segunda-feira, janeiro 01, 2018

Loff, o especialista em fassismos e a importância do papelão

A revista História, do Jornal de Notícias publicou agora um número em que além do mais aparece o tal artigo que faltava sobre a Reforma protestante de Lutero, assinado por Pedro Olavo Simões e ainda uma entrevista com Manuel Loff, o marxista que ensina na Universidade do Porto e se considera um historidor dos fascismo europeus, incluindo o fassismo português. Ou não fosse este Loff um comunistas às direitas. A História ou é marxista ou não existe porque ignora a luta de classes, chave mágica para a compreensão do Mundo de sempre.

Este Loff é uma espécie de visionário das histórias que conta aos outros que o lêem e portanto mais um arrogante da academia, sem pudor de o mostrar. O indivíduo tem "teses" sobre ditaduras e se outros lhe desmentem factos ou mesmo conceitos tal acontece porque são meros divulgadores, como é o caso de Rui Ramos.

É ler o extracto da entrevista deste historiador de categoria imediatamente abaixo de um Rosas porque a Flunser nem sequer deve contar na sua categoria de divulgadora da academia de ciências ocultas.

Este Loff está habituado a chuchar nas "fontes primárias" e  por isso ganhou imunidade a conceitos históricos alternativos ao marxismo, assegurando lugar cativo nas despesas do orçamento do Estado.

Foi certamente a pensar em loffs deste calibre que O´Neill escreveu em tempos os célebres versos:

 País dos gigantones que passeiam
a importância e o papelão,
inaugurando esguichos no engonço
do gesto e do chavão.
E ainda há quem os ouça, quem os leia
lhes agradeça a fontanária ideia!»
Alexandre o`Neill «O País relativo» 


E que "fontes primárias são aquelas? Os documentos, papéis escritos e eventualmente gravados noutros materiais que Loff possui em exclusividade e que lhe garantem a fidedignidade do seu relato.

Os Rui Ramos e outros nem lhe chegam aos pés, evitando ipso facto o cheiro a bedum.
Eis aqui um perfil do historiador dos fascismos e fassismos, particularmente estes:


Para Loff, tipos como eu que divulga documentos de época vertidos em artigo de jornal nem merecem o olhar complacente dado ao jornalismo ocasional. Para além de filisteus e ignorantes do academismo amarxizante não entendem as subtilezas das "fontes primárias" onde chucham e se alimentam.

Assim, resta-me mostrar neste ano que começa a origem das minhas "fontes primárias" em amostra avulsa guardada em caixotes de papelão de onde saem os papéis que aqui apresento para interpretação de divulgadores:



Só faltam os outros, guardados noutros sítios...

31 comentários:

Anjo disse...

José, feliz Ano Novo!

O seu arquivo já parece o da Marmeleira... eh, eh. Já não deve faltar muito.

As fontes "primárias" dos senhores da verdade são outras, que manam directamente das suas cabeças poluídas e enviesadas. Pensa que é difícil perceber o viés assim que abrem a boca? É cada vez mais fácil. Detecta-se o cheiro à légua.

Os pobres dos alunos debutantes que lhes vão parar às mãos é que não têm defesas nem leituras suficientes para desmontar nada. Mas se houver um ou outro a dar pela marosca já se vai mantendo a contracorrente e a possibilidade de pôr em causa a manipulação.


Anónimo disse...

A soberba científica anda por aí travestida de marxismos e outros "ismos"

Anónimo disse...

José, bom ano de 2018 e que não esmoreça de fazer o contraponto a estes historiadores de baixo gabarito.

Pedro disse...

Caro José.

O tratamento que dá ás fontes primárias é o mesmo que me deu quando lhe provei que estava a mentir quando dizia que o Mein Kampf era proibido neste regime ?

A mim mandou-me dar banho ao cão e mandou a sua claque "ostracizar-me ".

Imagino o que faça quando encontra algo contrário á sua propaganda de extrema direita nas tais fontes primárias.

Ou finge que não as vê ou as rasga aos bocadinhos aos gritinhos de Angola é nossa...


Pedro disse...


Por falar nisso, o próprio Rui Ramos aqui tão defendido, disse isto :


"Havia dissuasão. A repressão social era maior que a repressão política. Era uma repressão de ricos sobre pobres."


"Era uma repressão de ricos sobre pobres."


Isto é mais ou menos o que eu aqui digo e por isso fui "ostracizado".

O senhor José também vai "ostracizar" o Rui Ramos ?

