segunda-feira, dezembro 09, 2013

A Polónia aqui tão perto.

Elísio Alexandre Soares dos Santos é o presidente da empresa familiar Jerónimo Martins. Vai deixar de ser e o lugar passa para o filho Pedro Soares dos Santos. O Jornal de Negócios dá-lhe cinco páginas incluindo uma entrevista de três, hoje.

O que diz merece ser lido porque coincide com algumas ideias que tenho passado por aqui, em recuperação de uma memória Histórica que os media insistem em não nos contar. Sobre os grupos económicos que existiam em Portugal, até 1974-75, é claro na linguagem: a sua destruição foi um dos maiores erros cometidos nas últimas décadas em Portugal.

O mesmo explica na entrevista que a empresa já tinha uma dimensão razoável nos anos setenta. E tinha, como se pode ler neste artigo do Observador de 7 de Janeiro de 1973 que elencava alguns modelos de empresas, "exemplos" do nosso desenvolvimento de então. A "Lever" era uma delas e já aparecia o próprio Elísio Alexandre a falar em nome da mesma...


Explica ainda que a sua empresa é líder na Polónia.
Sobre a Polónia torna-se muito interessante ler esta entrevista publicada no jornal galego Faro de Vigo, no passado Sábado. O entrevistado é desconhecido entre nós e não estou a ver nenhum Público a interessar-se pelo entrevistador como o jornal galego se interessou. E porquê? Adam Michnik foi o fundador e editor do Gazeta Wyborcza, o diário mais importante e influente da Polónia dos dias de hoje.
É também uma das suas figuras históricas da oposição e esteve preso várias vezes por causa disso.
É um moderado, como se pode ler e a oposição que fez, durante muitos anos ( tem 67) foi ao...comunismo.  Precisamente o contrário do que se passa por cá, em relação aos opositores do antigo regime...porque Michnik foi preso, por motivos políticos, claro está, mas por aqueles que por cá vituperam o "fassismo" pelo facto de os ter prendido também.
Ou seja, o "fassismo" polaco foi o comunismo, com uma diferença: muito mais violento e mais repressivo do que jamais o salazarismo o foi.

É por isto que não vemos entrevistas destas nos jornais portugueses. Porque lá, o comunismo foi chão que deu uvas. E ninguém apanhou os bagos. Por cá, parece que pegou de estaca e os Arménios mai-los Jerónimos e Avoilas são as nossas troikas diárias de reacção ao progresso económico. Para essa troika comunista, quanto pior estivermos, melhor para eles. O povo? O povo é uma abstracção e por isso que se lixe! Na Polónia dos dias de hoje,  essa troika seria corrida "à paulada". Que não haja a mínima dúvida.
E porque razão aqui não é? Simplesmente por vivermos num mundo ao contrário de há décadas a esta parte. Pergunte-se aos polacos. Entreviste-se Michnik e a explicação será simples: o comunismo foi uma das maiores tragédias do séc. XX para a Humanidade. Por cá, ainda vamos atrasados vinte anos e por isso mesmo têmo-los todos os dias nas tv´s, à hora do jantar para comentarem a nossa situação económica que também é muito simples de entender e Soares dos Santos o diz também: não temos dinheiro. Parafraseando o antigo ministro da Economia, qual destas palavras, esssa gente dos media não entende? Deve ser "temos". Porque não temos inteligências capazes de entender estas coisas simples.


Questuber! Mais um escândalo!