Ontem no programa Prós e Contras a animadora Fátima Campos Ferreira falou na "Grande Reportagem" quando o director do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro incitava Miguel Sousa Tavares a apontar um único exemplo de reportagem, na vida sua de jornalista e que "mexesse com alguém".
A revista em causa apareceu a público em 7 de Dezembro de 1984, semanal, com esta capa que trazia uma reportagem sobre as prisões em Portugal.
No artigo interior aparecia esta pequena entrevista ao ministro da Justiça de então, Rui Machete, o qual anunciava as grandes reformas do sistema penal que então tínhamos: o novo Código de Processo Penal aprovado em 1987, por exemplo.
A revista era dirigida por J.M. Barata Feyo e um dos "grandes repórteres" era precisamente MST. Até Junho de 1985, altura em que desapareceu da circulação ( não vendia o suficiente) não aparece nenhuma reportagem de vulto do dito "grande repórter". A revista retomou a publicação no início dos anos noventa e durante um ano não conseguiu vender mais do que algumas, poucas, dezenas de milhar de exemplares. MST tornou-se então seu director e andou nessa grande reportagem durante dez anos, sem que se visse reportagem alguma que "mexesse com alguém". Enfim...
Miguel Sousa Tavares, aparentemente, a única forma de reportagem que conhece e que "mexe com alguém" é a de viagens por esse mundo fora e foi o que fez nessa altura, eventualmente a expensas dos pobres compradores.
Porém, no número de 1 de Março de 1985 aparece uma recensão crítica, assinada por aquele, a um livro de Joaquim Veríssimo Serrão, sobre Marcello Caetano ( "Confidências no Exílio", da Verbo).
Esta que revela o seu conceito de "reportagem": dizer mal dos que não gosta...