sábado, maio 26, 2018

Um retrato do neo-realismo nacional: a miséria moral mais profunda

Expresso de hoje, uma foto de um almoço na semana passada:


Correio da Manhã de hoje, uma notícia com barbas de molho:



Diz-se na moldura da foto do Expresso que Paulo Campos , antigo secretário de Estado das Obras Públicas ( santo Deus!) tem sido "o mais fiel dos seus escudeiros", ou seja do antigo primeiro-ministro.

Ando a ler o livro de memórias de Raul Rosado Fernandes e em certa passagem conta como conheceu o pai de Paulo Campos, António Campos, do PS e próximo de Mário Soares. Apesar de lembrar o ar atoleimado, considera que Campos era uma pessoa honesta e que nunca aproveitou a política para enriquecer, como outros. No entanto, fartava-se de entregar o ouro aos bandidos europeus que nos espreitavam.

No outro dia, na tv, este mesmo Paulo Campos, nervoso e agitado, dizia-se herdeiro da tradição republicana do pai, nessa vertente de seriedade que nem sei bem o que seja. Dever ser  resquício daquela mania do pai.

O Lino que ali esta em cima, com ar sorumbático e alheado da farsa, parceiro pensador da dupla Lino Y Pino, Pino Y Lino, está cada vez mais perdido nas cogitações.

A conjugação das duas imagens e o que noticiam devia chegar para qualquer pessoa decente sentir uma profunda vergonha.

Porém o que estas duas imagens convocam é um retrato de miséria neste país que é Portugal. Profunda miséria, paradoxal aos milhões que ainda andam escondidos. Uma miséria moral avassaladora.

Para perceber melhor, mais dois recortes. O das estatísticas é daqui:



Com papas e bolos se enganam os tolos e alguns estão habituados a comê-las na cabeça alheia. É o caso deste Costa...

Não se imagina sequer alguma daquelas imagens acima mostradas, num dos primeiros dez países acima indicados.

Se não tivesse existido uma manhã de Abril com uma tarde tão funesta como a que lhe sucedeu, em 1974, tenho a certeza absoluta que estaríamos num dos seis primeiros lugares desta lista.

Assim, temos um bufarinheiro a governar, impante de sabedoria aprendida em Macau.

Questuber! Mais um escândalo!