Os obituários de hoje são todos iguais, podendo ser escritos por um robot adequado ao assunto e que pelos vistos está já em mente dos inteligentes da artificialidade. Estes que agora escrevem nos jornais, obituários como estes, são apenas os precursores dessa inteligência.
Aqui estão eles:
Em primeiro lugar o Público, o mais pedante de todos estes robots que cataloga numa página os lugares comuns da escrita codificada na internet.
Em segundo lugar o Diário de Notícias, um pouco mais sofisticado na medida em que associa politicamente o falecido a uma das "bestas" no neo-liberalismo e faz disso uma trocadilho, com foto a condizer. De resto quem escreve Wired Magazine, de Louis Rossetto, como se fosse o título da revista, nem a revista conhece bem.
A seguir o i, com duas páginas também muito bem apedantadas em que até tentam explicar o que são as "técnicas" do "novo jornalismo", eventualmente com recurso a sebentas dos cursilhos de comunicação social existentes.
O que me irrita mais neste pseudo-jornalismo de cópia integral e remisturada é o modo de escrita, diacronizando os tempos dos verbos. Ora, no presente situado, ora num passado que nunca visitaram, nem sequer em sonhos. Tudo copiado, portanto. E sem qualquer menção da fonte, para além das citações que aparecem aspadas.
Este jornalismo de cópia em segunda mão é uma desgraça nacional nestes jornais ditos de referência.
Por isso podem bem limpar as mãos à parede e ler o que escreveu o Correio da Manhã, sem peneiras, sintético, embora tudo copiado, também.
Evidentemente o obituário real e adequado vem ao lado, assinado por Francisco José Viegas que acredito tenha lido pelo menos A Fogueira das Vaidades. Quanto a conhecer os artigos da Rolling Stone ou da Esquire isso é que tenho quase a certeza: nunca os topou. Precisava de ter mais cinco anos para tal...
Estas pessoas não têm vergonha? Acham que isto é que é ser jornalista?
Resta dizer quanto a estes obituários, que acabei de os recortar e arquivar. Para memória futura.