Salazar, na data da sua morte, em 27 de Julho de 1970, com 81 anos de idade e 36 de governante, deixou um espólio material cujo valor e extensão não é muito conhecido.
Nos media, poucos estão interessados em dar a conhecer aquilo que Salazar deixou como herança de bens materiais à sua família, ou seja as irmãs. Em dinheiro pouco mais que o valor de um pequeno apartamento. Em bens materiais, alguns móveis e artefactos, alguns deles agora ao cuidado de um sobrinho-neto ( Rui Melo) e uma biblioteca para além de um acervo documental guardado na Torre do Tombo. Durante alguns anos, após a sua morte, esses bens estiveram ao cuidado de um guardador oficioso, sobrinho e afilhado de Salazar, o advogado António de Oliveira Pais de Sousa.
Estas casas e terreno ( quinta das Ladeiras) pertenciam a Salazar à data da sua morte. A de cor rosada, onde Salazar viveu quando se deslocava em férias ao Vimieiro, ainda lá está, , quase na mesma ( a foto tem cerca de dois anos e meio).
Estes objectos fotografados e que pertenceram a Salazar estão hoje à guarde de Rui Melo, na foto. Outros estarão à guarda da autarquia de Santa Comba Dão que os despreza também.
A história do legado material de Salazar é agora contada no O Diabo de hoje e vale a pena referir porque quem quiser saber algo concreto sobre essa herança de Salazar o máximo que consegue reunir como documento é a referência que lhe é feita no último volume da biografia de Salazar por Franco Nogueira, uma obra já de si também esquecida. Tudo o que lembre Salazar no seu melhor é esquecido e censurado nos media tradicionais, porque a "narrativa" vigente ainda é a que a Esquerda comunista e socialista implantou logo escassos dias depois do 25 de Abril de 1974, até hoje.
Lembro um postal escrito aqui em 5.12.2016:
O escritor comunista Saramago tem uma casa-museu. Salazar, a
maior figura do século XX português tem nada. Nada de nada. Nem sequer
os seus discursos coligidos em seis volumes estão reeditados.
[nota apócrifa: os discursos em obra completa foram agora publicados pela Almedina, digo Coimbra Editora. Finalmente, mas são apenas adquiridos em modo quase sigiloso, online!]
Não há e não houve ninguém em Portugal nos últimos 40 anos que fosse
capaz de organizar uma casa-museu dedicada a Salazar e ao estudo da sua
obra e do seu tempo. Nada de nada.
Maior vergonha para Portugal não há, neste aspecto. Maior vergonha para
aqueles que aproveitaram o regime de Salazar e mudaram de casaca também
não haverá.
O presidente Marcelo Rebelo de Sousa, filho de um ministro de Salazar (
curiosamente o único que não foi preso depois de 25 de Abril de 1974,
como refere Silva Cunha em memórias) pode e deve prestar a homenagem
devida a essa grande figura portuguesa e recuperar a sua memória válida
para todos os portugueses. Se é um presidente de "afectos" que se lembre
do pai...
Deixem os comunistas berrarem à vontade...e mostrem-lhes então as
imagens do Gulag, os livros de Soljenitsine, o Livro Negro do Comunismo a
história de Cândida Ventura e talvez ganhem vergonha e se calem.
Portugal teve um passado do Estado Novo que começou em 1926 e durou
dezenas de anos até 25 de Abril de 1974. As novas gerações não conhecem
esse passado porque a Censura do actual regime assim o quis por
imposição dos comunistas, principalmente.
É tempo de recuperar a memória desse passado e mostrar às novas gerações
que o tempo de Salazar não foi o do fascismo e da tirania da ditadura
fascista e outras balelas correntes.
É tempo de mostrar às gerações mais novas que Portugal tinha uma
dignidade que entretanto perdeu e mostrar porquê: porque perdeu a sua
independência real e alguma da sua identidade secular.
Portugal não é apenas o que resulta dos últimos 40 anos de democracia
mas muito mais que isso. Há que o mostrar sem qualquer revivalismo
serôdio mas apenas por uma questão de respeito à História que os
comunistas Rosas, Flunser e Varela contam à sua maneira e já tiveram
todo o tempo e espaço mediático para o fazerem. Se são democratas deixem
que outros contem a sua versão dessa História e não se intrometam com
os insultos usuais à inteligência comum.