No tempo em que perfazem 40 anos sobre o Festival de Vilar de Mouros, outros tantos passaram sobre o advento de um movimento político que se convencionou chamar de "Ala liberal" e que consistia num grupo de deputados na então Assembleia Nacional do tempo de Marcello Caetano que procuravam uma alternativa política ao regime fechado herdado do tempo de Salazar e que Marcello tentou abrir um pouco às ideias de maior democracia, liberdade e com matriz europeia. Neste movimento destacou-se o deputado José Pedro Pinto Leite que interveio pela primeira vez no Parlamento em 12.12.1969 e a última pouco antes de morrer, num desastre de helicóptero na Guiné, numa missão parlamentar com outros deputados, em Julho de 1970, com 38 anos.
Pinto Leito era formado em Direito e teve como professor, Marcello Caetano. Vinha de uma família cujo pai fora representante em Portugal da Ferrostaal, firma alemã onde Pinto Leite também estagiou, na Alemanha, assumindo depois as funções que foram as de seu pai. No Parlamento distinguiu-se por defender uma abertura política, próxima da social-democracia que mais tarde viria a inspirar o PPD, pela mão de Sá Carneiro, seu colega de bancada na tal "ala liberal".
Este artigo que segue é da revista Vida Mundial de 11.6.1971, portanto bem antes do 25 de Abril e focava, sem censuras, aspectos essenciais da mudança política que se desejava então, para que Portugal encetasse um caminho de democracia mais consentâneo com os cânones europeus.
Ao contrário do que a esquerda de hoje pretende veicular como discurso dominante, nessa altura a discussão sobre estas matérias não era tabu e fazia-se de alguma forma abertamente, embora com o condicionamento político derivado de existência de censura e polícia política que prendia e encarcerava efectivamente aqueles que entendia como "subversivos", por se oporem ao regime, na clandestinidade do comunismo que professavam e queriam implantar em Portugal como bem tentaram durante o PREC.
A "ala liberal" opunha-se igualmente ao regime, tentando mudá-lo por dentro e no Parlamento. Basta ler as ideias expressas de Pinto Leite nesta pequena passagem da revista VM que lhe consagrou 10 páginas, por ocasião da revisão constitucional que também abrangia a revisão das leis de imprensa e de liberdade religiosa.
Quem estuda nas escolas secundárias ou quem intervém em debates de tv ou de rádio ou seja o que for, vê-se confrontado com uma realidade do regime anterior ao 25 de Abril que nunca foca estes aspectos e nunca fala nestas pessoas. A História de Portugal antes de 25 de Abril foi tomada de assalto pelos fernandos rosas, historiadores revisionistas que pretendem sempre vender o seu peixe podre de ideologia serôdia.
O regime anterior é sempre "fassista" e daí para baixo. O discurso dominante, hoje em dia, pertence a antigos maoístas como Fernando Rosas que concedeu há dias uma entrevista a um jornal que merecia comentário. E quem diz maoistas diz esquerdistas de vários quadrantes.
Quem se atreve a falar do regime anterior ao 25 de Abril e destes personagens notáveis que houve em Portugal , notando-lhe os aspectos positivos, é sempre olhado de soslaio e apodado de "alarve" ou "fassista", saudosista e coisas assim. E dizem-se democratas, estes pascácios.
José Pedro Pinto Leite é um ilustre desconhecido para a maioria das pessoas, mesmo as do PSD. E não devia.
Pinto Leito era formado em Direito e teve como professor, Marcello Caetano. Vinha de uma família cujo pai fora representante em Portugal da Ferrostaal, firma alemã onde Pinto Leite também estagiou, na Alemanha, assumindo depois as funções que foram as de seu pai. No Parlamento distinguiu-se por defender uma abertura política, próxima da social-democracia que mais tarde viria a inspirar o PPD, pela mão de Sá Carneiro, seu colega de bancada na tal "ala liberal".
Este artigo que segue é da revista Vida Mundial de 11.6.1971, portanto bem antes do 25 de Abril e focava, sem censuras, aspectos essenciais da mudança política que se desejava então, para que Portugal encetasse um caminho de democracia mais consentâneo com os cânones europeus.
Ao contrário do que a esquerda de hoje pretende veicular como discurso dominante, nessa altura a discussão sobre estas matérias não era tabu e fazia-se de alguma forma abertamente, embora com o condicionamento político derivado de existência de censura e polícia política que prendia e encarcerava efectivamente aqueles que entendia como "subversivos", por se oporem ao regime, na clandestinidade do comunismo que professavam e queriam implantar em Portugal como bem tentaram durante o PREC.
A "ala liberal" opunha-se igualmente ao regime, tentando mudá-lo por dentro e no Parlamento. Basta ler as ideias expressas de Pinto Leite nesta pequena passagem da revista VM que lhe consagrou 10 páginas, por ocasião da revisão constitucional que também abrangia a revisão das leis de imprensa e de liberdade religiosa.
Quem estuda nas escolas secundárias ou quem intervém em debates de tv ou de rádio ou seja o que for, vê-se confrontado com uma realidade do regime anterior ao 25 de Abril que nunca foca estes aspectos e nunca fala nestas pessoas. A História de Portugal antes de 25 de Abril foi tomada de assalto pelos fernandos rosas, historiadores revisionistas que pretendem sempre vender o seu peixe podre de ideologia serôdia.
O regime anterior é sempre "fassista" e daí para baixo. O discurso dominante, hoje em dia, pertence a antigos maoístas como Fernando Rosas que concedeu há dias uma entrevista a um jornal que merecia comentário. E quem diz maoistas diz esquerdistas de vários quadrantes.
Quem se atreve a falar do regime anterior ao 25 de Abril e destes personagens notáveis que houve em Portugal , notando-lhe os aspectos positivos, é sempre olhado de soslaio e apodado de "alarve" ou "fassista", saudosista e coisas assim. E dizem-se democratas, estes pascácios.
José Pedro Pinto Leite é um ilustre desconhecido para a maioria das pessoas, mesmo as do PSD. E não devia.