Por falar nisso, se eu fizer propaganda racista e nazi, como o fazem certas pessoas altamente respeitadas nestas caixas de comentários, passo a ser mais bem visto ?

Lura do Grilo disse...

"especialista em fascismos" ... é demais. Demonstra que a criatura não se conhece a si mesmo ... coitado.

foca disse...

José

Um bom 2018, para todos
Que possamos continuar a opinar, ao contrário do que ainda sucede nos regimes de esquerda radical

Pedro disse...

É o José que disse isso, não foi o Loff.

O que vale é que vocês fazem a festa, deitam os foguetes e vão oapanhar as canas.

Unknown disse...

Esse loff devia ir tomar banho (literalmemte).
É que o bípede não se limita a conspurcar intelectualmente, para o dizer de alguma forma...

Maria disse...

Puxa José!, que extraordinária colecção de jornais e revistas de todas qualidades e origens com notícias verdadeiramente imperdíveis dos anos negros que se seguiram ao 25/4 e que perduram até hoje. Ficam para a História.

Isto, para que os vindouros tomem conhecimento através de documentação fidedigna que ao longo dos anos e com uma regularidade digna de encómios, o José tem aqui vindo a expôr, se apercebam das causas que a despoletaram e quem foram os verdadeiros responsáveis da tragédia que desabou sobre o nosso infeliz País roubando-nos a paz, a segurança e a alegria de viver e que ainda não terminou.

adelinoferreira disse...

O companheiro e amigo do botas acautelou bem o futuro da famiglia


http://www.lavanguardia.com/gente/20171230/433927755096/carmen-franco-polo-herencia.html

zazie disse...

ehehehe

As fontes primárias do José são uma maravilha.

As da Academia servem para desconsiderar do alto para baixo, mesmo sendo um imbecil encartado, como o Loff.

zazie disse...

E um Bom Ano, José

osátiro disse...

o que revolta mais é estes chulecos parasitas viverem á custa dos nossos impostos......nos luxos capitalistas.....total demência...dizem odiar o capitalismo, mas não largam os luxos capitalistas


COVARDOLAS EM TODA A ACEÇÃO DA PALAVRA..

O POVO HERÓICO do Irão que nos sirva de exemplo.......para correr com os podres de ricos e assassinos ayatollahs e generais

osátiro disse...

um bom ano a todos
e que a civilização e a democracia vençam mais uns passos em 2018

Floribundus disse...

José
o melhor ano possível

além de excelente arquivo tem a grande vantagem de ter assistido às desgraças dos últimos 40 anos

parece que o entretainer referiu algo sobre o rectângulo

culto do umbigo ou onfalo de Delfos

Pedro disse...

Por falar nisso, evidentemente que as fontes de um historiador não são apenas jornais e revistas mas tambêm documentos oficiais que o José não tem tempo ou pachorra para pesquizar mas que um Loff consulta rotineiramente.

lusitânea disse...

O loff um pequeno diabinho traidor dentro da Nação Portuguesa.Sempre ao serviço do internacionalismo.Mas é o que mais temos porque é o que o dá(o vil metal evidentemente)

POS disse...

Caro José,

Agradeço o comentário acerca da nossa evocação da Reforma Protestante (estamos cá para isso) e aproveito para notar que, para essa guerra de "o historiador da minha cor é melhor do que o teu", na qual evidentemente não nos metemos, assegurámos agora o equilíbrio, uma vez que demos à estampa uma entrevista de idêntica dimensão a Rui Ramos, na nossa edição de Novembro de 2016.

Votos de um bom ano!

josé disse...

Pois obrigado pelos votos que retribuo. Só gostava mesmo era saber quais as suas fontes primárias...ahahah.

josé disse...

Por outro lado se o Loff é um historiador do fassismo, pelas suas próprias palavras não passa de um mero divulgador de tudo o resto sobre que se pronuncia. E é quase tudo...ahahah

Maria disse...

Era para não ler a entrevista do Loff. Isto, porque segundo tenho por aqui lido é uma personagem que não merece grande crédito. Não obstante, lá me resolvi um dia destes a iniciar a leitura, porém não a concluí. E não me parece que o venha a fazer. Não me interessa nada o pensamento político deste historiador esquerdista mais as teses por ele desenvolvidas.

