sexta-feira, outubro 02, 2009

A justiça real

A Tabu, de hoje, no Sol, entrevista José António Barreiros em que algumas coisas interessantes, além do mais. Este além do mais, compreende a sua visão do processo Casa Pia e que é esta:

"O que ali está ( no processo Casa Pia)é um segmento da realidade, deixou-se escapar muita coisa. A História julgará o que não está a ser julgado. "

Diga-se em complemento do que JAB acaba de dizer que o actual PGR assegurou, logo no início do seu mandato, que não haveria um processo Casa Pia II. Esse silêncio dos inocentes, garantiu a tranquilidade ao seu mandato. Faça o que fizer o actual PGR, não terá nunca os vítores ramalhos contra ele, como teve Souto Moura. E quem diz ramalhos, pode dizer outros arbustos de ocultação.

E continua José António Barreiros:

"Eu acho que Alberto Costa está de parabéns. Impôs o que quis e quando quis. As pessoas berraram contra ele, mas as reformas dele cá estão, até o mapa judiciário. Ele fez o que quis e impôs- e agora aí estão todos em alegres jantaradas com o senhor ministro. Coitados dos ingénuos que acreditaram que a gritaria de protestos que para aí houve teria algum efeito. Estão todos hoje à mesma mesa e sabe porquê? Porque são políticos ou agem como tal-entendem-se!
O primeiro-ministro definiu uma estratégia: combate às corporações. Alberto Costa, obediente, fez tudo para criar dificuldades às magistraturas. Isto era expectável porque as magistraturas começaram a ser um contra-poder; a interrogar ministros e políticos. Portanto, teriam de estar preparadas para a retaliação política. Vários governos gostariam de ter feito isto, mas o do PS tem uma vantagem: é que em certos dirigentes das magistraturas existe uma grande dificuldade em hostilizar o PS. Este ministro fez gato-sapato de quem quis e muitos dos que mais vociferam foram os que mais calaram."

Refere-se a quem, José António Barreiros? A estes quatro. E a um jantar no Gambrinus que um deles, por uma réstia de pudor equívoco, não partilhou. Mas partilhou tudo o mais. Simbolicamente, claro. E por isso mesmo chegamos onde chegamos: ao ponto de o CSM fazer coro com o poder político instalado.

2 comentários:

Unknown disse...

Inteiramente de acordo, caro José. Todavia, há uma questão que dificilmente será desvendada. Aquilatar a real importância da Senhora Procuradora Cândida Almeida na reeleição do Senhor Engenheiro. Se foi decisiva uma parte importante do MP não foi, decididamente, um alvo a abater.

Karocha disse...

Macau?

O Público activista e relapso