O auxílio às pequenas e médias empresas, porventura micros e nanos até, pode ler-se no portal da transparência, da nossa Administração Pública, com a indicação das adjudicações de realizações, obras, eventos e mais alentos para as dificuldades correntes.
Valores que ficam sempre um pouco aquém dos 100 mil euros, designadamente este, ao cuidado do design de Henrique Cayatte:
Objecto do contrato:
Prestação de serviços de degign com vista à criação e desenvolvimento do Portal Centenário da República
Data da celebração de contrato:
30-06-2009
Preço contratual :
99.500,00 €
Prazo de execução:
120 dia(s)
Local de execução:
Portugal - Lisboa - Lisboa
O que tem piada é o local de execução...e a entidade que adjudicou, por ajuste directo: a Comissão nacional para as comemorações do centenário da República.
Quem paga? Todos nós.
O portal em causa, só pode ser este e como o prazo era de 120 dias, já se esgotou... e como se pode ler na ficha técnica, a responsabilidade pela execução técnica, ficou a cargo de outra pequena e média empresa, a Sapo.
Os quase 100 mil dele, foram para pagar...o design, do, aliás, fantástico portal. Fenomenal, como dantes se dizia.
Entretanto, no dito portal da transparência de opacidades, topa-se outra adjudicação directa por um valor fatalmente abaixo dos fatais 100 mil euros. Desta vez, uma poupança de 5 mil em relação ao anterior...mas com nome que sugere um pátio de cantigas, para isto.
O ajuste directo, desta vez é para a pessoa singular Henrique Frederico Cantiga Cayatte.
Assim:
Objecto do contrato:
Prestação de serviços de design global do estacionário da Comissão Nacional e dos materiais de suporte à comunicação dos diferentes eixos programáticos
Data da celebração de contrato:
03-07-2009
Preço contratual :
90.000,00 €
Prazo de execução:
105 dia(s)
Local de execução:
Portugal - Lisboa - Lisboa
11 comentários:
Uma obra de arte ao preço da chuva...phónix!
Não há país nenhum que em estado de coma consiga manter os sinais vitais com uma vida destas. Está na hora de espremer ainda mais nutrientes às empresas e singulares para dar de comer à República, até morrermos todos no pântano da "cura".
Ena pá José, gaaaaaaannnnnnda portal!
O money deve ter dado jeito...
O meu ex fazia muito melhor, visto ser a profissão dele, por 1/10.
Só por curiosidade, algo que não se fala por aí;:
“A CRIL envolve 330 empresas e cerca de 1.900 trabalhadores, 85 dos quais portugueses…” MFL numa enorme “gafe” (segundo a tal comunicação social) disse que as grandes investimentos públicos não ajudavam a reduzir o desemprego nacional.
Ainda há dúvidas?
Os Vampiros!
Maldita a hora em que este Sócrates veio ao mundo.
Se fosse só ele Asa Negra!!!
São muitos mais...
Só para corrigir a gaffe maneleira:
"A construção dos últimos 3,6 quilómetros da Cintura Regional Interna de Lisboa (CRIL), com um custo estimado de perto de 200 milhões de euros (entre obra e expropriações), envolve 330 empresas e cerca de 1.900 trabalhadores, 85 por cento dos quais portugueses."
85% não são 85.
Gafe Maneleira ???
Parece-me que se tratou de uma informação de 1 jornal, neste caso o Correio da Manhã, vejamos o que dizia na sua primeira versão :
1ª versão
Versão actual
foi uma gralha, foi o que foi...
Será gralha? :)
Quem sabe se o politicamente correcto não passou por aí... :)
Esses dois exemplos que apresenta indiciam mais um evento sem controlo de despesas. Vale tudo.
O "estacionário", era preciso saber o que inclui, mas parece um exagero incrível.
O "portal", sendo o que está à vista e apenas o design, não está barato, nem caro. Acho que se está noutro domínio. Do sublime, ou descaro puro e simples.
Este site que fiz recentemente e que podem comparar, não cobrei nada claro. Mas se fosse a preço de mercado? Sei lá, 5.000€ seria excelentemente bem pago. Se fosse para uma câmara a pagar a um ano ou mais, mais de 10.000€ não teria lata de pedir... Tudo incluído. Cobrar 99.500€ apenas pelo design que está à vista no tal "portal"... Merece uma vénia. É só para republicanos de alta craveira. -- JRF
Quase 40 mil contos por um design merdoso e pelo estacionário de uma instituição!
Desde o urinol de Marcel Duchamp que não aparecia um movimento tão arrojado e provocador. O artista Henrique Cayatte surpreende através de uma abordagem surrealista que não visa a obra em si mas o valor que o próprio artista lhe atribui à partida. É um movimento cada vez mais em voga. Há quem diga que de artístico terá pouco, mas em relação ao urinol do Duchamp aconteceu o mesmo.
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