O Correio da Manhã de hoje noticia que José Sócrates continua com um problema de imagem e para o resolver contratou um "assessor de imagem" saído de uma agência cujo director- Cunha Vaz- declara ao mesmo jornal que "nunca poderia aceitar defender o engenheiro técnico José Pinto de Sousa na minha agência".
Segundo o jornal, José Sócrates gastará balúrdios ( mais de meia dúzia de milhar de euros por mês, uma quantia superior ao que auferia como primeiro-ministro) em despesas de imagem e com advogados.
Sem dinheiro na conta disponível - parece que era da CGD e tinha menos que Salazar quando morreu- como é que José Sócrates suporta tais despesas? Com a venda de património? Como, se tal não chega para isso? E o resto das despesas com amortizações de empréstimos alheios, etc etc?
Ora cá está um assunto que não virá no "processo do Marquês" e tem evidente interesse público noticiar.
Entretanto o CM responde à letra aos que o querem silenciar. Diz que enquanto jornalistas "querem ouvir toda a gente, mesmo os ladrões do bem-estar geral, os corruptos que com as suas práticas criminosas, empobreceram Portugal e enfraqueceram os já fracos". É forte, esta...
Por outro lado, tal como há dez anos, com o processo Casa Pia, também já começaram a circular textos apócrifos sobre o tema deste processo, designadamente as escutas existentes.
O humor sarcástico, vitriólico e portanto arrasador, na linha do brocardo ridendo castigat mores, já surgiu, com a publicação de umas fantáticas escutas telefónicas, inventadas pelo autor que em tom humorístico conseguiu convencer alguns ou até muitos da veracidade putativa do relato inventado.
Se tal dá para rir, não terá o mesmo efeito ver esta senhor que deputou durante estes anos todos, em nome de um PS que se associou a um tal Paulo Pedroso, no tempo daquele processo da Casa Pia. Parece que casou até com tal personagem desaparecida da ribalta mas não afastada das lides.
Pois bem. Em 2007, a mesma Ana Catarina Mendes interpelou directamente o então PGR Pinto Monteiro, fresquinho no cargo em modos que foram comentados no blog Grandelojadoqueijolimiano, assim, em 16 Janeiro 2007:
"Hoje, na Comissão de Assuntos Constitucionais, na audição do
presidente do Conselho Superior do Ministério Público ( CSMP), o
Procurador Geral da República, disse sobre algumas matérias o seguinte:
"Toda
a gente é culpada na violação do segredo de justiça: magistrados,
funcionários, polícia judiciária, advogados. Solução para isto: não
sei."
"Seja qual for a lei o segredo de justiça será sempre violado."
"Eu não tenho solução nenhuma para o segredo de justiça."
Numa das interpelações, a seguir a estas declarações, uma deputada do PS, Catarina de sua graça, lembrou-se de focar o problema magno dos blogs que "insinuam",
e acusam de forma anónima ( que horror!) , mencionando expressamente
"casos" de blogs que foram alvo de queixa e solicitando ao PGR se não
terá conhecimento dos casos...
Ora bem: a resposta do PGR, sobre este assunto, foi muito breve e esclarecedor:
"Os blogs é uma vergonha"( sic). "É um exercício indigno do direito". "Eu pedia que não me trouxessem blogs".
Estamos entendidos."
Actualmente, tendo em atenção que esta mesma deputada se prepara para assumir funções relevantes num eventual governo de esquerda, fica já o aviso: vai meter-se outra vez com os "blogs anónimos". E vai levar que contar também porque nem todos podem ser uma câmara corporativa...
Por outro lado ocorre-me o seguinte pensamento: dez anos de internet e de blogs que "é uma vergonha" não impediram os factos que agora se conhecem e que envolveram José Sócrates e os governos de 2005 a 2011. Seis anos de forrobodó como agora se vai descobrindo aos poucos e se suspeitava há muito.
Adiantou alguma coisa, isto dos blogs? Pouco ou nada. Faz-me lembrar um ditto dos anarcas dos anos setenta do PREC: "rimo-nos das vossas lutas!".
Tal e qual. " os ladrões do bem-estar geral, os corruptos que com as suas práticas
criminosas, empobreceram Portugal e enfraqueceram os já fracos" riram-se sempre das lutas quixotescas enquanto recheavam as contas que lhes serviriam de sustento ao longo desses anos. Na Suíça, algumas delas, em offshores outras.
É para que isto não se venha a saber que agora lutam estes arguidos excelentíssimos acolitados por advogados não menos excelentíssimos e habituados ao cinismo das aparências legalistas do direito formal que em penal procura sempre esconder a substância da realidade material.
Sabe-se agora por informação do CM que o advogado que patrocinou as acções cautelares contra a Cofina será Miguel Prata Roque, um jurista que foi assessor do tribunal Constitucional e já conferenciou em conjunto com Araújo&Delille, mais Garcia Pereira, o advogado que o MRPP correu pela esquerda baixa nas últimas eleições.
Durante a vigência do XVII governo Constitucional- precisamente o de José Sócrates- foi assessor do ministro de Assuntos Parlamentares- precisamente o ministro das sarjetas jornalísticas, o afamado Santos Silva.
Será este, portanto, o especialistas das previdências cautelares em curso acelerado. Veremos onde para e quem o vai parar.