso e se aprovava a solução proposta.
Também não se conhece nenhum contributo seu, enquanto governante para evitar que a Justiça se tornasse um "mau exemplo", sendo certo que as modificações processuais e não só se operaram no tempo do governo de que fez parte.

É caso para dizer que é preciso ter lata, mas FA tem-na. Foi-a arranjando aos poucos desde que perdeu a presidência da República para Mário Soares, por algumas dezenas de milhar de votos, em 1986.

Desde então nunca mais se recompôs... nem mesmo quando foi para a Assembleia Geral da ONU em 1995 ou quando foi para a presidência da Administração da GALP em 2011.

Freitas do Amaral transformou-se num belíssimo cromo exemplar dos políticos que temos...até nesta maneira de julgar o sistema de Justiça que ajudou a estruturar: nunca é nada com eles, mas com os aplicadores das leis que aqueles  fizeram....

9 comentários:

Unknown disse...

A prostituição tem muitos rostos...

josé disse...

É pior: na prostituição vende-se o corpo. Aqui, entrega-se a alma.

joserui disse...

Tem rezado muito pelo 44… ao que isto chega. O rigor do centro em Portugal sempre foi no centro da esquerda. A direita é uma autêntica miragem, mas palhaços como este há muitos e enganaram muita gente durante muito tempo. Este é patético, nem sei se terá noção de tal facto. -- JRF

foca disse...

O Marcelo Caetano é que o percebeu cedo
Um vendido sem ponta de caráter

zazie disse...

Diz que rezou por ele.

joserui disse...

O Marcelo foi visitar o amigo Fidel… Pergunto-me porque não vão todos e ficam por lá… -- JRF

Asam disse...

Tudo farinha do mesmo saco.

Floribundus disse...

havia o
'saltitão tornicotão'

Maria disse...

Este Freitas é um vendido. Ele teria ganho a presidência sem a mais pequena dúvida com os votos obtidos pela maioria do eleitorado que o apoiava incondicionalmente (isto antes dos portugueses descobrirem a massa reles de que é feito), porém os milhares de votos a mais que se disse Soares ter obtido, tratou-se de uma rotunda mentira produto da escandalosa e descarada manipulação dos votos para o outro oportunista e aldrabão ganhar, claro que com o pleno consentimento do cobarde Freitas. É o que se passa, de resto, em todas as democracias do mundo.

O frontal e desinibido jornalista Alfredo Farinha explicou esta trapaça muito bem explicadinha num belíssimo e esclarecedor artigo n'O Diabo, aqui há uns anos. E disse-o com conhecimento de causa porque participou na contagem de votos e respectivo escrutínio.
Este homem demonstra também ser um sem-vergonha porque se passou do CDS para os socialistas com a maior das descontracções e sem o mínimo rebuço. Não tem nenhum carácter e vende-se a quem lhe der mais. O cargo que lhe foi 'oferecido' nas Nações Unidas foi a paga pela nojice em que concordou em participar, naquelas famigeradas eleições. E a nojeira foi de uma tal ordem de grandeza que a paga foi-se perpetuando até mais tarde ter ascendido..., novamente com desvergonha..., a ministro socialista dos Negócios Estrangeiros. Que triste vida a deste espécime.

Quem não honra o próprio nome e não possui verticalidade nem integridade nos actos que pratica, não vale um tostão furado (estes tostões, de que possuo um exemplar guardado pelos meus Avós e passado aos meus Pais, não valiam absolutamente nada quando ainda circulavam no início do séc. XX). Esta personagem nada vale como pessoa e menos ainda como político. Mas ele não é o único, houve e há muitos mais. Um verdadeiro nojo.

A obscenidade do jornalismo televisivo