Sobre a pessoa do historiador não me pronuncio por pràticamente desconhecer o que ele diz e escreve. Mas não me coibo de deixar algumas críticas sobre a entrevista pròpriamente dita e o modo como ela foi transcrita para o jornal. Para começar este historiador(?) contradiz-se a cada passo, isto é a cada duas ou três respostas, pelo menos na parte (algo extensa) que me foi dado ler. Com o devido respeito, ele baralha-se nas respostas e quando as repete, o que faz sistemàticamente, altera-lhes o sentido anteriormente transmitido. Facto que, convenhamos, não é aceitável num verdadeiro historiador.

Fora das críticas que possam ser assacadas a Loff (a propósito, este senhor é por acaso de origem russa?, pergunto porque o seu apelido o sugere e se o for traduzir-se-á, como é notório, no seu pensamento político) e ao seu discurso escrito, em jeito de respostas a perguntas, a dita entrevista peca ainda e principalmente por uma pontuação péssima que lhe retira a compreensão exigível nas respostas dada a ausência lexical nelas requerida.

Isto acontece pelo facto de logo após a primeira ou segunda palavra de cada frase (de todas as que se iniciam e na sua continuidade), elas serem constantemente interrompidas por uma incorrectíssima pontuação ao acrescentarem-lhes vírgulas a torto e a direito e que òbviamente estão a mais, alterando a composição que lhes corresponde e a lógica que lhe devia estar subjacente.

Note-se que a pontuação como sinal ortográfico em qualquer espécie de escrito, serve justamente, tanto nos discursos escritos como nos orais, neste caso com pausas brevíssimas, para atribuir ao léxico a coerência que este impõe e exige. Esta regra gramatical vale para entrevistas, artigos e crónicas de jornais e revistas. O mesmo se aplica em textos literários de autores idóneos.

Esta aberração ortográfica supra-citada não será (penso eu) por culpa do entrevistado mas sim de quem o entrevistou. Este, ao transpôr a entrevista para o jornal resolveu acrescentar-lhe uma pontuação descabida e despropositada por total desconhecimento de como aplicá-la (e devia sabê-lo por tratar-se de um jornalista), retirando a lógica necessária à compreensão de cada frase/oração/proposição. E digo "texto" porque de um texto se trata, ainda que baseado em perguntas e respostas.

zazie disse...

O google diz:
https://www.heraldrysinstitute.com/lang/pt/cognomi/Loff/Deutschland/idc/749622/

origem alemã.

POS disse...

À comentadora Maria (5 de janeiro de 2018 às 00:36), sendo eu o jornalista visado, gostaria de propor que apontasse os tremendos erros de pontuação de que me acusa, para eu os rebater um por um. É perfeitamente aceitável que não se concorde com o entrevistado ou não se entendam as oscilações discursivas próprias da oralidade, que a transcrição de entrevistas deve sempre respeitar (chama-se a isso editar sem manipular). Já as acusações de natureza profissional que faz carecem de fundamentação, o que é grave, para mais tratando-se de uma revista especialmente cuidada, tanto editorialmente (falo em causa própria, pois sou eu o responsável) como em termos de organização gráfica. Fui reler, na diagonal, e não vi uma vírgula que estivesse a mais ou que agora quisesse mudar de sítio. Já no seu comentário posso apontar a falta de algumas e, ainda, diversos erros ortográficos relacionados com desconhecimento das regras aplicáveis à acentuação. Exemplos: "pràticamente", "coibo", "pròpriamente", "sistemàticamente", "òbviamente" e "transpôr". De resto, se alguma pedagogia me é permitida, passe o atrevimento, deixe que lhe diga que a formação de opiniões deve levar-nos a ter interesse no que dizem tanto aqueles com quem à partida concordamos como os de quem a priori discordamos. Não o compreender é favorecer o monolitismo mental. Um último conselho: desconfie dos historiadores de pensamento linear e sem dúvidas, pois a historiografia, como qualquer ciência, é feita de propostas e não de certezas imunes a revisão.

Já agora, aproveito a deixa para responder ao José:

a) eu sou um divulgador, pelo que não necessito de fontes primárias para o que faço :-) , na certeza de que cruzo fontes secundárias muito diversificadas(recorro muitas vezes ao Rui Ramos, veja lá), que analiso e sintetizo como me parece mais adequado (filtros todos temos, e os meus são os da formação em História e os de perto de três décadas a fazer jornalismo);

b) o Loff, de quem não tenho procuração, obedece a regras de metodologia enquanto historiador, não enquanto comentador; e como fica claro na entrevista, não foi ele quem chamou divulgador a Rui Ramos, mas Luís Reis Torgal.

