No passado dia 31 de Dezembro do ano transacto passaram cem anos sobre o nascimento do historiador e homem de cultura, António José Saraiva.
Tirando os seus familiares directos, filho e neto, que escrevem no Sol sobre a efeméride, ninguém se ralou. Estes, para comemorarem esse centenário entrevistaram-se e publicaram a entrevista em 30.12.2017.
Em 1969, ano da entrevista que José António Saraiva efectuou ao pai, para o Comércio do Funchal, também a Vida Mundial entrevistou e deu a capa à mesma figura. Fernando Dacosta segurava o microfone e fazia as perguntas, já aqui apresentadas em tempos:
António José Saraiva apesar de ter publicado vários livros sobre fenómenos culturais portugueses ( Para a história da cultura em Portugal, publicado em 1946 e republicado em 1996 pelo Público e Crepúsculo da Idade Média em Portugal, também publicado pelo Público nessa altura) para além de uma História da Literatura portuguesa ( junto com Óscar Lopes) está esquecido e não é lembrado senão pelos seus familiares.
Tal omissão reflecte o actual estado da cultura em Portugal.
Provavelmente tal ostracismo deve-se a isto:
Em 15 de Dezembro de 1990, o Expresso entrevistou-o a propósito do lançamento de mais um ensaio, dessa vez sobre as figuras maiores da geração de 70.
O que o afasta da actual moda de dizer mal de Salazar é a frase do final: "Salazar era um homem respeitável" :
Logo após o 25 de Abril de 74, AJS cronicou algumas vezes na Vida Mundial, explicando noções básicas de política para quem na altura carecia de tais informações. Vida Mundial 31.10.74