A notícia é do jornal Sol de hoje. Nenhum outro jornal a menciona. Nenhuma rádio ou tv a mencionam também.
Ferro Rodrigues, aqui, novamente, à semelhança de Jaime G. e Paulo P. Todos têm perdido os processos por difamação que intentaram contras ofendidos no processo Casa Pia e que os denunciaram como participantes em actos de natureza pedófila. Todos os processos terminam do mesmo modo: os visados não lograram provar que os ofendidos mentiram ao lhes imputarem tais práticas. E não lograram do mesmo modo, a comprovação da respectiva inocência, como é óbvio e também neste acórdão da Relação de Lisboa se sentencia: "Não foi possível recolher indícios suficientes de que o assistente ( Ferro Rodrigues) não tenha praticado os factos imputados nem de que o arguido tenha, ao fazê-lo, faltado á verdade.", escreve-se no acórdão, segundo o Sol.
A figura que está por detrás da personagem da notícia, é notícia também: nas primeiras horas do escândalo, disse que " as testemunhas podem mentir". Os tribunais, acabam por lhe dizer que não mentiram. Ou que não se prova que mentissem, o que no caso, vai dar ao mesmo.
Uma questão continua, por isso, na ordem do dia: até quando o poder político que está e principalmente a opinião pública e a publicada, vão continuar a fazer de conta que isto não é assim e que é tudo uma farsa e que afinal vale tudo em política, mesmo acaparar politicamente pessoas envolvidas em casos desta natureza e em relação às quais não se apura a verdade de factos afirmados por ofendidos, que o continuam a ser para os tribunais?
Sendo a presunção de inocência processual um princípio de valor inquestionável, não deverá também ser inquestionável que no caso de se manter a dúvida processual, deve aplicar-se o princípio da maior cautela política, por causa de princípios de valor equivalente?
Estas pessoas necessitam da política, das causas públicas e da vivência política para representarem outros cidadãos?
Não têm mais ninguém que os possam susbstituir? São imprescindíveis, como dizia há tempos um comentador do tempo que passa?
Porquê?