Pedro disse...

Caro POS.

Mas pensa que alguém aqui fala a sério ?

Até já disseram que o Mein Kampf foi proibido pelo regime democrático em Portugal…

Este tipo de blog é para debitar propaganda salazarista ou nazi. Se aparece alguém, nem que seja ligeiramente fora desta caixa ou censuram ou "ostracizam".

josé disse...

Caro Pedro Olavo Simões:

Para as fontes "primárias" apontei as aspas, para se entender melhor a ironia.

Os jornais podem ser fontes primárias tout court se os elementos factuais forem aproveitáveis enquanto tal. Os factos ocorridos em determinado dia ou época são aproveitáveis como tal se corresponderem à verdade enquanto tal e em se referindo a acontecimentos nossos contemporâneos podem mesmo ser tal coisa.

Não são os documentos registados nas conservatórias ou arquivos avulsos que se diferencial assim tanto, exceptuando os que terão tal natureza documental específica.

Para documentar os fascismos ou o fassismo português de Salazar é preciso duas coisas:

1. Conhecer a realidade que se viveu e nisso quem viveu estará em vantagem. O Loff é novo demais para a ter vivido e por isso escreve de cor, segundo as tais "fontes primárias", como sejam os documentos dos arquivos do Tombo ou de outros lados.

E o Franco Nogueira, por exemplo, será que lhe serve de "fonte primária"? Claro que serve, porém, adultera o conteúdo do que interpreta porque ideologicamente assim está formatado.
É nisso que o Loff é um historiador do fassismo pouco credível. Tem apenas a contar a sua versão da História e afinal uma versão muito corriqueira e muito parcial: a dos antifassistas que foram perseguidos pelo Salazar.
Muito pouco e muito pobre.


Isso de historiador e divulgador tem muito que se lhe diga. É melhor um bom divulgador do que um mau historiador.

E que é isso de historiador, ao certo? O que conta a verdade histórica?

E como sabemos a verdade histórica se tudo são histórias e interpretações, como aliás se comprova pelo caso singular do Loff ,em assuntos contemporâneos?

Enfim.

Quanto aos comentadores deste blog, cada um é responsável pelo que afirma.

Quanto à revista que dirige, parabéns. No nosso panorama ( apenas a Visão História lhe faz concorrência) temos que aproveitar o que há e a sua publicação não envergonha ninguém.

Claro que gostaria de ver mais temas tratados sobre a nossa contemporaneidade e de um modo mais em estéreo, ou seja, não apenas a perspectiva do Loff ou do Rui Ramos mas de outros mais antigos.

Portugal não começou no 25 de Abril de 74 com a esquerda a mandar culturalmente quase em exclusividade.

Há mais e melhor que isso.



josé disse...

A segunda coisa para documentar os fascismos ou o fassismo português é apresentar a realidade segundo os vários pontos de vista dominantes.

Em Portugal, nas últimas décadas, o único ponto de vista apresentado é o da Esquerda e ainda assim em modo deficiente.

Para escrever sobre Salazar é preciso ouvir os comunistas que o combateram e as outras figuras que o apoiaram e apresentar as razões.

É muito mais fácil apresentar as razões dos comunistas do que as do que o apoiaram e julgo que será fácil perceber porquê.

Pedro disse...

Caro José.

Ora a esquerda…

Para você tudo o que não for de extrema direita é de "esquerda".

Até eu fui dramaticamente fui aqui dramaticamente "ostracizado" como esquerdista por… TER COMPRADO VÀRIAS EDIÇÕES DO MEIN KAMPF !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E por ter referido que esse livro de encontra à venda livremente ao longo do regime democrático.

Se o comprasse, não deveria admitir, para proteger a vossa aldrabice que o regime democrático proíbe livros.

A minha única hipóteses neste blog era se inventasse outra aldrabice, para encobrir a sua.

Assim por exemplo, poderia ter inventado uma novela de capa e alguidar, que tinha conseguido o livro numa prensa clandestina instalada numa cave no pátio d uma garagem dos arredores de uma fábrica…

Um homem com o boné puxado para os olhos teria aberto a porta. Eu, vendado, seria abanado em todas as direções para perder o norte e então, só então, seria admitido na sala secreta onde homens encapuçados teriam avaliado se eu merecia a confiança de adquirir tão preciosa raridade.

Mas distraí-me e disse a verdade.

Anos 80 - O primeiro Mein Kampf que comprei estava na montra da livraria, entrei e comprei. Pronto já está.

