José Miguel Júdice, advogado na PLMJ, assina hoje um artigo de opinião no Expresso. Para dizer mal dos que andam a dizer mal. Júdice afirma que sempre defendeu as vítimas da maledicência política. Um provedor de agravados, portanto.
Começou logo em 1980, na altura em que o falecido Sá Carneiro, coitado, foi vítima da vil campanha por causa das "dívidas à banca". Sá Carneiro, para Júdice, foi vítima de uma " campanha cheia de "aleivosias sobre pretensas dívidas à banca".
Depois, em 1996, defendeu Jorge Sampaio, candidato a PR, por causa de outra aleivosia: Sampaio defendera como advogado o Estado romeno, no tempo de Ceaucescu, contra uma cliente de Júdice.
A seguir conta o facto de Marques Mendes ter "atacado" "de modo miserável" um tal Manuel Salgado, por causa de "interesses familiares em relação ao Aeroporto de Lisboa".
Não podia faltar no requisitório contra os maledicentes o caso José S. que "viu o seu nome arrastado pela lama nos últimos anos." E escreve que "tomou posição pública a defendê-lo de ataques pessoais que considerei insuportáveis."
Agora, o provedor destes agravados, Júdice, acha que "estão também a atacar o carácter de Cavaco Silva." E cita o nome de uma maledicente recalcitrante, Teresa Caeiro, por esta ter informado o público televisivo de um facto indesmentível: Manuel Alegre publicitou o BPP, num artigo pago pelo banco. Júdice acha isso um acto de arrastão. Pela lama. E por isso mesmo, escreve garboso " sempre que alguém sofreu este tipo de ignomínias estive na primeira linha de solidariedade com a vítima".
Provavelmente é assim mesmo: Júdice providencia uma defesa a agravados excelentíssimos, por uma simples razão de...solidariedade na desgraça.
Júdice, ele mesmo, sente-se na pele de vítima dos obscuros anónimos, "reles criaturas" com "falta de coragem" que o fustigam com enxovalhos, "cuspindo para o ar, tentando assim evitar que os seus excrementos lhes venham a cair em cima."
Mesmo assim, Júdice entende tudo isso, perante a crise que atravessamos, como simples "bizantinices".
Serão portanto bizantinices as discussões daquilo que Júdice através da sociedade de advogados de que faz parte, conseguiu obter do Estado, representado por alguns desses vilipendiados e enlameados, em avenças, consultas e pareceres. Tudo isso está ao abrigo da sindicância democrática e inquestionável em modo de intervenção pública. Nem que seja no Parlamento, no tempo em que lá estava uma das vítimas da lama e que fazia exactamente o mesmo papel que agora vitupera aos outros.
Serão ainda bizantinices todas os esforços de averiguação pública, pelos media ou mesmo pelas instituições de controlo democrático, como os tribunais, dos dinheiros que são públicos e são distribuidos pelos enlameados, no silêncio dos despachos de adjudicação directa e sem controlo público, a não ser muito posteriormente por um qualquer tribunal de Contas que tem dado conta de muitas destas bizantinices apontadas pelos" lançadores de excrementos".
A democracia em Júdice nunca foi muito notória. Mas a provedoria de enlameados excelentíssimos, essa, é de gritos.
Começou logo em 1980, na altura em que o falecido Sá Carneiro, coitado, foi vítima da vil campanha por causa das "dívidas à banca". Sá Carneiro, para Júdice, foi vítima de uma " campanha cheia de "aleivosias sobre pretensas dívidas à banca".
Depois, em 1996, defendeu Jorge Sampaio, candidato a PR, por causa de outra aleivosia: Sampaio defendera como advogado o Estado romeno, no tempo de Ceaucescu, contra uma cliente de Júdice.
A seguir conta o facto de Marques Mendes ter "atacado" "de modo miserável" um tal Manuel Salgado, por causa de "interesses familiares em relação ao Aeroporto de Lisboa".
Não podia faltar no requisitório contra os maledicentes o caso José S. que "viu o seu nome arrastado pela lama nos últimos anos." E escreve que "tomou posição pública a defendê-lo de ataques pessoais que considerei insuportáveis."
Agora, o provedor destes agravados, Júdice, acha que "estão também a atacar o carácter de Cavaco Silva." E cita o nome de uma maledicente recalcitrante, Teresa Caeiro, por esta ter informado o público televisivo de um facto indesmentível: Manuel Alegre publicitou o BPP, num artigo pago pelo banco. Júdice acha isso um acto de arrastão. Pela lama. E por isso mesmo, escreve garboso " sempre que alguém sofreu este tipo de ignomínias estive na primeira linha de solidariedade com a vítima".
Provavelmente é assim mesmo: Júdice providencia uma defesa a agravados excelentíssimos, por uma simples razão de...solidariedade na desgraça.
Júdice, ele mesmo, sente-se na pele de vítima dos obscuros anónimos, "reles criaturas" com "falta de coragem" que o fustigam com enxovalhos, "cuspindo para o ar, tentando assim evitar que os seus excrementos lhes venham a cair em cima."
Mesmo assim, Júdice entende tudo isso, perante a crise que atravessamos, como simples "bizantinices".
Serão portanto bizantinices as discussões daquilo que Júdice através da sociedade de advogados de que faz parte, conseguiu obter do Estado, representado por alguns desses vilipendiados e enlameados, em avenças, consultas e pareceres. Tudo isso está ao abrigo da sindicância democrática e inquestionável em modo de intervenção pública. Nem que seja no Parlamento, no tempo em que lá estava uma das vítimas da lama e que fazia exactamente o mesmo papel que agora vitupera aos outros.
Serão ainda bizantinices todas os esforços de averiguação pública, pelos media ou mesmo pelas instituições de controlo democrático, como os tribunais, dos dinheiros que são públicos e são distribuidos pelos enlameados, no silêncio dos despachos de adjudicação directa e sem controlo público, a não ser muito posteriormente por um qualquer tribunal de Contas que tem dado conta de muitas destas bizantinices apontadas pelos" lançadores de excrementos".
A democracia em Júdice nunca foi muito notória. Mas a provedoria de enlameados excelentíssimos, essa, é de gritos.