domingo, dezembro 11, 2016

Até os turcos tiveram um Império.

Sapo:

Pelo menos 38 pessoas, 30 das quais polícias, morreram em duas explosões no centro da maior cidade da Turquia, perto do estádio do clube de futebol Besiktas.
O grupo radical curdo Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), próximo do ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), reivindicou hoje o atentado de sábado à noite em Istambul, que fez 38 mortos, segundo uma agência pró-curda.




 A Turquia está hoje confinada a um território do planalto da Anatólia, mas há uns séculos, quando o  nosso Império Marítimo se formou, os turcos dominavam uma região inteira do globo e eram um verdadeiro Império, mais antigo e mais extenso que o nosso jamais foi.

Os curdos são um povo de algumas dezenas de milhões de almas que faziam parte desse império que até ao séc. XIX se manteve na região e que acabou desmantelado porque "os impérios também se abatem".

O império otomano, na primeira guerra mundial tomou partido ao lado dos alemães e perderam, tendo sido esse o seu fim. 

Não obstante, o actual herdeiro dos príncipes otomanos, Erdogan de seu nome, considera que tal pode ser revertido...e um dos seus ministros disse em Sarajevo, em 2011 que "nós estivemos aqui, estamos aqui e estaremos sempre aqui".

Talvez por isso seja interessante recordar a história do império otomano, tal como contada pela revista francesa Le Figaro Histoire de Dezembro-Janeiro 2016 e ainda a já mencionada revista do Le Monde, sobre os grandes impérios.








E os curdos no meio disto? Resistem porque são um povo que ainda não tem pátria e ocupa a pátria  de outros povos como os da Turquia, Síria, Iraque e Irão.
 A Bulgária, Sérvia, Bósnia, Roménia, Grécia, Egipto, Argélia, Tunísia, Síria, Iraque, Líbano, Palestina/Israel, entre outros tiveram direito a um país e uma nação. Os curdos...nada.


A Turquia moderna é uma sombra do que foi o Império Otomano. Porém, reduzida à dimensão de uma nação amputada de outras partes que fizeram parte do Império, o que lhes foi imposto desde o século XX, conformou-se com a situação e não se lamuria demasiado, a não ser em proclamações do género das citadas... e recusando que possa haver mais amputações dolorosas para a dignidade dos turcos neo-otomanos.

Que hipóteses terão então os curdos de um dia  se tornarem em nação independente com território autónomo?  Só o tempo o dirá. Para já matam gente indiscriminadamente, em atentados terroristas. Como o de ontem.

5 comentários:

Floribundus disse...

de Viena à Arábia
virou rectângulo

com Curdos à perna

zazie disse...

Artigos destes é que não temos

joserui disse...

Bem, em defesa dos curdos, se mataram 30 polícias, não foi assim tão indiscriminado. Há bombardeamentos cirúrgicos que matam menos talibans e mais convivas de casamentos… -- JRF

josé disse...

Em França estas revistas publicam mensalmente artigos desta qualidade que por aqui não há.

Lá existem vários conhecedores destas matérias e publicam estes artigos em revistas para o grande público uma vez que estas se vendem nos quiosques como os jornais.

Portugal nesse aspecto nada mudou desde o séc. XIX em que a cultura vinha de lá, como Eça e outros sabiam.

Unknown disse...

Os Curdos não foram premiados na lotaria pós Grande Guerra...

O Público activista e relapso