Anos 90 - O segundo que comprei não estava na montra, mas estava exposto numa prateleira. Comprei e pronto.

2017 - O terceiro Mein Kampf estava mesmo no meio da loja, mesmo em frente da porta, pata toda a gente ver a sua capa colorida !!!!!!

Olhei e comprei. Mas primeiro ainda tive de escolher, que havia duas edições diferentes. Levei a que tinha mais bonecos, porque é mais giro.

OH !!!

O que fui eu dizer !!!!

Quando me apercebi já era tarde.

Ó fúria vingadora nacionalista que não podias deixar escapar tamanha incredulidade na sua propaganda !!!!!!!

Pumba ! Ostracizado !

Ostracizado como esquerdista !

OSTRACIZADO COMO ESQUERDISTA POR COMPRAR TRÊS MEIN KAMPFS !!!!!!!!

POR COMPRAR TRÊS MEIN KAMPFS !!!!!!!!


:) :) :) :)

Ainda querem que eu me vá embora ?

Nunca me ri tanto na vida !!!!!!!!!!

Maria disse...

POS, por uma questão de educação devo-lhe uma resposta e faço-o por consideração de quem me interpela, no caso o POS, independentemente de não concordar com a sua opinião. Mas ainda e sobretudo pela forma correcta como se me dirigiu.

Repare: Todas as palavras graves que sejam acentuadas tònicamente, quando estas passam a esdrúxulas o referido acento agudo passa obrigatòriamente a grave. Alguns exemplos desta regra dei-os no meu anterior comentário e volto a fazê-lo neste, sempre que os vocábulos o exigirem.

Referência: Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, 5ª. Edição, no qual se podde ler em determinada página (que ainda não consegui encontrar, pela imensidão de páginas a consultar). Se o POS tiver interesse em encontara a referência de que falo, pode tentar encontar esta edição num bom alfarrabista e lá encontrará a regra gramatical a que refiro.

E certamente não vai desmentir o que vem descrito neste excelente Dicionário, já que foi elaborado por dezenas de nomes represenativos dos nossos melhores linguístas e probos professores universitários, 23 no total.

A pesquisa irá dar-lhe algum trabalho, pois estamos a falar de mil quinhentas e cinquenta e seis páginas, mas garanto-lhe que vale bem a pena o esforço despendido. Pelo menos para todo aquele que se preocupa em escrever correctamente o português. E também, como é evidente, para qualquer jornalista que se preze.

Eu própria, quando comecei a participar nos blogos, fiquei desagradàvelmente surpreendida com a ortografia defeituosa, nalguns casos mesmo inqualificável, com que me deparei, principalmente pela falta de acentuação nas palavras que o exigiam. Achei de facto estranhíssimo que nas palavras que necessitavam de acento tónico grave pelo aumento de sílabas ou polissílabos, aqueles estivessem (e continuam a estar) sempre ausentes.

Até que por mero acaso, quando andava à procura de determinado sinónimo, dei com uma página com a advertência (como o autor frisa) de que há uma regra gramatical a ser rigorosamente cumprida quanto à alteração obrigatória da mudança do acento agudo para grave sempre que uma palavra passa de grave a esdrúxula ou de dissílabo a polissílabo, confirmando o que eu já sabia quanto à aplicação desta regra.

Regra aprendida na Primária e jamais por mim esquecida. Note-se que antigamente não se brincava na escola. Não se fingia que se aprendia. Aprendia-se a valer. O ensino era então rigoroso e todas as disciplinas eram cuidadosamente leccionadas e os professores levavam o seu mister muito a sério, qualquer que fosse a matéria. O exacto oposto do que começou a acontecer em todo o ensino a partir da tragédia de Abril.

Devo lembrar que cada frase escrita - ou oração ou proposição - deve conter o sujeito (que pode ser indefinido ou abstracto, mas ainda assim uma oração completa), o predicado, o complemento directo, o indirecto e frequentemente os complementos circunstanciais. E cada oração é dividida justamente por estes complementos, que pode ser separada por vírgulas ou pela conjunção copulativa "e" ou por uma nova oração. As vírgulas existem precisamente para dividir as orações e nunca para as cortar a meio ou em várias partes (como critiquei na entrevista que fez), salvo as excepções que confirmam a regra.
(cont.)

Maria disse...

