Observador:
José Maria Fernandes, presidente da União Romani – a Associação que
representa a comunidade cigana em Portugal – reagiu aos comentários de
André Ventura sobre a etnia cigana. “Parece que estou a responder ao Hitler”, disse para descrever os comentários do candidato do PSD e CDS à Câmara Municipal de Loures, André Ventura.
Depois das declarações de André Ventura, onde afirmava que existia “uma
excessiva tolerância com alguns grupos e minorias étnicas” e que “os
ciganos vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado”, vários
foram os que se insurgiram contra o candidato. O Bloco de Esquerda
disse tratar-se de um “ataque vil, gratuito e preconceituoso para com
as pessoas de etnia cigana que, como tal, é punido pelo Código Penal
Português”, e apresentou uma queixa-crime na Procuradoria Geral da
República.
Ontem no programa Prós&Contras, um activista dos direitos dos ciganos, um tal Piménio, disse claramente que "nós temos em Portugal um paternalismo branco".
Aliás, todo o programa foi concebido como um ataque ao pretenso racismo contra os pretos e ciganos, para além do mais. As "organizações" convidadas não foram confrontadas com nenhum dos factos que levam normalmente as pessoas a falarem dos pretos da periferia de Lisboa e dos ciganos em geral, do modo como realmente se fala. Nenhuma pessoa presente se atreveu a mencionar o que muita gente conhece relativamente a ciganos e aos pretos e que nada tem a ver com racismo mas com desrespeito generalizado das regras de convivência social plasmadas nas leis penais. O tráfico de droga não foi mencionado e a contrafacção de mercadoria têxtil nem aflorada foi.
Assim, ao dar-se espavento ao discurso do tal Piménio, de cunho evidentemente racista e até de ódio, está a contribuir-se para a apologia pública de um crime, o que é muito mais grave do que aquilo de que se acusa o advogado Ventura.
Quanto ao BE, resta apenas dizer que vozes de burros não chegam ao céu.