O primeiro número dessa revista saiu em 26 de Setembro de 1946 e durante trinta anos publicou as aventuras do herói da poupinha ruça mais o seu cão amestrado que falava francês.
A revista Paris Match em número hors série de Julho deste ano deu-lhe destaque para contar a história:
Em Portugal as histórias do Tintin Belga ( e da edição francesa publicada desde 28.10.1948) também foram publicadas e em 8.12.1956 o Cavaleiro Andante dava seguimento às aventuras de Tim-Tim na América do Norte.
Em 1.6.1968 saiu o primeiro número da edição em português da revista que incluía historietas do Tintin original, belga e ainda da revista Pilote, francesa. O melhor da banda desenhada de expressão francófona, no auge do seu esplendor artístico.
A primeira historieta de Tintin na edição portuguesa da revista foi Carvão no Porão, como se pode ler neste sítio muito interessante, dedicado ao assunto. Ou neste que também tem interesse. O Tintin em versão nacional durou 15 anos, editado pela Bertrand.
Comprei o primeiro número em Fevereiro de 1972 e também lhe juntei logo a seguir a versão original, belga que chegava cá pela livraria Bertrand. O número de Natal desse ano era este:
Por isso mesmo, o herói Lucky Luke, original de Morris, aparecido na revista francesa Spirou em 10 de Outubro de 1946, foi publicado no Tintin português, porque a partir de 4 de Abril de 1968 Lucky Luke fez a sua estreia na revista Pilote com a historieta Dalton City.
Os álbuns de Lucky Luke, aliás, continuam a publicar-se sob a responsabilidade artística de outros autores ( Morris morreu em 2001), mantendo a originalidade do espírito o desenho. Vai quase em 80 álbuns e anuncia-se um novo para este ano. Da parte de Morris foram 72 e a seguir apareceu Achedé que é quase, quase um Morris perfeito. Mas é precisamente isso que lhe falta: o toque de génio no desenho que torna Morris único. O rabisco de Morris é inimitável nessa parte porque é a sua essência. Tal como o de Edgar Pierre Jacobs que assinava as histórias de Blake & Mortimer ( com o inefável Olrik sempre presente). O traço deste é de tal modo único que a imitação actual, quase perfeita, de André Juillard que o desenha desde 1999, padece do mesmo defeito: falta-lhe a parcela de génio suplementar que aquele autor original, falecido em 1987, trazia às histórias.
A revista Lire deste mês dá um destaque a Lucky Luke em número especial:
Não li nada na imprensa local a assinalar a efeméride...
Quanto à bd do Tintin, o interesse durou dois anos. Em Fevereiro de 1974 descobri isto, no escaparate da livraria Bertrand...
E em Junho do mesmo ano foi o coup de foudre, com esta edição mensal..
Em Fevereiro de 1975 outro choque artístico, com o anúncio desta revista...e das obras deste autor- Gir/Moebius.
O Tintin tinha ficado para trás e a bd nunca mais foi a mesma, para mim. Agora, regresso ao passado fantástico desses anos.
Ah! E já me esquecia: em Março de 1974 aparecia nos mesmos escaparates da Bertrand esta revista dedicada a Lucky Luke. Comprei-a por causa do poster, fantástico da autoria de Gir.
A revista Lucky Luke aguentou 14 números.
E em aditamento, deve acrescentar-se outra série que perfaz 70 anos, porque publicada no primeiro número de Tintin, em 26.9.1946: Blake & Mortimer, de Edgar Pierre Jacobs, colaborador no Tintin, desde a primeira hora e colega de Hergé, com quem aliás colaborou em algumas histórias ( Sete bolas de cristal e O templo do sol).
As historietas de E.P. Jacobs versam sobretudo assuntos de ficção científica com pés bem assentes na terra, o que se alterou brutalmente com a revista Métal Hurlant, em 1975.
As revistas Le Point e Historia consagraram um número especial à série em Julho de 2014 em que escalpelizam as personagens, entre as quais um certo Olrik...
Após a morte de E.P.Jacobs, em 1987, seguiram-se outras histórias da série, desenhadas por outros artistas, desde 1996 ( com L´affaire Francis Blake, assinado por Jean Van Hamme e Ted Benoit) até hoje, com argumentos e desenhos de outros autores.
A última saiu este Verão na revista Le Figaro Magazine, em fascículos semanais, desde 9.7.2016, como antigamente.
O álbum sai em Novembro e a história, sobre a figura mítica de Shakespeare, é deliciosa e muito bem desenhada por André Juillard, com argumento de Sente. Realismo fantástico numa história rocambolesca passada em 1956 com flash-backs a um passado distante, tendo Veneza e Londres por cenário.
E também aparece o sempre presente Olrik que mesmo atrás das grades manipula os acontecimentos.
A série Blake & Mortimer é conhecida em Portugal pelo menos desde 1952, data da publicação no Cavaleiro Andante nº 30-132, da historieta O mistério da grande pirâmide, publicado originalmente em 1950, no Tintin belga.
ADITAMENTO em 5.10.2016:
Afinal, este lembrou-se e publicou isto na edição de hoje da revista Sábado. Um bom resumo, numa página, sobre o que foi a revista e a série Tintin:
10 comentários:
Maravilha!
Se vier a haver aí mercadoria para se lhe promover a venda à conta da efeméride, há-de chegar aos noticiários, mascarado de notícia.
Cumpts.
hoje vi a 8ª edição da Saraivada
recentemente recupereu da Net 5 livros do tim-tim por tim-tim
saiu no CA quando eu saí do rectângulo onde não devia ter voltado
o monhé não deixa adoecer ninguém até ao fim do ano
austera idade
Que saudades que eu tenho de ler o nipónico Taka Takata.Acho que era do autor Jo El ????
Desapareceu?
Disto já não se faz… o fim das revistas periódicas de bd foi o fim de uma era.
Mas… 1972? Eu tenho lido nos jornais que antes do amanhã ter cantado em Abril, não havia nada. Zero. Dizem até que era a idade das trevas, que precedeu o iluminismo dos iluminados que nos vão desgovernando. Têm sido décadas pródigas em luzes. -- JRF
Ah e poster brutal, não conhecia… Gir… Giraud/Moebius certo? Grande John Wayne, nota-se o jeito de andar no desenho, está incrível. -- JRF
Foi mesmo o fim de uma era. Depois deu em porno.
A revista Tintin editada cá, coleccionei-a desde o primeiro número.
Num dos "JN" desta semana (talvez na 4a-feira) trazia meia dúzia de linhas sobre o Tintin, e a reedição próxima de "Tintin no País dos Sovietes", pela primeira vez a cores. Dizia também que seria em 2017, para comemorar o centésimo aniversário da Revolução de Outubro.
E eu ri-me a bandeiras despregadas, porque: ou o escriba é um imbecil e nunca leu esse livro (embora eu considere que é uma excelente comemoração!); ou então é um brincalhão que põe em causa a linha editorial do referido jornal...
vamos no mesmo sentido e a grande velocidade
Inside Venezuela’s Crumbling Mental Hospitals
By MERIDITH KOHUT and NICHOLAS CASEYOCT. 1, 2016
Insurgente
sobre o 'gamanço' do monhé
«Depois da Santa Casa já ter ficado com cerca de 56,95% da “receita ilíquida de apostas” (€2.322.675,90) o Estado cobra, em imposto de selo, 20% dos prémios acima de €5.000. No final, esta semana entidades estatais arrecadaram 65,51% do total do dinheiro dos apostadores portugueses. Regra de todos jogos de sorte azar: “a Casa ganha sempre”
o safado comigo não se safa
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