Económico:
Referindo-se à recente polémica com o Procurador-geral da República angolano, para Rui Rio, "uma coisa efectivamente é a liberdade de imprensa, outra coisa é uma cultura de violação de segredo de justiça", que entende que "devia ser respeitada também pela comunicação social".
Sobre este tema, o ex-deputado do PSD e politólogo Pacheco Pereira disse discordar, já que "um jornalista que recebe uma informação que é de relevante interesse público deve dá-la". "E portanto eu acho que neste caso concreto que envolve o Expresso, acho que fizeram muito bem", defendeu.
Rui Rio defendeu ainda que "não só Angola como os países de língua portuguesa são vitais" para Portugal, particularmente para a economia nacional, sugerindo que o país, para lá da Europa, devia "apostar seriamente na língua como factor competitivo".
Durante a conferência, outro dos oradores foi o jornalista e o escritor Miguel Sousa Tavares, que inverteu a questão em cima da mesa e interrogou se "a democracia que temos é útil ao jornalismo", considerando que em Portugal ainda se vive na "prática salazarenta" de que tudo o que se passa na administração pública é segredo.
Já Henrique Monteiro levantou a questão de como é que um jornal como o i "consegue subsistir", usando como justificação as baixas tiragens do periódico, considerando que em Portugal "há jornais a mais".
Sousa Tavares, em resposta, rejeitou por completo esta ideia, criticando os baixos salários pagos à maioria dos jornalistas em Portugal.
Rui Rio coloca o dedo na ferida: o problema principal do segredo de justiça passa efectivamente pelos media.Quem viola sistematicamente o segredo que está na justiça são os media e tal nem merece discussão. Rio entende que os media não deviam poder divulgar segredos de justiça; pelo contrário o sempre presente Pacheco, historiador revisionista nas horas vagas, entende que não e que"um jornalista que recebe uma informação que é de relevante interesse público deve dá-la".
Como é que se resolve este paradoxo? É simples: acusa-se o Ministério Público de ser o violador do segredo de justiça e matam-se dois coelhos de uma cajadada. A honra do MP e a do visado pela notícia. E quem fica impune é o violador propriamente dito, escorado no "interesse público" que é um mito e lhes serve de desculpa hipócrita para vender papel ou audiência.
Se o violador do caso concreto for um qualquer rafael ainda melhor porque serve outro "interesse"...
Cambada de hipócritas e cretinos.