Oh! Não me digam! O Expresso confirmou mesmo uma coisa dessas? Espectacular trabalho do Expresso, com as fontes internas que violam sistematicamente o dever de sigilo e reserva, de modo mais grave do que aquele que pretendem denunciar.
Mais espectacular ainda: "Ele pode simplesmente ter guardado a informação na cabeça, o que é mais complexo" !
Depois desta tirada, cujo ridículo não liquidou o jornalista, no fim deste artiguelho espectacular, escreve-se que "os procuradores estão preocupados com a forma desorganizada e arcaica como as informações dão entrada e são classificadas nos centros de dados. Os programas informáticos são antiquados e faltam regras claras e específicas sobre o quê, como e com que classificação se devem guardar segredos".
Os procuradores...quê?! Estão preocupados? Então não estão! Preocupadíssimos. Tanto como com a primeira camisa que vestiram.
É sobre esta matéria que o PGR Pinto Monteiro vai ter de se pronunciar brevemente. Espera-se que arquive liminarmente o processo, em fase administrativa ( porque não lhe compete a ele averiguar previamente seja o que for, em sede de inquérito) e diga outra vez que os políticos ( leia-se a Maçonaria) querem resolver problemas políticos em inquéritos criminais.
Como cereja de ignorância no topo do bolo desta cretinice noticiosa, escreve-se que os procuradores que fiscalizam " a secreta", a saber, Mário Gomes Dias e Agostinho Homem, ambos ex-vice-PGR e já jubilados mais o PGA Santos Pais, "têm o poder, pelo que diz a lei-quadro do SIRP, de mandar abrir inquéritos-crime, se encontrarem algo de grave nos serviços."
Quer dizer, poder teriam sempre, em relação a crimes públicos indiciados. Como aliás qualquer pessoa terá, se o quiser fazer. Se o Expresso sabe da existência de crimes públicos neste caso, tem tanto poder como aqueles. Basta fazer a respectiva participação ou até noticiar os tais crimes, de que até agora não foi capaz, e esperar que as instâncias do MºPº actuem como é seu dever. Uma notícia de jornal basta para autuar como inquérito. Quem ensinava isto era...Souto Moura.
Ainda outra coisa: o Expresso escreve que "Marques Júnios foi à A.R. confirmar as fugas de informação investigadas pelo Expresso". Quod erat demonstrandum. Se fugas de informação existiram, não foram confirmadas pelo director do SIRP, o mação Marques Júnior, qua tale. O que este disse foi que existiram fugas insusceptíveis de colocar em causa a segurança interna e a defesa dos interesses nacionais.
Esse tipo de fugas não interessava ao Expresso nem eram essas que andava a "investigar", com métodos em tudo idênticos e porventura piores que aqueles que anda a denunciar...o que diz tudo da categoria profissional, ética e deontológica do jornal e de quem o dirige.