Era ponto assente que os programas emanados do Ministério da Educação nunca sofressem alterações ou adulterações aos mesmos, particularmente no que dissesse respeito à língua portuguesa. Precisamente o contrário do que tem vindo a acontecer desde há pelo menos três décadas com a nossa língua (e com outras matérias educativas), que tem sofrido tratos de polé por culpa exclusiva do sistema iníquo que nos foi imposto por gente que não sabe o que é ser-se verdadeiramente português.

E para agravar a situação, já de si escandalosa, a introdução do inenarrável AO90, obra de supostos 'linguístas'(?) cuja revogação definitiva se aguarda (o que vem acontecendo desde há muito) com carácter de urgência.

Quanto ao "coibo", que cita como errado, não está. Saberá que está conjugado na primeira pessoa do singular do Presente do Indicativo do Verbo "coibir" e portanto refere-se ao sujeito que pratica a acção (de escrever) - eu própria. Ou não?

Sobre o verbo "transpor", o acento circunflexo está de facto a mais, tem razão. Penso ter sido esta a única falta mínima cometida no meu comentário. Mas, lá está, é a habituação de ver e ler tanto erro ortográfico e tanta falta de acentuação e pontuação em quase tudo quanto leio na internete e nos sub-títulos dos filmes e documentários dos vários canais televisivos, que por absoluta distracção e influenciada pelos erros de outrem, volta e meia também cometo um ou outro.

Obs.: POS, se tiver oportunidade aconselho-o a tentar encontrar a 5ª. Edição do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora por J. Almeida e Costa e A. Sampaio e Melo. Mas que seja a Edição anterior ao "25 de Abril". Se desejar posso deixar-lhe aqui o nome dos 23 "colaboradores especializados", assim designados, que participaram na elaboração desta Edição.

Tenho comigo a 5ª. e 6ª. Edições adquiridas por um familiar já depois do 25/4, mas, em relação à anterior verifiquei que nestas há discrepâncias e faltas de rigor na ortografia de muitos vocábulos (como a falta de consoantes chamadas mudas, que lexicalmente são obrigatórias para oralmente se abrir a vogal anterior). Assim como a inexistência de alguns substantivos e adjectivos seus sucedâneos, bem como a redução ao mínimo dos vários sinónimos de outras tantas palavras, que são parte obrigatória de um bom Dicionário e que fazem parte da 5ª. Edição de que falo acima.

Obs.: Devo à Zazie a explicação (prometida há tempos) desta norma ortográfica que implica a troca do acento tónico agudo por grave em polissílabos e não esqueci. O único problema reside no tempo de que disponho para encontrar a respectiva página onde está explificada a dita regra com conhecimento de causa. Mas hei-de encontrá-la, isso é garantido. É bom lembrar que terei de folhear 1.556 páginas! (já percorri cerca de duzentas...) e esta tarefa não é nada fácil, como se imagina.

Maria disse...

Esqueci-me de acrescentar mais dois crimes maiores perpetrados contra o ensino em geral e contra a língua portuguesa em particular. Além do AO90, também o TLEBS - que a corajosa Profª. Maria do Carmo tão acerbamente criticou durante anos - mais o vergonhoso Protocolo de Bolonha (para passar administrativamente pessoal sistémico não qualificado e facilitar a obtenção de licenciaturas a camaradas sem que a elas tivessem direito).

O que resultou de toda esta indignidade governativa que já leva mais de quarenta anos? Foi estarmos perante uma geração de jovens-adultos com cursos superiores mas que são analfabetos funcionais pois não conseguem analisar ou compreender um texto mais elaborado e menos ainda expressar-se ou escrever correctamente o português.

Quem são os culpados desta desgraça? O bando de políticos-feitos-à-pressa e velhacos do mais baixo calibre, que, não satisfeitos de nos terem destruído o País, conseguiram fazer o mesmo ao nosso ensino outrora inexcedível e elogiado pelos governos dos países europeus, retirando a autoridade aos docentes e incitando a juventude à revolta e simultâneamente ir abastardando a riquíssima e lindíssima língua portuguesa a ponto desta ter atingido um estado quase irrecuperável.

Este foi o objectivo primeiro da criminosa politicagem que nos calhou em sorte num dia de tremendo azar, com o único fim de nos ir retirando a Identidade (a Soberania já era) o que iniciou sem tardança. Perante o estado deplorável - político, económico, social e moral - a que chegou o País, conseguiu-o com sobras.

Os vermes que desde há mais de quatro décadas têm vindo a destruir a nossa saúde física e espiritual, mereciam prisão perpétua. E era pouco.

O Público activista e relapso