sexta-feira, dezembro 13, 2013

Fechem a loja!

Expresso online:

São dois os candidatos que disputam hoje as eleições para o cargo de reitor do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, mas é a candidatura de Luís Reto, que está à frente desta instituição desde 2005, que está a gerar polémica.

O facto de se candidatar a um terceiro mandato - foi presidente do ISCTE entre 2005 e 2009 e reitor desde 2009 - viola, segundo o parecer jurídico de Freitas do Amaral, a regra da limitação de dois mandatos consecutivos, consagrada no Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior.

Pelo contrário, Alberto Costa, ex-ministro da Justiça, alega que este último diploma, aprovado em 2007 e que estabelece a limitação de dois mandatos, não pode ter efeitos retroativos. E que o cargo de presidente não é o mesmo que o de reitor. Logo, a candidatura seria apenas a um segundo mandato.

Mas este não é a única questão a levantar dúvidas sobre a elegibilidade de Luís Reto. Também o facto de se ter candidatado ao Conselho Geral do ISCTE, órgão a quem compete supervisionar o processo eleitoral e eleger o reitor, é visto por alguns professores como uma incompatibilidade. Sendo certo que também aqui existem dois pareceres distintos: um sustenta que o reitor violou a norma de incompatibilidade de funções (João Caupers) e outro o seu contrário (Martinho Madaleno).

As divergências já causaram duas baixas na equipa que tinha estado até agora com Luís Reto, com o pró-reitor Rui Pena Pires e o vice-reitor António Firmino da Costa a demitirem-se dos cargos.

Ao Expresso, o atual reitor não quis fazer comentários sobre o processo mas lembrou que o Conselho Geral declarou que a sua candidatura e a de Eduarda Gonçalves estavam em "condições de elegibilidade". "Há pareceres jurídicos a defender coias diferentes mas sobre isso não me pronuncio", afirmou.

Segundo Rui Pena Pires, a decisão do conselho geral foi bastante dividida. E é a este órgão que compete eleger o reitor. A palavra final, no entanto, pertence ao conselho de curadores, presidido por Ramalho Eanes. Como o ISCTE tem o estatuto de fundação, a nomeação do reitor tem que ter o aval deste órgão, que se deverá pronunciar na próxima semana. 
 
O ISCTE é o lugar, por excelência, da nossa perdição colectiva. Se fechasse só ficaríamos a ganhar.

Questuber! Mais um escândalo!