sexta-feira, junho 18, 2010

Génios a pataco

A senhora Simoneta Luz Afonso que ignoro voluntariamente o que faz e fez, mas acho que comissionou em qualquer lado, está a dizer na Sic-Notícias que nas letras...depois de Camões e Pessoa...Saramago. Diz que foi um génio.

Acho que é por causa destas e doutras que somos , actualmente, o país que somos: de medíocres. E nem Vasco Graça Moura, também no programa, esbate o impacto daquelas enormidades intelectuais.

Acrescento em 19.6.2010:

Sobre Saramago que os jornais de hoje ostentam em páginas de elogios fúnebres que denotam a matriz esquerdista, importa salientar o que o DN escreve

Foi como "jornalista revolucionário" que José Saramago se apresentou aos leitores do Diário de Notícias pouco após assumir funções de director adjunto do jornal, em Abril de 1975. E foi fiel a esta legenda que se manteve em funções durante sete meses, fazendo aqui publicar alguns dos mais incendiários textos que vieram a lume no "Verão Quente" de há 30 anos. Textos que culminaram com um apelo à insurreição militar em nome da defesa do socialismo. Ao alto da primeira página do jornal e numa data emblemática 24 de Novembro de 1975. Nessa noite, de facto, os militares "revolucionários" saíram dos quartéis. Mas, 24 horas depois, dissipava-se o sonho do futuro Nobel da Literatura: a ala "inconsequente" das Forças Armadas", aliada aos "partidos da burguesia", levou a melhor. O socialismo de matriz soviética não vingou em Portugal.

Portanto, o que os jornais de hoje fazem é o elogio do anti-democrata, do revolucionário de jornal, do estalinista do pensamento e do militante do comunismo falhado.

Porquê? Porque a maioria dos escribas desses jornais, acreditaram no mesmo. E a nostalgia é uma arma carregada de futuro.


11 comentários:

joserui disse...

Actualmente e no futuro. O Saramago pelo menos cresceu numa época onde se aprendia a ler e escrever. -- JRF

joserui disse...

Perguntava antes onde se pode ler os seus textos culturais (bd)... sabia mas já não me lembro. O comentário não apareceu -- foi numa ipad às vezes falha...
Não vai comentar o desindivíduo Rui Pedro Soares a processar o Pacheco Pereira? Hehe. Já sei que não gostam muito dele por aqui, mas eu gosto. E perto desse lambedor é um gigante. Diz o desíndividuo que quer o tribunal avalie se PP é uma pessoa íntegra... -- JRF

josé disse...

lojadeesquina.blogspot.com

josé disse...

E que tal o iPad? Espanhol ou inglês?

joserui disse...

Trouxeram-ma dos EUA pouco depois de sair... Tenho andado a testar nas calmas, livros, a bd e tudo o que posso (há um pequeno defeito que é a minha conta portuguesa na iTunes stores não funcionar, tive De comprar um gift card no ebay para abrir uma conta americana, mas as coisas que se compram ficam "presas" a essa conta, portanto até abrir a app store pt, não quero estender-me muito).
Resumindo: é um verdadeiro espectáctulo, mas não me convence na bd, livros (tecnicos sim) e revistas cheias de "efeitos" (tenho a Popular science e Wired). Mas para andar na internet é completamente diferente, leio muito mais e com mais atenção. E é algo que utilizo todos os dias, levo sempre para ler coisas antes de adormecer e estou muito satisfeito. Vou ver se escrevo algo sobre o assunto. -- JRF

josé disse...

Popular Science e Wired tenho aos montes, literalmente.

A Wired, agora, anda um pouco mais fraquita, mas há dez anos era melhor revista do mundo.

joserui disse...

Eu referi essas duas porque a PopSci utiliza um modelo da Bonnier (são nórdicos e pensaram no assunto de forma séria) e a Wired que na versao em papel está praticamente de saída, que utiliza um modelo desenvolvido em conjunto com a Adobe -- ambos supostamente pioneiros. Mas nesta forma são revistas para ver figuras (grande qualidade de imagem a ipad) e ler umas coisitas. Acresce que a Wired tem uns 520mb (1 numero), ou seja a ipad De 16gb não tem espaco sequer para uma primeira assinatura de um ano. -- JRF

josé disse...

E permite guardar o conteúdo em suporte externo?

Por exemplo, cada número da Popular Science?

joserui disse...

Claro que o José tinha de fazer a pergunta essencial... dá, mas é via iTunes e tal. Já no iPhone, o que a Apple pretende é o início da abstração total De modo a acabar com a metáfora do desktop, ficheiros e pastas que já tem muitos anos. (há um bug que me mete De e Do capitalizado, não vou corrigir a partir daqui.)
Ou seja, nestes equipamentos não temos em princípio acesso aos ficheiros individuais. Sabemos que estão algures e que aparecem quando são necessários.
Na minha opiniao o que falta nesta fase é a prateleira (virtual) para guardar esses números da popsci, wired, livros, bds... O que temos e para mim não é aceitável é cada uma dessas coisas na sua propria prateleira (app). Se comprar dez revistas, tenho dez apps, uma para cada uma. Nem em forma de arquivo posso posteriormente guardar numa prateleira comum, como faço com as coisas em casa. Mesmo livros, se compro na amazon, guardo e leio no kindle (refiro-me à app para ipad), se compro na apple guardo no ibooks. Isto para mim não serve. Tal como não serve não os poder emprestar, ou dar...
Digo-lhe que ter isto na mão e estar aqui a escrevinhar no sofá é a experiência mais próxima da ficção científica que já tive. Mas o caminho De progressão também é imenso. -- JRF

Karocha disse...

Pois é José!
Mais os 3 dias de luto nacional.

Monchique disse...

Que sabe essa Simoneta sobre literatura. Sobre escritores ouçamos o que diz quem sabe sobre o assunto. Assim escrevem António José Saraiva e òscar Lopes na História da Literatura Portuguesa: "Agustina é, depois de Fernando Pessoa, o segundo milagre do século XX português e será reconhecida quando, com a distância, se puder medir toda a sua estatura, como a contribuição mais original da prosa portuguesa para a literatura mundial, ao lado do brasileiro Guimarães Rosa. está ainda demasiado perto de nós para que possamos desenhar o contorno do seu esplendor, que, como acontece em todos os casos de genialidade pura, é ainda invisível a muitos dos seus contemporâneos."

Mais palavras para quê?

O Público activista e relapso