Editorial de hoje do director do Público Manuel Carvalho:
Lula é arguido ( réu) em cinco processos, pelo menos. Num deles foi já condenado duas vezes por tribunais diferentes e numa pena de prisão pesada, por crimes de corrupção. Foi agora liberto por uma decisão peregrina do Supremo brasileiro que desde 2016 decidia de uma forma e agora, com este Lula, resolveu decidir de outra.
O que faz este jornalista do Público, jornal subsidiado pela SONAE e que dá prejuízos atrás de prejuízos, anuais, na ordem de milhões de euros?
Escreve este editorial ignominioso para o juiz que condenou aquele Lula em primeira instância, simplesmente por causa de telefonemas entre o mesmo juiz e o procurador do MºPº, acerca do processo e do modo como deveriam decorrer certos actos processuais. Coisa normalíssima em Portugal, em quase todos os tribunais de instrução criminal em que os juízes de instrução falam com os procuradores a propósito dos processos. Com a agravante de no Brasil o sistema judicial ser diferente do nosso e permitir exactamente o que estes jornalistas ignorantes mas eivados de má-fé, preferem deixar de lado: o juiz de instrução, no Brasil, investiga com o MºPº e depois julga a matéria de facto acusada pelo MºPº.
Não se incomodam tais jornalistas com o sistema brasileiro conter germes de perversão legalmente aceites pela comunidade jurídica. Antes julgam como se fosse um sistema como o nosso, em que há separação absoluta entre quem investiga e quem julga.
O sofisma e a má-fé assenta plenamente aí nessa intriga de canalha, mas é ainda pior porque a verdadeira razão é esta que se explica neste título do Sapo de hoje:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou neste sábado, ao discursar em São Bernardo do Campo, a sua solidariedade aos governos de esquerda na região e pediu ao presidente americano Donald Trump que "não encha o saco dos latino-americanos".
Mais ainda: o próprio Público no artigo de página dupla sobre este Lula e a sua "libertação" menciona um tal José Dirceu, condenado no processo Lava Jato, também solto por mor da decisão peregrina agora muito louvada pelo jornalismo de cá, pelo seu poder salvífico em relação a um fenómeno mais claro que a água límpida:
"Agora é para nós voltarmos e retomarmos o governo do Brasil".
E nem sequer o artigo do jurista André Lamas Leite, publicado no mesmo jornal elucida o director acerca da sua má-fé e canalhice:
Como jurista não deixa de ser enviesado e opinativo com base em legalidades equívocas. O juiz Moro saiu da magistratura para não mais poder voltar. As suas decisões jurisdicionais foram sufragadas por tribunais superiores. Lula está arguido noutros processos ainda mais graves do que o caso do apartamento de Guarujá e quanto a este, os factos são o que são e as provas indirectas contaram juridicamente. Não foi Moro quem as inventou, foram os testemunhos e factos conhecidos. Alvitrar inocências de Lula sem dar conta de tais circunstâncias é outra canalhice, neste caso jurídica.
De resto o jurista aponta no fim do artigo, uma circunstância que inquina a separação de poderes democráticos: a submissão do poder judiciário ao executivo político-partidário, como pretende o PSD de Rui Rio e também inconfessadamente deseja o PS de Costa é sempre um perigo.
Mas em Portugal, com a PGR que temos e o actual director do DCIAP, Albano Pinto já estamos em pleno regime de promiscuidade, mesmo apesar de tais personagens não se darem por achadas. Já o foram.
Há por isso algo que se sobrepõe a tudo neste jornalismo canalha: a ideia de esquerda, mirabolante e utópica, como é usual.
É isso e apenas isso que está em conta no caso Lula. Para estes jornalistas na pele de canalhas é apenas isso: a vitória de uma esquerda que rouba e nem sequer faz.
O Brasil dar-lhes-à outra vez uma resposta cabal, eleitoralmente, estou certo. Com ou sem Bolsonaro.
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