O que é um serviço público de tv? Em 2002 um "grupo de trabalho" entregou as conclusões ao governo de Durão Barroso. Não foram aproveitadas e desde então a RTP torrou 2 mil milhões de euros públicos. A conclusão principal do tal estudo seria a de diminuir os encargos com a TV do Estado, mas foi precisamente o contrário que sucedeu entretanto.
Cá por mim não tenho grande opinião sobre o assunto porque a RTP não me interessa enquanto estação de tv do Estado uma vez que não se distingue das demais e consome muito mais recursos públicos. Logo, privatizar ou não é-me indiferente. E só não o será para aqueles que "mamam" habitualmente no úbere do Estado cada vez mais depauperado, incluindo os respectivos trabalhadores cuja produtividade em alguns casos deve ser lendária.
O jornal i escreve assim, sobre o assunto, numa altura em que se formou novo "grupo de
trabalho" para o mesmo efeito:
Cá por mim não tenho grande opinião sobre o assunto porque a RTP não me interessa enquanto estação de tv do Estado uma vez que não se distingue das demais e consome muito mais recursos públicos. Logo, privatizar ou não é-me indiferente. E só não o será para aqueles que "mamam" habitualmente no úbere do Estado cada vez mais depauperado, incluindo os respectivos trabalhadores cuja produtividade em alguns casos deve ser lendária.
O jornal i escreve assim, sobre o assunto, numa altura em que se formou novo "grupo de
Mesmo entre os membros do grupo de trabalho o consenso não é imediato, embora Sousa Tavares arrisque dizer que "a maioria deles será favorável à privatização". A maior parte dos dez elementos do grupo, contactada pelo i, recusou comentar o assunto. Foi o caso de Eduardo Cintra Torres, Felisbela Lopes (investigadora de média da Universidade do Minho); João Amaral (director de edições gerais do grupo Leya); Ribeiro Cristóvão (jornalista e ex-deputado do PSD); Manuela Franco (ex-secretária de Estado de Durão Barroso) e Manuel José Damásio (investigador em Ciências da Comunicação). José Manuel Fernandes esteve indisponível. Mas os dois restantes membros, Manuel Villaverde Cabral (sociólogo) e Francisco Sarsfield Cabral (jornalista) mostram que o grupo poderá, afinal, não ser assim tão unânime. Sarsfield Cabral é contra a privatização, por uma única razão: "devido à situação actual do mercado publicitário, demasiado exíguo para albergar mais um operador privado de televisão". Uma visão coincidente com a de Sousa Tavares, que vai mais longe ao dizer que "privatizar a RTP pode ser uma jogada escondida".
Villaverde Cabral também não revela grandes dúvidas: "sou completamente a favor da ''desestatização'' das rádios e televisões públicas". E resume a sua visão sobre o cerne do trabalho nos próximos dois meses: "trata-se de discutir se acabamos ou não com um modelo de televisão de suporte à propaganda governamental, criado por José Eduardo Moniz, na era de Cavaco Silva". Ou seja, se a RTP deve batalhar ou não pelas audiências.
Villaverde Cabral também não revela grandes dúvidas: "sou completamente a favor da ''desestatização'' das rádios e televisões públicas". E resume a sua visão sobre o cerne do trabalho nos próximos dois meses: "trata-se de discutir se acabamos ou não com um modelo de televisão de suporte à propaganda governamental, criado por José Eduardo Moniz, na era de Cavaco Silva". Ou seja, se a RTP deve batalhar ou não pelas audiências.
Villaverde Cabral talvez não se lembre, mas o problema da tv pública não começou com José Eduardo Moniz, se bem que este fosse efectivamente um dos coveiros principais do serviço público. O problema da RTP é de sempre. No dia 25 de Abril de 1974 a principal alteração que senti na tv foi o facto de o falecido Fialho Gouveia ou os apresentadores, aparecerem sem gravata a ler comunicados e notícias em tom de formalismo revolucionário.
No final dos anos setenta, o problema RTP passou pelo "maquiavel à moda do minho" que transformou a estação numa máquina de propaganda obscena, incluindo a transmissão dos funerais dos mortos de Camarate de um modo inadmissível. Nos anos oitenta foi o que foi com Moniz e depois disso foi sempre a manipular, a esconder notícias na gaveta, a receber telefonemas de primeiros-ministros e afins. Uma informação sempre tendenciosa e manipuladora.
O verdadeiro serviço público de tv residiria aí, na informação que se pretende rigorosa, isenta e objectiva, com investigação jornalística que a tv permite. Não reside certamente na competição pelos programas mais rascas ou pelas telenovelas mais "alienadoras". A RTP de Gabriela, Casarão e até O Astro não voltou a prestar esse serviço, desse modo. As visitas da Cornélia já não existem e os programas importados não se distinguem dos das demais tv´s. A diferença estaria na informação, mas a RTP nunca quis desempenhar esse papel diferenciado, eventualmente porque não lho permitiram e os directores de informação são sempre nomeados por critérios de confiança política, mas quando não parecem.
