O arguido José Sócrates lançou publicamente, no Sábado, um anátema, uma fatwa retórica e cabalística contra "os poderes ocultos" que o perseguem infatigavelmente de há anos a esta parte. Já em 2009 os "poderes ocultos" eram tramados para o então PM que apesar disso- ou por causa disso- voltou a sê-lo nas eleições desse ano, numa vitória "extraordinária" .
Agora, no Sábado voltou à carga, repenicando a campainha de alarme contra tais poderes fátuos e evanescentes que José Sócrates não consegue enunciar e apenas anunciar em proclamação vaga mas grandiloquente:
"O ex-primeiro-ministro José Sócrates aproveitou o primeiro evento
público desde a sua libertação para denunciar a existência de um “poder
oculto” que diz envolver elementos da justiça e jornalistas. Neste
sábado, perante uma plateia de mais de 200 pessoas em Vila Velha de
Ródão, no distrito de Castelo Branco, Sócrates insistiu que esse “poder é
um poder sério, que ameaça e intimida”, concretizando que se “trocam
informações por elogios”. “Isto sim é um poder corrupto, que corrompe as
instituições do jornalismo e da justiça”, sustentou o antigo
governante, que esteve quase 11 meses em prisão preventiva e, mais
tarde, domiciliária".
José Sócrates não se referia evidentemente a Afonso Camões, a Proença de Carvalho, ao DN ou ao JN e muito menos à TVI . Referia-se a elementos da justiça e a jornalistas que não nomeou porque são ocultos e em tandem conluiado continuam a puxar uma carroça imaginária pelas ruas da amargura e a fazê-lo penar contas de um rosário sem fim.
O CM de hoje responde por isso à questão enunciada por José Sócrates esclarecendo os leitores sobre os verdadeiros poderes ocultos que afligem José Sócrates: afinal são os seus velhos amigos de sempre e que estão aí para as ocasiões...
Acima mostra-se o verdadeiro poder do jornal: quase 150 mil exemplares diários, em média...
Curiosamente os poderes ocultos não estão verdadeiramente interessados nesse poder. Basta-lhes evitar o desgaste político de vários jornais com vendas acima dos cem mil exemplares e para isso abrem os cordões às bolsas ocultas, subsidiando os títulos do jornalismo amigo.