quarta-feira, junho 16, 2010

A vitória da mediocridade

Vale a pena ler esta entrevista, sobre o ensino que nos legaram as senhoras donas Lurdes Rodrigues e Cª cujo labor para o destruir foi profícuo e por isso foram recompensados com sinecuras, depois do trabalho executado.
Ontem, o jornal i, publicou um texto do exame de Português de 1943 correspondente ao actual nono ano e também o actual texto de exame. Aquele, de Fernando Pessoa, versava sobre a guerra singularizada num soldado abatido em combate. Este, sobre a lua e a paixão assolapada que o Homem sempre lhe dedicou, na prosa insípida de José Jorge Letria.

Aquela senhora dona Lurdes, especialista em estatística do ISCTE, fez mais estragos no sistema de ensino em Portugal, que uma horda de bárbaros disposta a arrasar as fundações da nossa identidade cultural.
Se lhe perguntarem pelo trabalho feito, sente-se muito oregulhosa nas estatísticas que legou à posteridade e que atestam o indesmentível sucesso da tarefa cumprida...
Sobre os programas de ensino, diz aquela entrevistada, arrasando as políticas de educação dos últimos anos e particularmente da senhora dona Lurdes, premiada, por quem de direito, com a direcção da fundação luso-americana, por esses serviços relevantes prestados à pátria de todos nós:

Os programas são feitos à base da mediocridade. Não têm um fio condutor, não têm um objectivo primeiro. É tudo solto. As coisas estão soltas, e sei isso pela disciplina de Português, que lecciono. No ensino da Literatura, não há uma contextualização do autor. Quando um professor pede a um aluno para estudar a contextualização, encaminha-o para a Internet, quando deve ser o professor a exprimir isso. Se assim não for, o professor não serve para nada.


"Maria do Carmo Vieira quer dar uma 'reguada' ao sistema de ensino português: através da Fundação Francisco Manuel dos Santos (presidida pelo sociólogo António Barreto), lançou esta semana o ensaio 'O ensino do Português'.

Sem pudor, a professora de Língua Portuguesa - já com 34 anos de experiência - dirige duras críticas ao baixo nível de exigência do actual sistema de ensino, aos professores, aos sucessivos Governos, às escolas. No dia em que arranca a primeira fase dos exames nacionais, o SAPO foi ouvi-la.

O ensaio O ensino do Português’ vem apontar o que está mal na educação em Portugal. O seu objectivo era dar uma 'reguada' no sistema educativo?

A escola não pode permanecer tal como está, porque já bateu fundo – e não só em relação ao ensino do português, mas em várias outras matérias. Estamos a ensinar na base daquilo que é fácil, do que não exige esforço, nem trabalho. Estamos a fomentar gerações e gerações de alunos que não pensam, nem sequer sabem falar ou escrever. Ao tornar a facilidade da escola comum para todos, um aluno que venha de um contexto familiar rico, do ponto de vista cultural, não vai ficar prejudicado, porque os pais hão-de ter sempre dinheiro para ele ir para explicadores ou para frequentar boas escolas. Já aqueles que vêm de espaços mais fragilizados socialmente, esses sim é que vão ser torturados e explorados pela sociedade . "

Questuber! Mais um escândalo!