Alberto Gonçalves, Observador:
O homem mais azarado de Portugal
Toda a gente sabe que o sr. Salgado nunca corrompeu uma alminha que fosse. De resto, ele próprio o garante e seria paradoxal questionar a seriedade de indivíduo tão sério. Mas impressiona que, de cada vez que se descobre uma trafulhice qualquer do Minho a Luanda, o sr. Salgado lá acabe injustamente envolvido. São subtraídos três abacates a uma quitanda de Santarém? É inevitável que o meliante refira proximidade ao sr. Salgado. Desaparecem mil milhões em operações bancárias esquisitas? Aguarda-se dez minutos e eis que o nome do sr. Salgado irrompe pelo assunto dentro. Nem chega a ser a história da cavadela e da minhoca: não vale a pena cavar que o bicho aparece sozinho. Assim à primeira vista, tudo indica tratar-se de uma enorme conspiração para lixar o infeliz, com recurso a encosto, mau-olhado e restante tecnologia de ponta. Ou então o sr. Salgado tem muito azar. Culpa, desculpem, é que não tem.
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