Domingos Abrantes, o "antifassista" por excelência, o crente que transporta a harpa dos amanhãs a cantar, desde que desembarcou na Portela ao lado do ídolo Álvaro Cunhal, em 28 de Abril de 1974, vindo de Paris, acaba de dizer na TVI24 que a Humanidade e Portugal em particular, será socialista, um dia.
Será caso para dizer: quando a vaca tussir...
Para já ficam duas imagens da chegada de Domingos Abrantes e respectiva mulher e ainda Cunhal ao aeroporto de Lisboa, em 74. As fotos, do Século Ilustrado, foram entretanto retocadas, na sede do PCP, conforme conta Joaquim Vieira na entrevista abaixo mostrada. Soares que se encontrava no cimo de uma chaimite, ficou de fora da fotografia. E segundo conta o próprio Soares, naquele momento, alguém lhe pediu para sair do local, para não retirar carga simbólica ao misticismo da imagem dos soldados e marinheiros que rodeavam o "querido líder"...
A história do PCP é uma história de episódios como este, do tempo das cerejas.
11 comentários:
tudo tão sinistro neste
filme de horror ao vivo
a carteira dos contribuintes será sempre o 'self-service' da função pública e dos seus sindicatos
espero regressar do exílio no começo de 2014 devido a consulta no 'toubib'.
tudode bom para todos
O Abrantes transporta a harpa ou a lira do delírio. E pelo que o José aqui diz, dedilhou-a na TVI.
O que essa gente tem de palco, neste país, é inacreditável. Um partido marxista-leninista que subscreve e abençoa a maior tragédia que a humanidade já conheceu é tratado com salamaleques e mesuras.
É o que fazem os que aceitam falar respeitosamente do comunismo.
Só há duas razões possíveis para continuar a respeitar uma seita que matou mais de 100 milhões de pessoas: ou se admite que essa tragédia foi um “desvio acidental” de percurso, um “detalhe” na evolução histórica de um ideal radioso, ou, para começo de conversa, se faz logo a legitimação do genocídio.
Ou se defende o marxismo mediante a supressão do vínculo essencial entre factos e ideias que é a sua própria base, ou se enaltece essa ideologia que faz apologia do crime.
No primeiro caso, é-se um imbecil; no segundo, um monstro. Não há como escapar a essa alternativa quando se aceita conversar da supressão de 100 milhões de vidas numa amena e respeitosa cavaqueira.
O Jornal de Negócios de fim de semana aponta outra explicação que me parece plausível e igualmente estúpida:
Manter as conquistas de Abril é o desiderato comunista, actualmente.Sem anseio de revolução. Como se pode ver pelo teor das declarações do Abrantes não é assim.
José, só quem não os conhece. Dizer uma coisa e fazer outra, a chamada “língua dupla” faz parte da estratégia dessa gente. Sempre foi assim ao longo dos tempos. Existem infinitos exemplos na história do movimento comunista.
A questão é que a moral deve transcender a esfera das ideologias e dos jogos de poder. Fazê-lo é prostituí-la, e ninguém a prostitui mais que os comunistas.
É preciso não esquecer jamais que comunismo é genocídio. É genocídio na teoria, é genocídio na estratégia, é genocídio na prática historicamente conhecida.
O comunismo prega o genocídio, justifica o genocídio, orgulha-se do genocídio e, onde quer que tenha reinado, sempre viveu do genocídio.
Discuti-lo respeitosamente é admitir que exista o direito moral à propaganda do genocídio.
Simples assim.
José há aqui uma falta de atenção:
onde se lê : “Fazê-lo é prostituí-la”
Deve ler-se: “Submetê-la a essa esfera é prostituí-la”
Sorry.
Uma das razões por que procuro entender o comunismo português é a de perceber como se pode ser tão estúpido querendo sempre parecer muito inteligente.
Não encontro explicação senão esta: irracionalidade derivada de uma loucura, provavelmente decorrente de deficiência mental congénita.
Comunismo,segundo o Manifesto do Partido Comunista do Marx,é a resolução da luta de classes através da instauração da ditadura do proletariado.Temos os exemplos no século XX.É este o programa do partido comunista.Se não é deveria ter declarado publicamente a renúncia ao marxismo, o que não lhe interessa fazer.
josé j.
Não declaram nada. Ontem, o rarefeito Abrantes até disse que o Cunhal tinha sido um revolucionário, como sempre fora. Como o rarefeito Abrantes se sente, sem dúvida. Está à espera, ainda a esta hora, que chegue o tempo dos amanhãs a cantar. Ou o das cerejas que é igual.
José, ainda a propósito da (i)moralidade comuna, é espantoso como esta cambada vê o mundo de pernas para o ar.
A inversão da realidade é uma prática tão presente no discurso revolucionário, que a dificuldade está na escolha.
Em primeiro lugar, observa-se a inversão estrutural, inerente ao próprio movimento revolucionário. A promessa de um amanhã radioso, conferindo aos revolucionários a licença, o direito, para realizá-la no presente através do ódio e da violência, implica necessariamente que as virtudes, as flores do Bem destinadas a brotar na humanidade futura só podem surgir nos seus criadores actuais sob a forma invertida do Mal.
Claro que a culpa dessa inversão, nunca é deles, mas dos que resistem a esse bem supremo que virá num futuro hipotético e quem se lhe opor deve ser destruído. Os revolucionários são almas bondosas obrigadas a fazer o Mal em nome do Bem.
Marx, escreveu páginas de indignação revolucionária contra os burgueses que abusavam das jovens proletárias. No entanto, ele engravidou uma empregada, Helène Demuth recusando-se a assumir o filho.
Veja-se como a duplicidade moral está impregnada na alma marxista: o Marx defensor da causa do proletariado não é o mesmo Marx patrão de Helène. Não foi enquanto revolucionário que Marx abusou da jovem pobre, mas o Marx burguês, ele mesmo uma vítima das perversões da classe dominante.
Ao condenar nos outros o mal que ele mesmo praticava, Marx transferiu o crime burguês em virtude revolucionária.
Isto é coisa de loucos? Certamente que há muito de patológico na cabeça dessa gente.
Mas há também um fundo ideológico na inversão revolucionária dos sentimentos morais, a imposição do Mal em nome do Bem como se foi observando até hoje.
Odeie e virá o Bem. Mate e surgirá a vida, semeie o caos que brotará a ordem, propague a mentira que surgirá a verdade
A inversão é a essência diabólica da mentalidade revolucionária.
Sobre a coerência do Marx posso apontar outro caso já aqui falado:
José Afonso, o revolucionário da utopia da igualdade, casou com uma empregada doméstica de Coimbra. Quando nasceu a filha não tinha trabalho ( era professor e achou que podia fazer o que queria politicamente) e não tinha dinheiro porque os discos e cantorias não eram vida para ninguém na altura.
Quando chegava ao fim do mês, precisava de dinheiro e recorria ao prego. Quem lá ia era a mulher, grávida, com uma fruteira encastoada em cobre que lhe tinham dado como presente de casamento.
O Afonso ( e um amigo que contou a história na tv) ficavam na janela a vê-la ir ao prego e gracejavam...
Apenas um pormenor histórico que o PCP, como em tantas outras coisas, manipula:
Karl Marx nunca escreveu um Manifesto do «Partido» Comunista, escreveu sim um Manifesto Comunista, assim como se escreveu um Manifesto Surrealista. Marx não acreditava que um partido político burocratizado ou institucionalizado fosse capaz de representar e fomentar a sua filosofia.
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