segunda-feira, maio 15, 2017

A Censura democrática

No Sol do fim de semana, José António Saraiva acrescenta um pequeno capítulo ao seu livrinho de memórias, recentemente censurado por um tribunal nacional por causa da queixa de uma tal Câncio.

Este pequeno capítulo é um obituário por uma figura agora desaparecida, Nuno Brederode dos Santos e que era do PS inicial que em 1975 tinha um jornal oficioso que fechou por causa da greve dos tipógrafos comunistas. A República do PS que fechou nessa altura deu lugar à Luta do mesmo PS e por sua vez, falida tal Luta, apareceu logo um Portugal Hoje, dirigido por um tal João Gomes, no dizer do articulista, mais sectário que o Rego que dirigia o outro jornal e que de si já era sectário em demasia.

É ler para ver como se faz censura no regime democrático...


A diferença entre o antigo regime e o que o substituiu é apenas a falta de vergonha do substituto.

5 comentários:

Floribundus disse...

sem sura
sem comer
sem dentes
sem HIV nem hepatite
sem eutanásia
sem nada
sem prempé está o monhé

contra-baixo disse...

Vantagens de viver em democracia - saiu de um jornal e foi para outro dizer mal de quem quis! Silenciamento de opiniões, sempre houve e sempre haverá, decorre de os jornalistas e os jornais terem dono. Diferente é a existência de um regime legal que censura, lança o opróbrio e retira o ganha pão a quem pensa de forma diferente.

josé disse...

O efeito, esse, vai dar ao mesmo ou pior. No caso presente a censura é "democrática", toda a gente dos jornais a faz. Dantes era autocrática e dirigida pelo Estado e toda a gente dos jornais sabia bem o que não se podia escrever. Agora também sabem mas a geometria da Censura é variável.

Em suma: não sei qual delas será pior.

Claro que parece que há quem adore esta censura democrática, por o ser e atribuir poder aos situados e instalados a benefício das suas castas.

josé disse...

É a Censura dos hipócritas...e de quem os apoiar.

Neo disse...

Pior que hipócritas, é um bando de patifes!
Praticam às escondidas tudo o que criticaram no anterior regime e ainda pretendem sair por cima, com superioridade moral.
Isto é tão escabroso que nem a RTP ou as rádios publicas fogem ao padrão. Talvez até sejam os piores exemplos.
Quem não recorda o caso do "Clube de Jornalistas" na RTP 2 ou o caso do Rodrigues dos Santos quase despedido por dizer algo tão óbvio como que o governo PS/Sócrates tinha aumentado a dívida?

O Público activista e relapso