sábado, maio 12, 2018

Como Portugal se tornou esquerdista

Nestes dias em que se celebra o cinquentenário dos acontecimentos de Maio de 1968 em França vários depoimentos de portugueses que a eles assistiram declararam que por cá quase nem havia conhecimento do assunto por causa da Censura.
A retórica é sempre a mesma: "os cortes da censura faziam que quase nada se soubesse", como disse o jornalista João Vaz ( revista Domingo, no CM do passado 29.4) alcandorado a komentador por conta de uma esquerda difusa, actualmente dona disto tudo.

Como já se demonstrou em postal anterior, o essencial das notícias foi publicado por cá, logo na época, mas isso nem é o mais importante.

Esta semana a revista francesa Obs, publicou estas quatro páginas de memórias dos seus repórteres da ocasião sobre os acontecimentos que testemunharam.

Lendo fica a saber-se mais uma vez que o grande inspirador dos estudantes do Bairro Latino foi o filósofo Marcuse, a par de Jean-Paul Sartre.
A revista, aliás, era uma das que os publicitavam como figuras dessa Esquerda que se foi impondo depois ao longo de décadas, incluindo em Portugal.

Para se apreciar a influência dessas figuras, mesmo cá em Portugal no tempo daquela Censura, de Salazar e Caetano, ficam aqui recortes da revista Vida Mundial que ilustram muito bem o desempenho gramsciano dessa Esquerda cultural que nunca deixou de dominar o panorama mediático, de há décadas a esta parte.

Em 22.1.1971, o tal filósofo Marcuse tinha honra de capa na revista, o que deveria ser inédito, na Europa. O artigo extenso era assinado por A. Ferreira Marques.

Não só Marcuse tinha direito a capa da revista. Também o filósofo existencialista Sartre o teve, logo em13.2.1970.


E antes disso, em1.8.1070, outro filósofo, Bertrand Russel, apresentado em trama de símbolo hippie...


 E em 28.8.1970 a capa era toda Jane Fonda, a actriz que na época fazia campanha contra a guerra no Vietname e era a favor dos índios...


Tudo isto é posterior ao Maio de 68 deles, mas veio muito a tempo do nosso que ocorreu naquela manhã de Abril de 1974.
Os precursores, esses, já cá cantavam e sem Censura que se visse.

Questuber! Mais um escândalo!