Decorre neste momento o programa de tv Prós & Contras, sobre "E agora Portugal?"
A animadora do programa já citou Mário S. e convidou para o programa professores. Universitários. Todos, incluindo João Salgueiro,o mais prático e inteligente; Lídia Jorge que se farta de citar autores para lhes rebater os ditos, de modo inconsequente; José Gil, o confuso dubitativo que se dribla na fluência discursiva e parece nem saber o que está a dizer, perante o olhar suspeito dos restantes; Eduardo Paz Ferreira, o situacionista que acha que os políticos merecem todo o crédito pelo sacrifício que fazem em nos governar, esquecendo Brecht e o seu poema "como é difícil governar!"; António Nóvoa, académico irrelevante; Tolentino de Mendonça que a apresentadora chama de professor e aparece como teólogo, sendo simplesmente padre, com um discurso de púlpito, sobre a pobreza franciscana. E também um iconoclasta universitário, António Feijó. E o professor Hespanha, encasacado num agasalho de lã e um professor de Economia de Coimbra, com pendor para o lado do CES do professor Boaventura.
Todos eles alvitram opiniões sobre o destino de Portugal. O discurso, divagante e deletério, repete os temas e os motes dos últimos 30 ou 40 anos. O discurso da maioria poderia ser reportado a 1980 ou até 1974, com excepção dos professores esquerdistas que defenderiam o gulag estalinista com o mesmo à vontade com que agora o criticariam.
Neste momento está a perorar o professor Paz Ferreira, um desses exemplos, que acaba de fazer um comentário encomiástico aos Deolinda, Camané e outros similares, achando que estes artistas são de uma excepcionalidade extraordinária e sem paralelo na Europa.
Este Paz Ferreira nunca ouviu a Banda do Casaco. E os intelectuais portugueses podem continuar a ler o Jornal de Letras.
Salva-se João Salgueiro. Porque conhece factos e não apenas autores e teorias.