O inenarrável professor Teixeira dos Santos, celebrizado na foto acima, anda a dizer no processo do Marquês, como testemunha e obrigado a dizer a verdade sob pena de cometer crime de falso depoimento, que a responsabilidade de nomeação de Armando Vara, em 2005, foi inteiramente dele e que José Sócrates, então primeiro-ministro, pouco ou nada teve a ver com o caso.
É preciso ter lata!
Em primeiro lugar, já mentiu anteriormente no processo. Disse antes que o primeiro-ministro nem sequer tinha sido visto ou achado no caso e agora disse que até lhe deu recomendações.
Isso, essa desconformidade evidente nas declarações, sendo crime público, deve ser valorizado e extraída certidão para inquériro pelo respectivo crime. Não se deve brincar com este género de figurões. A incumbência da extracção de certidão é do MºPº que acompanha o processo e do juiz de instrução, Ivo Rosa. Já devia ter sido feito, ontem...
O inenarrável professor Teixeira dos Santos que devia ter a maior vergonha do mundo não tem porque é socialista, e os socialistas não sentem tal coisa em nenhuma ocasião.
Vejamos como foi noticiada a nomeação de Armando Vara para a CGD, em 2005, tinha o dito inenarrável professor dez dias de experiência governativa:
O comunicado do Ministério das Finanças justifica esta reforma na administração da CGD, banco do qual o Estado é o principal accionista, com a necessidade de reforçar a direcção do banco público e criar uma relação de maior transparência e confiança com o Estado.
O documento refere que "uma série de eventos e notícias" fragilizaram a direcção da CGD "nos últimos meses". O 'Diário Económico', sublinhando que o novo ministro das Finanças está no cargo há apenas 10 dias, conclui que esta mudança já estaria planeada pelo primeiro-ministro, José Sócrates, e aponta em concreto que foi substituído na totalidade o Conselho de Crédito da CGD, que era composto por António Vila Cova, Luís Alves Monteiro e João Freixa.
A área do crédito era, talvez, a que estava a criar mais problemas internos na CGD, alvo de críticas a algumas operações feitas apesar de pareceres técnicos contrários. Alegadamente, operava-se nesta área com risco excessivo, na opinião de alguns responsáveis técnicos que, segundo o 'Diário Económico', ameaçavam demitir-se.
O mesmo diário refere ainda que a reforma da administração da CGD já havia sido pedida por Sócrates ao ex-ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, mas que este se recusava a demitir Vítor Martins. O jornal reforça este argumento - o da mudança em preparação - com os sucessivos adiamentos da Assembleia Geral de Accionistas da CGD e com o facto de na assembleia - quando se realizou - o Estado não ter aprovado um voto de louvor à direcção que é agora remodelada.
Esta remodelação não foi bem acolhida pelo presidente do PSD e líder da Oposição parlamentar, Marques Mendes. Em declarações ao 'Diário Económico', Marques Mendes comentou que esta medida é - e citamos - "um acto descarado de saneamento político".
Como é que um acto descarado de saneamento político, como disse o pequenino duende do PSD, foi da inteira responsabilidade de um ministro, vindo do Porto, do PS prófundo, com dez dias de experiência?
Só acredita nisso um tolo e Ivo Rosa não será tolo. Mais: os factos desementem-no tal como o comunicado que o seu ministério então divulgou: está lá, preto no branco que a decisão de mudar a administração bancária tinha sido política e já tinha sido pensada pelo então primeiro-ministro, antes de Teixeira dos Santos deixar a cátedra universitária para ser ministro. Mais ainda: diz-se claramente que esta mudança já estava a ser planeada antes. Por quem? Por um Teixeira dos Santos que ainda nem lá estava? Cúmulo da pouca vergonha, com o que agora se sabe:
A mudança tinha como razão justificativa e política, o problema da concessão de crédito com risco excessivo que estava a aumentar na CGD. Esta é de rir...perante o que fizeram logo a seguir, os novos administradores nomeados pelo inenarrável ministro das Finanças: a emprestar milhões ao Berardo das Associações e Fundações de fachada e a outros para assaltarem o bcp.
Também terá sido ideia deste ministro inenarrável? Aposto que nisto vai tirar o cavalinho da chuva, não tarda nada...
Quanto às explicações sobre as mudanças na CGD e a escolha de administradores é preciso atentar no que se passou na altura e depois e agora se vai sabendo.
Quem era o governador do Banco de Portugal, entidade supostamente independente mas ligada politicamente ao PS e ao poder de então? Vítor Constâncio, desde 2000 com mandato a terminar em 2006. Foi renovado, tal mandato, em Janeiro de 2006 por mais seis anos, por...Teixeira dos Santos, o qual ficou efusivamente satisfeito com tal opção...política. Também foi exclusiva dele? Só um tolo acreditaria.
