terça-feira, julho 18, 2017

Os ciganos não são racistas?

 Observador:

José Maria Fernandes, presidente da União Romani – a Associação que representa a comunidade cigana em Portugal – reagiu aos comentários de André Ventura sobre a etnia cigana. “Parece que estou a responder ao Hitler”, disse para descrever os comentários do candidato do PSD e CDS à Câmara Municipal de Loures, André Ventura. 
 Depois das declarações de André Ventura, onde afirmava que existia “uma excessiva tolerância com alguns grupos e minorias étnicas” e que “os ciganos vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado”, vários foram os que se insurgiram contra o candidato. O Bloco de Esquerda disse tratar-se de um “ataque vil, gratuito e preconceituoso para com as pessoas de etnia cigana que, como tal, é punido pelo Código Penal Português”, e apresentou uma queixa-crime na Procuradoria Geral da República.

Ontem no programa Prós&Contras, um activista dos direitos dos ciganos, um tal Piménio, disse claramente que "nós temos em Portugal um paternalismo branco".
Aliás, todo o programa foi concebido como um ataque ao pretenso racismo contra os pretos e ciganos, para além do mais. As "organizações" convidadas não foram confrontadas com nenhum dos factos que levam normalmente as pessoas a falarem dos pretos da periferia de Lisboa e dos ciganos em geral, do modo como realmente se fala.  Nenhuma pessoa presente se atreveu a mencionar o que muita gente conhece relativamente a ciganos e aos pretos e que nada tem a ver com racismo mas com desrespeito generalizado das regras de convivência social plasmadas nas leis penais. O tráfico de droga não foi mencionado e a contrafacção de mercadoria têxtil nem aflorada foi.

Assim, ao dar-se espavento ao discurso do tal Piménio, de cunho evidentemente racista e até de ódio, está a contribuir-se para a apologia pública de um crime, o que é muito mais grave do que aquilo de que se acusa o advogado Ventura. 

Quanto ao BE, resta apenas dizer que vozes de burros não chegam ao céu.

33 comentários:

Josephvs disse...

Last night:
https://week.watch/fox-news/gypsies-failure-to-assimilate-sparks-uproar-in-pa/

joserui disse...

Diz o pasquim que o CDS-PP já deixou cair o homem. As formiguinhas fazem o seu trabalhinho.

José Domingos disse...

O CDs no seu melhor, a cobardia política. De um partido de pseudo direita, que gosta de andar na crista da onda.
Enfim um partido do sistema, que não vai a lado nenhum.
Ainda não percebeu e acho que o psd também não que está na altura de dar uns murros em cima da mesa.
Políticos "pequeninos"

contra-baixo disse...

"Nenhuma pessoa presente se atreveu a mencionar o que muita gente conhece relativamente a ciganos e aos pretos e que nada tem a ver com racismo mas com desrespeito generalizado das regras de convivência social plasmadas nas leis penais."

E que aparentemente são os únicos infractores sendo que o resto da população é austriaca na forma como se relaciona com sociedade em geral.

O errado está nas representações que te têm de determinados grupos (eu, por exemplo, que ando de metro logo pela manhã e que vejo as carruagens cheios de negros (operários da construção civil) e negras (empregadas em empresas de limpeza)também tenho a mania de achar que os prêtos são mais trabalhadores que muitos brancos) daí que considero desde logo um mau princípio associar certos grupos à prática de determinados crimes e onde, enquanto grupo, até serão proporcionalmente minoritários, excepto talvez nas condenações.

josé disse...

Se há erro nas representações só depois de se falar nelas ou nesses factos se poderá saber. Se não se falar sequer, nem se chega a saber.

josé disse...

Por outro lado, o metro de Lisboa não me parece grande observatório social desses fenómenos.

Haverá ciganos na construção civil?

Carlos disse...


Tenho pelos ciganos o mesmo respeito e consideração que tenho com qualquer um ser humano. E para que não fiquem dúvidas, vive a minha infância e adolescência junto a uma família cigana (vizinhos). Mas...tenho dúvidas de que a maioria deles tenham o mesmo respeito por mim!
E a propósito e com a melhor das intenções: já viram algum cigano a conduzir um carro de escola de condução? e, já tiveram o azar de ter um acidente com um destes descriminados?

contra-baixo disse...

Fala-se de ciganos de uma forma como se fala de um gang organizado (quando na realidade o grupo não é homogéneo havendo conflitos sobretudo dentro do grupo) evidentemente vir para a praça pública alimentar uma representação pré concebida só vai agudizar o problema, ainda por cima os pretos e os ciganos são fáceis de identificar. Era o mesmo que dar plena voz ao grupo daqueles que acha que na justiça são todos incompetentes, exemplos bem ou mal demonstrados não lhes faltaria, será que esta discussão interessaria ao debate público? Eu acho que não.

zazie disse...

Há gente parva e outra que toca contra-baixo.

É mandar números cá para fora da população prisional e deixar de se armar em besta.

