terça-feira, maio 09, 2017

Fátima como deve ser

O jornal O Diabo mudou de direcção e a única alteração de vulto que noto foi a passagem do artigo semanal do Prof. Martinez,  da segunda para a décima segunda página, o que nem está mal de todo, mas pode ser sintoma de algo disfuncional, no jornal. Veremos.

Os artigos do Prof. Martinez são sempre um pequeno compêndio de sabedoria singular e académica que tende a perder-se pela pequena importância que lhe dão por ser um "fascista" salazarista e reaccionário e ainda outros epítetos que o lançam no opróbrio do esquecimento e da ausência de citação seja por quem for.

Os escritos do Prof. Martinez, se fosse outro qualquer Rosas ou quejandos já tinham direito a livro e entrevista na tv. Assim, teremos sempre Loffs a comentar a História e Flunsers a glosar factos opiniáticos da esquerda marxista nacional, sem contraditório algum.

Seja como for, o que me traz aqui é outra coisa: um artigo no jornal, sobre Fátima, desmascarada das verões pós-modernas,  por um dos estudiosos dos acontecimentos de há cem anos. O bispo de Leiria/Fátima, António Marto parece-me um homem de Fé. E o seu testemunho é o que também penso sobre o que sucedeu em Fátima, segundo o que a Igreja Católica procura transmitir:



O bispo Marto também foi racionalista e céptico,  na altura em que estudava com doutores da Igreja. Mas o testemunho de pessoas simples fê-lo mudar de ideias.
Era disso que precisavam outros padres que pretendem explicar o que os simples entendem.

A entrevista ao Observador está aqui.

9 comentários:

Neo disse...

A julgar pelas palavras do bispo Marto, parece que o Seminário também forma "o homem novo" :)


O padre Paulo Ricardo Azevedo explica como a Igreja foi inoculada:

https://www.youtube.com/watch?v=76AsjEl5g-o

PJMODM disse...

Já aqui tinha estado para deixar referência à excelente entrevista de D. António Marto no Observador (porque não dar o merecido destaque com link à entrevista?), em linha com muito do que aqui na Porta da Loja vinha sendo discutido (nomeadamente sobre a racionalidade e a fé), tendo o Bispo de Leiria respondido de forma direta, com serena sabedoria e Fé, ao P. Anselmo Borges e a D. Carlos Azevedo.
Estes últimos invocando formulações de Ratzinger tresleram-no, não digo que nisso revelam (ou deixam de revelar) um problema de fé (não tenho capacidade nem habilitação para o avaliar, e muito menos qualquer autoridade para o efeito), mas confirmam, de forma clara, o que já suspeitava sobre os dois e as suas limitadas capacidades de captarem o arsenal conceptual (e filosófico) de alguns textos (no pressuposto de que não existe má fé ou simples vontade de "flirtar" com o marxismo cultural). Sendo certo que Ratzinger será, além de teólogo e Papa emérito, um dos mais importantes filósofos da segunda metade do século XX (e início do XXI), como todos os Grandes pode ver os seus textos serem atingidos por conversas da treta (em que existem muitos experts, incluindo na Igreja católica, hoje um dos mais recorrentes botou palavrura para os microfones do costume).
PS Uma última nota, embora com muitos textos de que discordo e com pontuais orientações que me são antipáticas, na sua pluralidade e diversidade, sem olvidar a restante paisagem mediática (e lixos como "Ditos de Notícias", e "Espessos"), o Observador tem logrado ocupar um espaço e publicar opinião que de outra forma não tinha abrigo e a devida difusão.

Josephvs disse...

O Observador nào deixa de ser uma Merda

josé disse...

Pode ser uma Merda, mas para mim se assim for será apenas uma caganita, ao pé de monumentos escatológicos do tomo como o Expresso ou o Público.

josé disse...

Sobre a Fé dos outros também não me apetecia muito falar. Mas sobre os testemunhos dessa Fé, mostrados da maneira que se viu, já é oura música. De requiem...

zazie disse...

Muito boa esta explicação do bispo. Simples e clara.

Floribundus disse...

na Igreja 'há de tudo como na botica'

o enertainer deve andar a tratar a úlcera antes de ir ao beija-mão Papal na Cova de Iria

depois da urna de voto
Cova é o nome mais indicado para esta republiqueta

muja disse...

Não sei muito bem o que pensa a alta hierarquia da Igreja, mas pelo andar da carruagem, se persistem em serem correias de transmissão do mundialismo, a coisa não vai acabar bem.

Já não é um nem dois que vejo por aí afirmar convertidos a Maomé. Brancos, europeus - portanto ex-cristãos, ex-ateus.

Que possa haver gente que se crie no seio do cristianismo, do catolicismo, e acabe convertida a Maomé, não tem que ver com nenhuma dívida ao Islão, nem com propagandas de extremistas - é responsabilidade clara da Igreja.

Jornais católicos e padres em França apelaram ao voto Macron, um tipo que é completamente abortista e pelas barrigas de aluguer, para não falar no resto. Como se concilia ser católico e não ser radicalmente contra isto, é coisa que não compreendo.

A Igreja não explica, não divulga a doutrina. São racionalistas mas depois nem explicam a doutrina racionalmente - e uma grande parte dela tem uma explicação racional. Uma explicação que qualquer pessoa entende, sem precisar de ter visões, nem de ter fé necessariamente. Uma explicação, aliás, que pode levar as pessoas à fé.

Não contentes, acabam a tomar posições de contemporização, quando não de partido objectivo, por imoralidades. E não é preciso recorrer ao dogma para perceber que é assim.

Não sei se não estaremos em situação semelhante à do cisma protestante. Mas com a diferença que agora está aí o Islão para recolher os cismáticos.

Enquanto se preocupam com a demografia, eles convertem almas...


Barbosa disse...

"Uma no cravo e outra na ferradura!" É uma "aparição" que é uma "visão", que afinal é uma "percepção" interior... Sobre o racionalismo do D. António Marto, para mim não foi novidade; sempre lhe reconheci alguma superficialidade na forma como aborda as questões, falando de uma forma genérica, nebulosa, carregada de lugares comuns... A referência à religiosidade popular é confrangedora: então um teólogo pós-conciliar não conhece a importância da religiosidade popular mesmo no diálogo com a teologia e a liturgia? Acabo por ver que, afinal, mais do que "racionalismo" ele enferma(va) de alguma sobranceria e ignorância muito própria dos meios alemães... Falta-lhe o encontro com o povo, e não apenas com o próprio pai... Falar e ouvir pessoas como as de Castro Laboreiro... Foi aluno de Ratzinger, mas, seguramente, não o entendeu.