Vítor Constâncio não ficou lá o tempo todo dos seis anos. Em 2010 foi com "satisfação e orgulho" do professor Teixeira que foi ocupar um lugar no BCE ( vice-presidente). Também nessa altura o Governo nada teve a ver com isso. Afinal o dito até foi eleito e a quase sinecura rendeu-lhe mais de dois milhões e meio de euros, porque o socialismo aqui, para estes finórios, trata-se bem.
Nessa altura, já estava tudo em andamento com o atentado ao Estado de Direito que se desenrolou perante os portugueses em geral e as autoridades judiciárias de topo ( PGR e pSTJ, em concreto, Pinto Monteiro e Noronha Nascimento) sem se preocuparem com tal, indignando-se contra quem o afirmasse, tendo arquivado liminarmente os indícios de tal crime.
Sabe-se agora, por revelação indiscreta do Berardo que na altura da mudança de cadeiras, em 2009, do finório Santos Ferreira ( amigo de 40 anos do Paz Ferreira, não esquecer nunca este facto) para o BCP, houve uma conversa ou várias entre Berardo e Constâncio que o nosso Joe, nem às paredes confessa. Sobre o assunto, claro.
Quanto a Vítor Constâncio, no Parlamento sobre o assunto da CGD, mostrou sinais de esquecimento precoce. Preocupantes ou sinais de mentiroso relapso. È à escolha...
Já várias pessoas importantes e conhecedoras destes procedimentos o afirmaram: nunca uma mudança deste género em bancos públicos, poderia ser tomada sem o aval ou participação activa do primeiro-ministro e muito menos deste Sócrates com o feitio que tinha. Isso é tão claro como água, disse Patrick Monteiro de Barros, recentemente.
Só um tolo, um ingénuo ou um corrupto entenderá de outro modo. Espero que Ivo Rosa não seja nada disto...
E quanto a datas e cronologia, vejamos:
Em 2 de Agosto de 2005, tinha o Governo de José Sócrates alguns dias o CM noticiava logo a nomeação de Armando Vara para a CGD. A pressa da nomeação, por Teixeira dos Santos, não pode de modo nenhum ser-lhe imputada. Tinha muito mais que se preocupar, certamente.
Porém, sabendo o que se passou a seguir no contexto histórico que as coisas tomaram é certo seguro e indiscutível que José Sócrates foi o mentor ou executor principal desta estratégia de aranha. Não foi o palerma ( neste contexto, descartável como tinha sido o anterior ministro Campos e Cunha e que aliás já disse das boas sobre isto) do Teixeira dos Santos. Isso é para mim facto insofismável.
Se Ivo Rosa acreditar noutra versão está definido para mim.
Em 2008, com o caso BPN, os socialistas Vítor Constâncio, Teixeira dos Santos e naturalmente José Sócrates decidiram nacionalizar os prejuízos do BPN afirmando, em finais de 2008, que não iria custar muito. Quase nada. Apenas os 700 milhões que havia em buraco escondido em Cabo Verde. Sabemos o quanto já custou e vai ainda custar, mas estes sabidolas em vez de serem punidos por estes crimes de escolha política, sem previsão no código penal, mas amplamente demonstrados perante a opinião pública como sinais de burrice académica e profissional, têm sido promovidos, ganham melhor a vidinha do que ganhavam antes e para eles o crime compensou largamente. São socialistas. Este Vítor anda agora com uma reforma de mais de 25 mil euros por mês. Merecida...pelas figuras que fez.
Foram estas sumidades quem decidiu tal coisa e é preciso dizer que este Vítor Constâncio, um dos maiores bluffs da intelligentsia nacional, um burro quando a mim, tinha dito já em tempos que Portugal, depois da entrada no euro nunca mais iria ter problemas financeiros ou de solvabilidade.
Em 2000, quando tomou posse como Governador do Banco de Portugal este inenarrável, professor e tudo porque estes indivíduos ensinam sempre qualquer coisa, na medida em que não sabem de nada ( quem sabe faz...), disse isto, no discurso:
Mas as políticas públicas fornecem agora um enquadramento de perfeita estabilidade macroeconómica e baixos custos de financiamento e de acesso ao capital, o que facilita o investimento produtivo modernizador e de expansão.
Mas as políticas públicas fornecem agora um enquadramento de perfeita estabilidade macroeconómica e baixos custos de financiamento e de acesso ao capital, o que facilita o investimento produtivo modernizador e de expansão.
Em 2009, ante-véspera de bancarrota, ainda considerava que a dívida externa era questão de somenos: o governador do Banco de Portugal considera que o plano da Comissão Europeia para estimular a economia pode ser insuficiente. E, ao contrário de Cavaco, entende que dívida externa não é uma questão essencial.Enfim, temos o que merecemos porque enquanto povo escolhemos sempre estes medíocres e criminosos.
Pagamos o preço, depois. Eles. nunca. Vivem melhor que todos os demais que prejudicaram para além do admissível.
E isso é a injustiça que temos perante nós.
Espero que o juiz Ivo Rosa perceba isto que é "claro como água".