Mas o 25 de Novembro nunca foi uma vitória da direita mas sim e sobretudo um acerto de poder dentro da esquerda: a chamada esquerda moderada entendeu que chegara a hora de travar a legitimidade revolucionária que os radicais pretendiam impor. Para o PCP essa não era necessariamente uma má notícia, pelo menos a médio prazo: com Angola já na esfera da URSS e sem o indispensável apoio dos soviéticos para construir uma Cuba na Europa, o PCP negociou o seu futuro com Melo Antunes e na madrugada do 25 de Novembro deixou só a extrema-esquerda na rua e mais solitários ainda os operários que na margem sul esperavam pela ordem para virem defender a revolução em Lisboa.
Lendo o que o Jornal de 5.12.1975, escrevia, citando um dos protagonistas do golpe falhado, percebe-se melhor a ideia básica: o PCP pôs-se de lado, mas a acompanhar os acontecimentos. Quando deu para o torto, fingiu que não tinha nada a ver com o assunto...
Afinal esta ideia seria expressa na semana a seguir, por um esquerdista que foi do PCP e se camaleonou sucessivamente em artigos atrás de artigos até desaparecer há uns anos atrás...
O Jornal, 12.12.1975:
A explicação do que se passou a seguir, até hoje, está aqui bem dada no mesmo número do O Jornal:
E o problema da inexistência de uma direita que agora se Chega a vislumbrar, também:
Aliás, o trotskismo militante nunca deixou de funcionar, como a ferrugem e tudo documentado no mesmo número de O Jornal:
Esta direita deixou de aparecer porque afinal nunca existiu:
E o resto já se sabe como foi, até hoje porque a Constituição é que manda e quem a fez sabia muito bem o que fazia, como se dizia no dia 1 de Abril de 1977:
Por isso mesmo, Marcello Caetano, do Brasil dizia o que pensava, em 18.8.1978, cerca de dois anos antes de desaparecer:
Por isso acho que o 25 de Novembro de 1975 e o que se lhe seguiu, fica assim melhor explicado. Se o Chega entende isto, não sei. Suspeito que não, mas devia entender.
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