O Expresso de hoje continua a dar-lhe nas "secretas" e a burra a fugir-lhe. Escreve Rui Gustavo que "a fiscalização dos serviços de informação não detecta ilegalidades se forem praticadas por quadros de topo da hierarquia ou pedidas sem qualquer registo oficial." E ainda: "não há qualquer forma de impedir iniciativas individuais ou escutas telefónicas".
Fernando Negrão, presidente da Comissão parlamentar que investiga o caso por conta da República diz, segundo o Expresso, que "do ponto de vista formal a fiscalização funciona. Mas se alguém decide actuar fora do sistema é muito mais difícil fiscalizá-lo".
O que espanta neste tipo de notícias não é tanto a aparente ingenuidade dos repórteres que parece nunca terem pensado nisto e desde o início deram a entender que o assunto seria diverso e sindicável.
Mais: no fim do artigo conta-se um conto, o de que " no auge da investigação do processo Freeport, os procuradores que investigavam o caso desconfiaram que andavam a ser investigados pelo SIS. O juiz Antero Luís, então director, negou tudo publicamente. Não quer dizer que alguém estivesse a mentir: bastava que o coordenador das vigilâncias não tivesse dado conhecimento à hierarquia. O caso não deu origem a qualquer processo judicial ou investigação porque nunca foi feita nenhuma queixa formal. Ficou a suspeita que ninguém quis investigar."
O Expresso podia fazer ainda melhor: no auge do processo Face Oculta, quando se efectuavam escutas em que o primeiro-ministro José Sócrates foi interventor e das quais tomou conhecimento intempestivo e em violação de segredo de Justiça em 24 ou 25 de Junho de 2009 ( cujo inquérito para averiguação continua sem se saber que desfecho teve ou terá, sendo certo que um dos suspeitos dessa violação é uma alta figura do Estado português), criou-se repentinamente um facto político de pura desinformação e agit-prop, própria de serviços secretos. De repente alguém noticiou que haveria escutas em Belém. E um dos assessores do presidente, Fernando Lima, foi apanhado com as calças na mão de declarações que não tiveram em conta o trabalho de um certo Olrik. Logo a seguir, o caso mudou-se em escândalo por causa de os putativos visados pelas escutas afirmarem algo gravíssimo sem terem a mínima prova do que afirmavam. E a imprensa afecta, quase toda ela, embarcou no sacrifício ritual: transformar em vítima o carrasco. Foi o que sucedeu, foi um embuste, uma manobra de diversão que escondia um atentado ao Estado de Direito.
Alguém se importou em investigar o caso nesta perspectiva e prender o Olrik? Não. Então porque é que o Expresso continua com esta cretinice?
Desde os tempos de Nixon e também os mais recentes de Bush ( com o caso Valerie Plame e o Libby lambreta) se sabe que os serviços secretos têm afeições e razões que a razão desconhece para os patrões do momento.
Por isso mesmo quem não quiser que algo se saiba neste âmbito de vigilâncias ilegais e actividades subterrâneas de agentes sabujos do poder que está, tenha cuidado. Porque sempre as haverá e basta que esse poder o queira. O poder de José Sócrates qui-lo, fê-lo e saiu impune disso mesmo.
Mas pode ser que estes inquéritos permitam saber quem é Olrik.
Fernando Negrão, presidente da Comissão parlamentar que investiga o caso por conta da República diz, segundo o Expresso, que "do ponto de vista formal a fiscalização funciona. Mas se alguém decide actuar fora do sistema é muito mais difícil fiscalizá-lo".
O que espanta neste tipo de notícias não é tanto a aparente ingenuidade dos repórteres que parece nunca terem pensado nisto e desde o início deram a entender que o assunto seria diverso e sindicável.
Mais: no fim do artigo conta-se um conto, o de que " no auge da investigação do processo Freeport, os procuradores que investigavam o caso desconfiaram que andavam a ser investigados pelo SIS. O juiz Antero Luís, então director, negou tudo publicamente. Não quer dizer que alguém estivesse a mentir: bastava que o coordenador das vigilâncias não tivesse dado conhecimento à hierarquia. O caso não deu origem a qualquer processo judicial ou investigação porque nunca foi feita nenhuma queixa formal. Ficou a suspeita que ninguém quis investigar."
O Expresso podia fazer ainda melhor: no auge do processo Face Oculta, quando se efectuavam escutas em que o primeiro-ministro José Sócrates foi interventor e das quais tomou conhecimento intempestivo e em violação de segredo de Justiça em 24 ou 25 de Junho de 2009 ( cujo inquérito para averiguação continua sem se saber que desfecho teve ou terá, sendo certo que um dos suspeitos dessa violação é uma alta figura do Estado português), criou-se repentinamente um facto político de pura desinformação e agit-prop, própria de serviços secretos. De repente alguém noticiou que haveria escutas em Belém. E um dos assessores do presidente, Fernando Lima, foi apanhado com as calças na mão de declarações que não tiveram em conta o trabalho de um certo Olrik. Logo a seguir, o caso mudou-se em escândalo por causa de os putativos visados pelas escutas afirmarem algo gravíssimo sem terem a mínima prova do que afirmavam. E a imprensa afecta, quase toda ela, embarcou no sacrifício ritual: transformar em vítima o carrasco. Foi o que sucedeu, foi um embuste, uma manobra de diversão que escondia um atentado ao Estado de Direito.
Alguém se importou em investigar o caso nesta perspectiva e prender o Olrik? Não. Então porque é que o Expresso continua com esta cretinice?
Desde os tempos de Nixon e também os mais recentes de Bush ( com o caso Valerie Plame e o Libby lambreta) se sabe que os serviços secretos têm afeições e razões que a razão desconhece para os patrões do momento.
Por isso mesmo quem não quiser que algo se saiba neste âmbito de vigilâncias ilegais e actividades subterrâneas de agentes sabujos do poder que está, tenha cuidado. Porque sempre as haverá e basta que esse poder o queira. O poder de José Sócrates qui-lo, fê-lo e saiu impune disso mesmo.
Mas pode ser que estes inquéritos permitam saber quem é Olrik.
9 comentários:
Também gostava de saber José!
Pois eu acho que sei.
Boa José
Faça um post!
Já fiz...
Eu sei José,mas podia faze um mais apuradinho, como os seus petiscos!!!
http://bragamaldita.blogspot.com/2008/06/permanent-link.html
Pois o Lima foi apanhado mas não foi sancionado. Isto corroi a sociedade de direito. Não vale perguntar cadê os outros, como fazem todos os ladrões apanhados em flagrante.
O lima foi apanhado em quê, exactamente? Diga lá que nunca percebi bem...
O Lima não foi apanhado em nada. Foi sim "monitorizado" nas deslocações e contactos que fazia.
É que "alguém" descobriu que para controlar/saber quais eram as intenções do "homem velho" bastava saber o que os assessores deste faziam e com quem contactavam.
Fácil, hem? E resultou...
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