Não estou a ver um José Rodrigues dos Santos a passar do papel de simples apresentador...
Portanto, RTP , requiescat in pacem.
No final dos anos setenta, o problema RTP passou pelo "maquiavel à moda do minho" que transformou a estação numa máquina de propaganda obscena, incluindo a transmissão dos funerais dos mortos de Camarate de um modo inadmissível. Nos anos oitenta foi o que foi com Moniz e depois disso foi sempre a manipular, a esconder notícias na gaveta, a receber telefonemas de primeiros-ministros e afins. Uma informação sempre tendenciosa e manipuladora.
O verdadeiro serviço público de tv residiria aí, na informação que se pretende rigorosa, isenta e objectiva, com investigação jornalística que a tv permite. Não reside certamente na competição pelos programas mais rascas ou pelas telenovelas mais "alienadoras". A RTP de Gabriela, Casarão e até O Astro não voltou a prestar esse serviço, desse modo. As visitas da Cornélia já não existem e os programas importados não se distinguem dos das demais tv´s. A diferença estaria na informação, mas a RTP nunca quis desempenhar esse papel diferenciado, eventualmente porque não lho permitiram e os directores de informação são sempre nomeados por critérios de confiança política, mas quando não parecem.
Não estou a ver um José Rodrigues dos Santos a passar do papel de simples apresentador...
Portanto, RTP , requiescat in pacem.
8 comentários:
Apoiado!!!
Mesmo assim andas um bocado distraido:
" Mário Crespo convidado pelo Governo para correspondente da RTP em Washington
Convite feito por Miguel Relvas surpreende administração da RTP e viola critérios da direção de informação do operador público para a escolha de correspondentes."
Isto é o que se chama começar a mijar a 3 metros de distância e acabar nos sapatos.
'ras te parta'era ou ainda é uma real república coimbrã.
nos anos 50 tinha na porta esta quadra
«entra amigo, entra em paz,
se trazes presunto ou vinho.
se é a conta que te traz
saímos à bocadinho»
Se o espaço publicitário está cheio e a concorrência neste país da brincadeira só é boa quando é combinada, há outra solução para a RTP: liquidação total e andor violeta. Já chega. -- JRF
José, penso que de facto faz falta racionalizar os recursos consumidos pela RTP (RDP, Antena 123, etc) mas quanto a pura e simplesmente fechar não sou a favor pelos seguintes motivos:
- a qualidade da informação não sendo perfeita, também não é assim tão má. Vários amigos meus estrangeiros ao verem os telejornais portugueses ficaram espantados com a profundidade da informação internacional na TV portuguesa. (assumo contudo a existencia de enviesamento a favor do partido do poder);
-a comunicação social é importantíssima do ponto de vista das escolhas politicas do cidadao mediano, existe um risco muito maior do controlo efectivo da quase totalidade da informação por um grupo privado caso nao exista RTP (fenomeno Berlusconi em Italia)
assim concordo sem duvida que a missao da RTP deve ser reorientada, de forma a prestar verdadeiro serviço publico, ainda mais importante nesta altura em que a crise provavelmente ira impedir muitos de ter acesso aos canais por cabo. Contudo deve-se definitivamente acabar com as mordomias existentes...(se calhar isto é impossivel e estou a ser ingenuo mas enfim...)
Cumprimentos
Gotava de acrescentar que a posiçao de fechar a RTP pura e simplesmente tambem pode ser muito ingenua e podemos vir a lamentá-la seriamente no futuro.
A RTP devia ser um serviço público mas o problema começa logo aí: não se sabe exactamente como deve ser um serviço público. Saber, até sabem. Mas não conseguem praticar esse saber porque a tentação de controlar esse poder, sendo grande é exercida de facto logo que os meios estão ao dispor.
Então a solução passaria por retirar esses meios ao dispor dos governos. E como? Fazendo se calhar o que é preciso fazer nas instituições que devem ser isentas.
Mas nós vemos o que acontece actualmente na PGR: tudo depende das pessoas que lá estão. E na informação a falta de vergonha é lendária.
Portanto, a solução passa por eliminar a RTP e deixar que apareça outra coisa logo que a necessidade se impuser. Manter a RTP como está é continuar a esbanjar dinheiro em proveito de algumas centenas de pessoas que não tiveram o senso de fazerem o que se lhes exige.
A alternativa seria reduzir a RTP ao mínimo indispensável e que passaria pelo corte de verbas substanciais. Passar a RTP para a lógica de mercado não vale a pena porque os privados fazem melhor e a qualidade ressente-se logo.
Por isso mesmo, a RTP deveria ser um canal de nicho, apenas, com uma informação a toda a prova de isenção.
Ponham lá o José Rodrigues dos Santos e logo vêem como se faz.
Enviar um comentário