Floribundus disse...

estatísticas
um parente precocemente desaparecido, contou que nos caixotes do lixo encontrava documentos do INE não contabilizados

na Europa central a ciganada tem o mesmo comportamento marginal.
tive oportunidade de o comprovar
idem na Itália

ambas aflitas com muçulmanos e pretos

contra-baixo disse...

zazie,

Até uma básica como tu devia ter presente (alías porque é um argumento que quem tem anticorpos em relacao a ciganos costuma invocar) que a população cigana é estatisticamente mais relevante no contexto prisional do que fora dele. Não tenho os números, mas de certeza que uma pesquisa googleana me levaria até eles.


josé disse...

Ontem no Prós o Piménio dizia que 80& dos ciganos são pobres. E justificava assim o recurso ao RSI, na maioria dos casos.

Não falou nas identidades em duplicado, nos registos falsos, etc etc.

E principalmente não deu a explicação devida para os tais 80% de pobreza: serão diminuídos mentalmente, para serem assim tão pobres?

Ou será outra coisa?

josé disse...

Os ciganos portugueses não são mais nem menos que os restantes portugueses. Logo têm a mesma obrigação de respeitar as leis do país que os demais. Têm a mesma obrigação de se comportarem de modo decente como os demais cidadãos. Não têm o direito de invadir urgências de hospital como se aquilo fosse deles e ameaçar quem lá está. Não têm o direito de se dedicarem em grande número a tráficos vários. E se quiserem ter esse direito terão naturalmente a correspondente sanção. E não devem queixar-se por isso.

Com esses comportamentos conseguem angariar a hostilidade de populações vizinhas porque tendem a ter atitudes anti-sociais, em muitos casos.

É simples de entender o que o advogado Ventura disse. Só não entende quem não quer.

josé disse...

Os ciganos querem ter os mesmos direitos que os demais? Tenham então as mesmas obrigações...

zazie disse...

Olha aqui, ó palerma: experimenta dizer isso aos que se auto-denominam representantes dos ciganos.

Diz-lhe que é mentira- que esse grupo social é uma discriminação porque existem muitas variantes dentro deles.

Aproveita e auto-chicoteia-te por também te achares "branco" em oposição a um grupo social que negas a existência.

Só não negas o que eles afirmam.

André Miguel disse...

Ia responder isso mesmo. Elvas é excelente exemplo. A cidade tem um bairro só para ciganos (pago com os nossos impostos). É ver a estatística da PSP e do estabelecimento prisional da cidade para ter a noção da realidade. A SS lá da terra também deve ter dados interessantes sobre os subsídios.

contra-baixo disse...

Ok. E como se deve comportar o estado de direito face aos ilícitos; ignorar e não actuar deixando que o ódio germine, pôr em prática a soluçao final, investir em educação e políticas sociais capazes? um reparo, preocupa-me tanto que um grupo de pessoas entre à bruta numa urgência de um hospital como aqueles que o fazem porque são amigos do Senhor Dr. A ou B. e não vejo a ter uma palavra em relação a isso.

josé disse...

O que se deve fazer é fazer cumprir as leis, as regras que temos sem distinção de pessoas. Os ciganos não são vítimas de racismo, são vítimas dos seus comportamentos anti-sociais.

contra-baixo disse...

E porque raio é que aos ciganos é mais exigível o cumprimento da lei que aos outros cidadãos, será que é por serem os únicos que não cumprem? Eu não lhe chamo racismo porque não está em causa uma raça mas uma espécie de ciganofobia, perversa no caso do Ventura porque alimentada com propósitos eleitoralista, não se propondo a resolver nenhum problema, mas antes a acicatar o ódio da população, não me parecendo que isso leve a um bom final.


(um aparte, até agora o Vital Moreira foi quem fez a melhor leitura do caso, nomeadamente das parvoices do BE)

josé disse...

"E porque raio é que aos ciganos é mais exigível o cumprimento da lei que aos outros cidadãos, será que é por serem os únicos que não cumprem? "

Acho que é precisamente o contrário que acontece e por isso a menção do Ventura ao caso.

É um racismo ao contrário: com medo de apelidarem racistas deixam-nos fazer o que bem entendem. O mesmo se passa na Cova da Moura, com os PSP.

zazie disse...

Se não fosse um racismo ao contrário não existia a tal anormalidade do "crime de ódio" sendo apenas as vítimas estes grupos sociais.

O contra-baixo nem se dá conta que está a negar os lobbies e os crimes que já conseguiram entrar na lei, à conta das generalizações que tanto o encanitam.

Que raio de coisa é essa do "ódio"?

Que é isso- um sentimento que muita gente desconhece (eu não sei o que é ódio) e que apenas pode existir em ligações profundas com outra pessoa, é coisa detectável por acender luzinha?

Que ódio?
Dizer-se que um grupo de gente é oportunista é ter-lhes ódio?

E se fosse? o ódio é algum acto?

Magoam-se por emanação de raios de ódio? consegue-se neutralizar uma naifada cuspindo ódio?

Era bom. Até aprendia o truque e perguntava onde se vende o tal de ódio.

contra-baixo disse...

