terça-feira, julho 11, 2017

O espólio de Salazar

Salazar, na data da sua morte, em 27 de Julho de 1970, com 81 anos de idade e 36 de governante,  deixou um espólio material cujo valor e extensão não é muito conhecido.
Nos media, poucos estão interessados em dar a conhecer aquilo que Salazar deixou como herança de bens materiais à sua família, ou seja as irmãs. Em dinheiro pouco mais que o valor de um pequeno apartamento. Em bens materiais, alguns móveis e artefactos, alguns deles agora ao cuidado de um sobrinho-neto ( Rui Melo) e uma biblioteca para além de um acervo documental guardado na Torre do Tombo. Durante alguns anos, após a sua morte, esses bens estiveram ao cuidado de um guardador oficioso, sobrinho e afilhado de Salazar, o advogado António de Oliveira Pais de Sousa.

Estas casas e terreno ( quinta das Ladeiras) pertenciam a Salazar à data da sua morte. A de cor rosada, onde Salazar viveu quando se deslocava em férias ao Vimieiro, ainda lá está, , quase na mesma ( a foto tem cerca de dois anos e meio).



Estes objectos fotografados e que pertenceram a Salazar estão hoje à guarde de Rui Melo, na foto. Outros estarão à guarda da autarquia de Santa Comba Dão que os despreza também.

A história do legado material de Salazar é agora contada no O Diabo de hoje e vale a pena referir porque quem quiser saber algo concreto sobre essa herança de Salazar o máximo que consegue reunir como documento é a referência que lhe é feita no último volume da biografia de Salazar por Franco Nogueira, uma obra já de si também esquecida. Tudo o que lembre Salazar no seu melhor é esquecido e censurado nos media tradicionais, porque a "narrativa" vigente ainda é a que a Esquerda comunista e socialista implantou logo escassos dias depois do 25 de Abril de 1974, até hoje.


Lembro um postal escrito aqui em 5.12.2016:

O escritor comunista Saramago tem uma casa-museu. Salazar, a maior figura do século XX português tem nada. Nada de nada. Nem sequer os seus discursos coligidos em seis volumes estão reeditados.
[nota apócrifa: os discursos em obra completa foram agora publicados pela Almedina, digo Coimbra Editora.  Finalmente, mas são apenas adquiridos em modo quase sigiloso, online!]

Não há e não houve ninguém em Portugal nos últimos 40 anos que fosse capaz de organizar uma casa-museu dedicada a Salazar e ao estudo da sua obra e do seu tempo. Nada de nada.

Maior vergonha para Portugal não há, neste aspecto. Maior vergonha para aqueles que aproveitaram o regime de Salazar e mudaram de casaca também não haverá.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa, filho de um ministro de Salazar ( curiosamente o único que não foi preso depois de 25 de Abril de 1974, como refere Silva Cunha em memórias)  pode e deve prestar a homenagem devida a essa grande figura portuguesa e recuperar a sua memória válida para todos os portugueses. Se é um presidente de "afectos" que se lembre do pai...

Deixem os comunistas berrarem à vontade...e mostrem-lhes então as imagens do Gulag, os livros de Soljenitsine, o Livro Negro do Comunismo a história de Cândida Ventura e talvez ganhem vergonha e se calem.

Portugal teve um passado do Estado Novo que começou em 1926 e  durou dezenas de anos até 25 de Abril de 1974. As novas gerações não conhecem esse passado porque a Censura do actual regime assim o quis por imposição dos comunistas, principalmente.
É tempo de recuperar a memória desse passado e mostrar às novas gerações que o tempo de Salazar não foi o do fascismo e da tirania da ditadura fascista e outras balelas correntes.

É tempo de mostrar às gerações mais novas que Portugal tinha uma dignidade que entretanto perdeu e mostrar porquê: porque perdeu a sua independência real e alguma da sua identidade secular.
Portugal não é apenas o que resulta dos últimos 40 anos de democracia mas muito mais que isso. Há que o mostrar sem qualquer revivalismo serôdio mas apenas por uma questão de respeito à História que os comunistas Rosas, Flunser e Varela contam à sua maneira e já tiveram todo o tempo e espaço mediático para o fazerem. Se são democratas deixem que outros contem a sua versão dessa História e não se intrometam com os insultos usuais à inteligência comum.


Questuber! Mais um escândalo!