sábado, novembro 07, 2015

José Sócrates, um político suicidado

José Sócrates em Vila Real, hoje:

O antigo primeiro-ministro disse que assistiu na última semana a "pessoas distintas defenderem que a liberdade deve ser também a liberdade para cometer crimes”.

“O que mais me impressiona é o cinismo dos argumentos”, frisou.

Sócrates considerou que a liberdade de expressão está ao serviço do público, mas “verdadeiramente aquilo que se está falar não é nenhuma liberdade de expressão de um ponto de vista” mas “de campanhas organizadas de denegrimento”.

“Não estamos a falar de nenhum interesse público, é do interesse venal, comercial, porque o que se pretende quando se fazem essas notícias, além de se cometerem crimes, é vasculhar-se a vida das pessoas com o intuito de ter mais audiência e vender mais jornais e, portanto, ter mais lucro. Esse é o verdadeiro interesse, não outro”, salientou
.


Repare-se:

Este indivíduo indiciado por crimes graves e que passou quase um ano preso por causa deles, com todos os factos que se conhecem, com todas as decisões de tribunais superiores que já foram proferidas, ainda tem a distinta lata de se apresentar em público, em conferências a dar lições de liberdade de expressão quando é certo e sabido que procurou sempre condicionar órgãos de informação, chegando ao ponto de  calar uma jornalista da TVI quando era primeiro ministro. Isso são factos e nem sequer sujeitos a discussão. Pois bem. Este indivíduo não sente um mínimo de vergonha e ninguém lhe recorda que esta desfaçatez tem limites que já foram ultrapassados há muito.

O que José Sócrates define como "liberdade para cometer crimes" são putativas violações de segredo de justiça que ele é o primeiro a cometer confessada e reiteradamente através dos seus advogados que assim publicamente o afirmaram.


O que ele define como "campanhas organizadas de denegrimento" são factos assinalados no processo crime que dizem respeito a procedimentos daquele enquanto titular de cargos públicos e que denotam comportamentos pessoais cuja natureza faria corar o mais desavergonhado dos ministros que jamais passaram em governos das últimas décadas.

Porém, nada disso o demove de se apresentar como vítima e assumir um ar de político lutador como se estivesse em campanha eleitoral.
José Sócrates ainda não percebeu que morreu politicamente. O que se conhece publicamente com os factos a surgirem em catadupa estas últimas semanas em consequência da sua luta em abrir o processo, eliminando o segredo de justiça, é suficiente para que qualquer cidadão com um mínimo de entendimento cívico o rejeite politicamente.
Esse suicídio político aconteceu em directo e não precisou de qualquer campanha de denegrimento. Ele mesmo, José Sócrates, se encarregou disso mesmo.


Recorte do Sapo.

Questuber! Mais um escândalo!