quinta-feira, julho 29, 2010

Uma vergonha mais

Está neste momento na SIC- Notícias a falar abertamente sobre o processo Freeport, uma advogada. Apontando provas, elementos e circunstâncias do processo, criticando abertamente a investigação e adiantando factos que serão eventualmente usados na eventual instrução do processo.-
A advogada é apresentada como sendo de um dos arguidos.

Provavelmente esta advogada não conhece o seu estatuto. Espero que o bastonário Marinho e Pinto lho ensine através de um processo disciplinar.

Afinal, a mesma advogada esclarece que pediu autorização à Ordem para poder falar "à vontade" do processo.

Inadmissível! Escandaloso e se foi o bastonário quem deu a autorização, precisa de um inquérito criminal por esse facto.

Isto é demais. Nunca visto.

Finalmente: obviamente a sonsa Ana Lourenço sabe muito bem onde sopra o vento e preferiu dar a voz à advogada de um dos arguidos, agora mesmo, a noticiar outras coisas e a fazer o que é normal no jornalismo que não é de causas: ouvir as pessoas com objectividade e noticiar com verdade objectiva e o mais ampla possível. As perguntas que esta suposta jornalista coloca à advogada são uma vergonha em si mesmas porque denotam a inclinação e enviesamento habitual. Uma vergonha, esta Lourenço, com a agravante de ser reincidente.

8 comentários:

Miguel disse...

Concordo!

Foi pena que a Srª Advogada tenha tido conhecimento do despacho de acusação pelos jornais...quem foi a fonte de mais esta fuga? Entre MP e Funcionários judiciais....pouca escolha há!

É triste todo este espectaculo prestado pelo MP...

O art.º 119.º estatui claramente que constituem nulidades a omissão posterior de diligências que pudessem reputar-se essenciais para a descoberta da verdade.

Durante os próximos dias vou tentar perceber bem qual o motivo desta referência a diligência que deveriam ter sido feitas...sem as fazer....

miguel disse...

Ouço as palavras do Lobo Xavier e percebo como nunca que se tenha intalado esta impunidade vergonhosa.
Ela está bem respaldada nestes políticos do regime.
Segundo este lobo,Sócrates foi uma vítima.
Tudo para dizer que o Nobre Guedes e o Portas são também mártires da Justiça e da investigação criminal.
Mais palavras para quê?
Só uma revolução deslojará esta imundície dos cargos de poder.

crt disse...

José:

Aplica o mesmo critério aos procuradores e juízes que falam e se pronunciam na TV sobre casos concretos?

Anónimo disse...

O extraordinário deste caso está na teoria das probabilidades:

"Paula Lourenço, advogada de Manuel Pedro e Charles Smith*, dois dos arguidos do processo Freeport, *é amiga de José Sócrates* e do seu pai, arquitecto Fernando Pinto de Sousa. Alem disso, a advogada é também defensora de *Carlos Santos Silva,* um empresário muito conhecido da Cova da Beira, também *amigo de longa data de José Sócrates*. Carlos Santos Silva era proprietário da empresa *Conegil,* que participou no consórcio vencedor da construção e exploração da Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos da Cova da Beira. Este concurso deu origem a um processo que está agora à espera da marcação da data de julgamento. Um dos arguidos é Horácio Luís de Carvalho, proprietário da empresa HCL, que adquiriu uma parte do capital da empresa de Carlos Santos Silva, mas que o manteve à frente da Conegil. Outro dos arguidos é António José Morais, também amigo de José Sócrates e professor de quatro das cinco cadeiras feitas pelo primeiro-ministro na Universidade Independente. António Morais está acusado dos crimes de corrupção passiva e de branqueamento de capitais. Horácio de Carvalho é acusado de crime de corrupção activa e branqueamento de capitais.
*Paula Lourenço* é ainda a advogada da empresa J. Sá Couto que está a produzir os célebres *computadores “Magalhães”* para os alunos portugueses.
*(CM 20.02.09)*"

(http://ptesoterico.wordpress.com/2010/03/09/para-que-a-historia-nao-esqueca-o-polvo-ii)

rita disse...

Tb ouvi e estarreci e até me pareceu ser mais uma defensora da tese "(so)cabalística".
"Este País é um colosso, está tudo grosso, está tudo grosso" Ivone Silva

Miguel disse...

O José não deve ser Advogado....:)

Aconselho a leitura do artigo 88.º do EOA....depois comente e sugira processos disciplinares....e criminais...

josé disse...

O EOA diz isto:

Artigo 88.º
Discussão pública de questões profissionais
1 - O advogado não deve pronunciar-se publicamente, na imprensa ou noutros meios de comunicação social, sobre questões profissionais pendentes.
2 - O advogado pode pronunciar-se, excepcionalmente, desde que previamente autorizado pelo presidente do conselho distrital competente, sempre que o exercício desse direito de resposta se justifique, de forma a prevenir ou remediar a ofensa à dignidade, direitos e interesses legítimos do cliente ou do próprio.
3 - O pedido de autorização é devidamente justificado e indica o âmbito possível das questões sobre que entende dever pronunciar-se.
4 - O pedido de autorização é apreciado no prazo de três dias úteis, considerando-se tacitamente deferido na falta de resposta, comunicada, naquele prazo, ao requerente.
5 - Da decisão do presidente do conselho distrital que indefira o pedido cabe recurso para o bastonário, que decide, no mesmo prazo.
6 - Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, em caso de manifesta urgência, o advogado pode exercer o direito de resposta referido no n.º 2, de forma tão restrita e contida quanto possível, devendo informar, no prazo de cinco dias úteis, o presidente do conselho distrital competente das circunstâncias que determinaram tal conduta e do conteúdo das declarações proferidas."

No meu entender o que a advogada Paula Lourenço, com o perfil apontado pelo comentador Flash, fez, foi um atentado flagrante a essas regras.
E precisa de um processo disciplinar.

Nunca um magistrado se pronunciou assim em público, enquanto um processo se manteve em segredo de justiça e mesmo depois nunca discutiu nos termos em que essa advogada o fez.

Espero que a OA se pronuncie publicamente e os sindicatos da magistratura também. Por causa desta pouca vergonha inominavel.
É claro que a advogada se deve sentir como o tio do dito que ao ver os investigadores a entrarem-lhe em casa disparou: o zézito sabe disto?

Isto num outro país democrático era o fim. Aqui é um mero fait-divers.

Karocha disse...

O Sr. Bastonário, anda em campanha eleitoral José, não tem tempo para essas minudências!