terça-feira, setembro 15, 2015

A Grande Reportagem , uma revista do século passado

Ontem no programa Prós e Contras a animadora Fátima Campos Ferreira falou na "Grande Reportagem" quando o director do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro incitava Miguel Sousa Tavares a apontar um único exemplo de reportagem, na vida sua de jornalista e que "mexesse com alguém".

A revista em causa apareceu a público em 7 de Dezembro de 1984, semanal, com esta capa que trazia uma reportagem sobre as prisões em Portugal.



No artigo interior aparecia esta pequena entrevista ao ministro da Justiça de então, Rui Machete, o qual anunciava as grandes reformas do sistema penal que então tínhamos: o novo Código de Processo Penal aprovado em 1987, por exemplo.


A revista era dirigida por J.M. Barata Feyo e um dos "grandes repórteres" era precisamente MST. Até Junho de 1985, altura em que desapareceu da circulação ( não vendia o suficiente)  não aparece nenhuma reportagem de vulto do dito "grande repórter". A revista retomou a publicação no início dos anos noventa e durante um ano não conseguiu vender mais do  que algumas, poucas, dezenas de milhar de exemplares. MST tornou-se então seu director e andou nessa grande reportagem durante dez anos, sem que se visse reportagem alguma que "mexesse com alguém". Enfim...

Miguel Sousa Tavares, aparentemente,  a única forma de reportagem que conhece e que "mexe com alguém"  é a de viagens por esse mundo fora e foi o que fez nessa altura, eventualmente a expensas dos pobres compradores.
Porém, no número de 1 de Março de 1985 aparece uma recensão crítica, assinada por aquele,  a um livro de Joaquim Veríssimo Serrão, sobre Marcello Caetano ( "Confidências no Exílio", da Verbo).

Esta que revela o seu conceito de "reportagem": dizer mal dos que não gosta...


8 comentários:

Aníbal Duarte Corrécio disse...

"Até Junho de 1985, altura em que desapareceu da circulação ( não vendia o suficiente)"
Não sei se nessa altura houve alguma interrupção na publicação da “Grande Reportagem”.
O que sei é que a revista viria a ser encerrada pelos capangas de Mário Soares em Dezembro de 2005, pouco depois do jornalista Joaquim Vieira – hoje um vendido – publicar um conjunto de textos a que deu o título de “O Polvo”, muito elucidativos sobre as manigâncias soaristas.
Joaquim Vieira, na altura era director da 'Grande Reportagem', que era detida detida pelo grupo Controlinveste.
De certeza que o José se lembrará disto e, quem sabe, já tenha publicado aqui no “Porta da Loja” os recortes desses artigos.

José disse...

Claro. Publiquei em 27 de Fevereiro de 2013.

Zephyrus disse...

Faz falta uma publicação, de língua portuguesa, para o mundo lusófono, de referência.

Não precisa ser mensal.

Com jornalismo de investigação, linguagem correcta mas acessível. Com jornalistas que dominem os temas. As reportagens deverão tentar ser equilibradas.

Não temos nada assim em Portugal. A Sábado e a Visão estão entulhadas com artigos sobre restaurantes, hotéis, séries, filmes, praias e outras ociosidades. Por isso não as compro há anos. Tal como o Expresso.

Zephyrus disse...

Os anglo-saxónicos têm várias públicações de referência que vendem para todo o mundo.

Nós não temos nada disso. E isto não se discute quando os iluminados e paineleiros do costume discutem a «língua portuguesa».

Queria ver uma publicação portuguesa que vendesse para todo o mundo e investigasse o que há para investigar no Brasil, Angola, Moçambique. E em Portugal. Não temos nada assim mas poderemos ter e acredito na viabilidade do projecto.

O Observador é pobre. Está longe de ser a alternativa.

Floribundus disse...

eram umas baratas tontas agitadas por terem levado uma dose de ddt

não servia nem para fins pouco higiénicos

o único interesse verificou-se com a crónica de Vieira

em 71 estive com Joaquim Veríssimo Serrão em Paris na mansão Gulbenkian.
era um Senhor em todos os aspectos.
devido à doença do nosso Amigo comum o projecto que os 3 aprovamos nunca se concretizou.

provavelmente também teria falta de leitores.

respeitava à compreensão do rectângulo no séc xix

as maçonarias tinha importância porque não havia partidos políticos

hoje são clubes recreativos com fatiota a condizer e pindericalhos por todo o lado

Floribundus disse...

hoje o assunto principal centra-se nos refugiados sírios

apareceu o sapo do pântano a dizer as banalidade habituais e à espera que lhe resolvam o problema

a organização que se encontra a enviar os que caminham sem destino
tem 2 fins:
desagregar a UE e o €
a balcanização da Europa central

a acção segue-se sempre a reacção

Floribundus disse...

diz-se que a ministra das magistraturas vai dar mais poderes ao conselho superior

'nós por cá todos bem'

Maria disse...

Por motivos diversos, só agora tive oportunidade de ler o artigo de Sousa Tavares na Grande Reportagem. Um artigo que envergonha quem o escreveu. S.T. não chega sequer à sombra de Veríssimo Serrão em categoria e patriotismo, muito menos à sola dos sapatos. O mesmo relativamente a Marcello Caetano. Se ele tivesse um pingo de vergonha na cara e um resquício de hombridade (porque patriotismo é um sentimento demasiado nobre para tal pessoa) jamais teria assinado aquele artigo. Este homem é um vendido ao sistema e um oportunista de altíssimo calibre, tudo o que tem feito na vida como jornalista tem-lo feito por bem bom dinheiro. Todos os trabalhos por si desenvolvidos fora do país, só os aceitou mediante brutos pagamentos, com todas as despesas pagas e estadias em hotéis de cinco estrelas (presentemente só viajará em serviço se aqueles forem de seis ou sete, que parece já os haver).

Este é da mesma laia da prima M. João Aviles. Eles são todos iguais em velhaquice e falsidade. Esta é outra oportunista da mais pura água, interesseirona por estatuto e dinheiro e uma vil traidora dos seus (supostamente) maiores amigos, como aconteceu com o seu confidente e 'amigo' Sá Carneiro. Outra pertencente à mesma casta é a falsa e interesseira Helena Roseta, traidora ao seu partido d'origem e traidora ainda maior ao seu 'amigo do peito' Sá Carneiro por quem verteu lágrimas de crocodilo aquando do atentado que originou a sua morte.

Aliás não há que estranhar os ziguezagues profissionais e camalhotas político-pessoais, para se detectar à distância donde provêm. Basta atentar no carácter cínico e malsão destas duas personagens (e mais a outra supra-citada), ele está estampado nas suas fisionomias e até nos apelidos, os mesmos que denunciam claramente a sua origem genética. E esta é uma daquelas singularidades a que ele e elas por mais que queiram não conseguem escapar.

O Público activista e relapso