Saberá com certeza melhor do que eu que a população prisional de etnia cigana é significativa, logo não sei se é legítimo afirmar-se que reina a impunidade.
O Ventura é um populista demagogo, o que fez foi, reconhecendo na sua comunidade um sentimento anti cigano na população, procupar transformar esse sentimento em votos para o seu partido, entrando registo de que o PSD sempre se afastou, além de ter errado no diagnóstico com generalizações não propôs nenhuma medida de política. O que é que ele faria se fosse eleito em relaçao ao assunto, mandava esterlizá-los, capava os machos, dava ordens ao MP e aos juízes para os prender a todos?

muja disse...

Mas qual é o preconceito aqui? Quem é que está a atribuir comportamentos a priori?

Já chega que nos tomem por parvos.

Quais são as exigências que se fazem a auto-denominados ciganos que se não façam aos outros cidadãos?

Responda lá, a ver se é capaz ou se não passa de outro fala-barato.

joserui disse...

O contra-baixo está desafinado e julga-se um violino. Só asneiras e não são pequenas.

joserui disse...

O CDS-PP é um partido medroso à imagem do Freitas, vão acabar todos socialistas.

muja disse...

Se é assim vão acabar como começaram. Também faz sentido - realmente nunca pareceu que saíssem do sítio...

josé disse...

Parece-me antes outra coisa: o CDS sempre contou com o apoio dos ciganos, desde o 25 de Abril de 74. É essa a explicação.

josé disse...

A direita portuguesa sempre esteve no PSD e essa é a verdade. Escondida, mas esteve sempre lá.A genuína.

O CDS é híbrido.

adelinoferreira disse...

Caminha tudo com SKF; não mexer para não estragar

http://www.sabado.pt/portugal/detalhe/teresa-leal-coelho-repudia-declaracoes-de-andre-ventura?ref=DET_relacionadas_portugal

muja disse...

A direita portuguesa esteve onde arranjou poiso.

Já não sei quem disse que quando fundaram o CDS ficou assente não aceitarem ninguém vindo da ex-UN/ANP.

Logo, oposição controlada ou, simplesmente, verbo de encher político. Existem para ocupar aquele lugar e impedir que outros o ocupem.

muja disse...

No artigo do Adelino diz que a mandatária da igualdade ou coisa que o valha, é filha de uma tal Esther Mucznik, sionista dos quatro costados... Pelo currículo, acho que é capaz de não depender do RSI.

Interrogo-me se não haverá aí discriminação contra a comunidade Rom...

De resto seria interessante saber as seguintes números:

- de pessoas LGBTóinas na comunidade Rom
- de feministas na comunidade Rom
- de transgenros na comunidade Rom

Manuel Pereira da Rosa disse...

A menina tinha 13 anos. Era boa aluna. O pai meteu-a debaixo de um tipo de trinta e tais. Não sei se casou, isso não me interessa. O homem que não sei se tem o RSI, deveria ser julgado e sancionado e o casamento (se o houve) anulado. Um cigano bem de vida abriu uma loja de roupa junto à feira de Carcavelos no apogeu desta. A mulher tomava conta da loja que tinha 4 ou cinco empregadas. Quantas delas eram ciganas? Zero!!!!!!
A propósito algum de vós já viu algum cigano marreca, aleijado com uma deficiência física grande?

Maria disse...

O CDS existe para fazer de conta que há democracia plena em Portugal. O CDS foi permitido por Cunhal porque era necessário, para convencer um povo bom e crente da (falsa) genuinidade e boa intenção dos democratas, haver um micro-partido controlado pelos dois partidos dominantes, que fingisse representar a direita portuguesa. Nada de grandes partidos de direita e menos ainda da verdadeira direita, para evitar a todo o custo que os dois outros partidos (conluiados num pacto de sangue desde 1973), que queriam e se haviam de impor como os únicos donos de Portugal, fossem submergidos através de eleições (ainda não totalmente manipuladas) desaparecendo num ápice do espectro político. E eles, os donos de Portugal, sabiam-no de ciência certa, eis porque num golpe de mestre, após as eleições de 1979 que deram uma maioria esmagadora ao PPD - aliás o único partido que muito embora fazendo parte do sistema, representava ainda assim o querer da maioria dos portugueses que repudiavam em absoluto a esquerda comunista e socialista a governar o País - e tendo a maçonaria, para sua total e inesperada surpresa, constatado estar a população a apoiar de alma e coração uma direita conservadora, para ela inadmissível por ir privá-la, pela mão da esquerda comunista e socialista, do plano destrutivo que já haviam gizado há muito para o País, só tinham uma solução e tinha que ser drástica para surtir o efeito paralizante desejado no querer do povo. E é assim que conjuraram um atentado que matou Sá Carneiro. E o choque foi de tal forma gigantesco que paralizou completamente a vontade dos portugueses de continuarem a votar num partido que já estava e continuaria representá-los de facto e de direito.

Pelas palavras explícitas do grão-mestre Arnaut proferidas há alguns anos e que não deixam margem para dúvidas "o povo estava a inclinar-se demasiado para a direita e nós demos uma ajudinha... (para o conduzir no caminho certo)".